Petrolina: primeira-dama é sócia de pichador
A cidade de Petrolina, a 720 quilômetros do Recife, teve o clima da disputa eleitoral acirrado. Depois do inquérito policial ter concluído que Antônio Ozanan, conhecido como Tonho Lóssio, primo do prefeito e candidato à reeleição, Júlio Lóssio (PMDB), foi o autor da pichação – “É 40!”, o caso teve novos desdobramentos ontem. Na manhã de ontem, a rádio Petrolina FM, apresentou documentos comprovando a existência de uma sociedade formal entre a esposa do candidato Júlio Lóssio, Andréa Lóssio, e o primo do prefeito, acusado de ser pichador. A referida pichação foi feita em espaços públicos, inclusive o Monumento da Bíblia, numa tentiva de vincular o crime à coligação de Fernando Filho, candidato pelo PSB.
A revelação desconstrói versão de Júlio, de que não teria relacionamento de aproximação com o primo, acusado do ato de vandalismo. No contrato social da empresa, com registro de “Cemitério Jardim da Paz”, o nome da primeira dama aparece claramente como sócia de Antônio Ozanan. No noticiário, foi explorado o fato de que “uma sociedade não seria criada e mantida com alguém distante, estranho aos responsáveis pelo empreendimento”.
A versão de distanciamento do prefeito com o primo foi apresentada em um debate, na última quinta-feira, quando foi questionado sobre o vínculo com o parente acusado de ser pichador. O atual prefeito disse de forma evasiva que não tinha muito contato com Tonho Lóssio. Júlio Lóssio alegou que “tem 36 tios e mais de 100 primos” e que na família dele tem de tudo: “médico, advogado, cachaceiro, como toda família”, sem dar maiores detalhes ou explicações.
Tonho Lóssio não foi mais visto em Petrolina, desde que teve o nome identificado como pichador. A residência dele está vazia e no Instituto de Olhos, onde é empregado, a informação é de que ele saiu de férias. A prova concreta de sua autoria no vandalismo veio por meio de imagens gravadas pela câmera de segurança de uma loja do centro da cidade, que também foi alvo da pichação. No inquérito policial, o acusado foi alvo de auto de reconhecimento de imagens.
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