Postos do Estado enfrentam falta de gasolina
Está faltando gasolina e diesel em 15% dos postos do Estado, numa estimativa feita pelo presidente do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Fernando Cavalcanti. “É um problema gravíssimo. Ocorre num local, depois em outro. Estabiliza e acontece de novo a cada 10 ou 12 dias”, comentou. Ontem, não havia gasolina em pelo menos dois postos da Avenida Norte.
A escassez do produto traz prejuízo aos revendedores e distribuidores, principalmente porque os postos comercializam cerca de 20% a mais de gasolina em dezembro. “Estamos vendendo menos num mês em que os custos também aumentam com o 13º salário, a contribuição previdenciária, que é dobrada, entre outros”, lamentou.
O racionamento no fornecimento de diesel e gasolina começou quando a Petrobras alterou a logística de entrega do produto desde 1º de outubro último. A estatal estabeleceu que o mercado local será abastecido por um navio a cada 14 dias “para reduzir os seus custos”.
Ainda de acordo com Cavalcanti, a escassez de diesel ocorre também porque a estatal está dando prioridade ao abastecimento das termelétricas. As térmicas usam diesel para fabricar energia e estão em operação porque a estiagem (no Sudeste) baixou a quantidade de água disponível nos reservatórios das principais hidrelétricas do País. “Uma térmica em Igarassu está consumindo 1,2 milhão de litros por dia e outra na Paraíba usa 500 mil litros diários de diesel. Isso faz com que os postos fiquem sem o produto”, afirmou.
Vários motivos explicam o racionamento no fornecimento do diesel e da gasolina. Primeiro, a Petrobras não aumenta as importações de diesel e gasolina para não impactar os seus custos. Em outubro último, o diretor Financeiro da companhia petrolífera, Almir Guilherme Barbassa, mostrou, em entrevista coletiva, que há uma defasagem em relação aos preços internacionais (pelos quais a empresa compra a gasolina e o diesel) e o preço de venda dos dois produtos no mercado interno.
O Brasil exporta petróleo e importa diesel e gasolina. Os dois últimos têm como matéria-prima o primeiro. No entanto, não é possível crescer a fabricação dos dois combustíveis porque as refinarias do País não têm capacidade ociosa.
E, por último, a Petrobras não aumenta o preço dos combustíveis porque isso vai trazer impacto na inflação que o próprio governo federal deseja controlar. Quando aumentam os preços dos combustíveis, há um incremento generalizado nos preços de produtos e serviços, porque o principal meio de transporte no Brasil é o rodoviário. Questionada sobre o problema, a assessoria de imprensa da Petrobras informou que não será possível atender a demanda, pois não há tempo hábil para a apuração.
Fonte: JC Online
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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