Professores em greve vão levar contraproposta ao governo federal
Os professores em greve das universidades federais vão apresentar uma contraproposta ao governo federal na reunião que vai ocorrer na próxima segunda-feira (23). A informação foi divulgada por representantes dos professores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Federal do ABC (UFABC) em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (20).
Os docentes estão em greve há mais de dois meses, exigindo reajuste salarial e reestruturação da carreira, entre outras pautas. O Ministério do Planejamento havia apresentado um plano em que prevê aumentos de até 45% nos salários dos professores. Representantes dos docentes classificaram a proposta como “enganadora” e “mentirosa”. “A gente fez os cálculos e não tem nada disso. O primeiro aumento começa a valer daqui a um ano, em 2013”, afirma Giorgio Romano, professor da UFABC.
Segundo dados apresentados na coletiva, os reajustes vão variar de 0,16% a 6,91% entre os nove níveis da carreira, se for descontada a inflação entre 2010 e 2015, prazo considerado pelo governo federal para a implementação do reajuste. Quatro dos níveis da carreira de docente acabariam perdendo com o aumento, se considerada a projeção de inflação de 35,5% no período, segundo média de dados do Banco Central e índices do Dieese, reunidos pelos docentes. Para Romano, “o governo está vendendo gato por lebre”.
A contraproposta vai seguir a mesma linha do que o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) havia apresentado anteriormente ao governo, afirma o professor Denilson Cordeiro, do campus Diadema da Unifesp.
“A partir de amanhã e até o final de domingo, o Andes vai discutir e elaborar uma contraproposta levando em conta as assembleias locais”, diz Cordeiro. Segundo a professora Marcia Jacomino, também da Unifesp, “várias seções [do Andes] estão dizendo quais pontos podemos negociar e quais não negociamos.”
Para a professora Virginia Junqueira, presidente da Associação dos Docentes da Unifesp (Adunifesp), os pontos mínimos para negociar uma saída da greve incluem não haver perdas salariais considerando a inflação; não haver variação salarial muito díspar nos degraus da carreira; não haver limitação ao número de professores que podem se tornar titulares; entre outras questões.
Os docentes ressaltam que a análise de uma proposta do governo ou a discussão sobre sair da greve dependem das decisões tomadas pelas assembleias dos professores.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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