Reservatórios pernambucanos em estado de alerta
Pernambuco vive a pior estiagem das últimas quatro décadas. E o problema não preocupa só o Sertão e o Agreste, em estado de emergência. Os sete principais reservatórios que abastecem o Grande Recife estão, em média, com 50% da capacidade. Tapacurá, em São Lourenço da Mata, por exemplo, encontra-se em colapso. Pode armazenar 94,2 milhões de metros cúbicos de água. Mas até anteontem, o volume era de 2, 2%.
Segundo o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Marcelo Asfora, essa situação garante água até junho de 2013. Para ele, a realidade não é confortável, principalmente se o próximo período chuvoso (entre maio e julho), na Zona da Mata e no litoral, não atender às expectativas: 200 milímetros por mês. Existe o risco até da volta do racionamento. O quadro foi apresentado na última quinta-feira, em reunião de análise e previsão climática para o setor norte do Nordeste, no Maranhão.
“Esperamos que a média do período chuvoso do ano que vem seja normal, senão teremos que fazer racionamento de água. Nosso modelo de análise só permite 70% de acerto, num prazo de três meses. Se no fim de julho de 2013, por exemplo, tivermos 80% de todos os reservatórios cheios no Grande Recife, isso garantirá o abastecimento por aproximadamente dois anos.”
O fenômeno meteorológico el niño está diretamente ligado aos períodos de estiagem no Nordeste. A alteração na temperatura das águas do Oceano Pacífico provoca efeitos no clima de todo o mundo. No último período chuvoso do Sertão pernambucano (nov/fev), o evento climático fez com que chovesse 20% abaixo da média.
Apesar dos fatores naturais não estarem contribuindo para o clima de Pernambuco, Marcelo Asfora afirma que, desde 2007, com o início do governo Eduardo Campos, foram investidos R$ 4 bilhões em recursos hídricos no Estado. Antes disso, havia sido somente R$ 600 milhões. “Naquele ano, apenas 400 mil pernambucanos estavam fora do sistema de rodízio de abastecimento. Hoje, são 3,5 milhões. Quase metade da população. Se essa política de investimentos tiver continuidade, em cinco anos não existirá mais racionamento no Estado”, afirma.
Até 2014, entrarão em funcionamento duas novas barragens na RMR: Engenho Pereira, em Moreno, e Engenho Maranhão, entre Escada e Ipojuca. Juntas, têm capacidade de fornecer, aproximadamente, 518 milhões de metros cúbicos por dia. Hoje, esse número é equivalente à metade do que o Grande Recife consome diariamente. Elas atenderão a Região Metropolitana do Recife e Porto de Suape.
Hoje, a Apac monitora 90% da capacidade de acumulação de água do Estado. Para Marcelo Asfora, nesse cenário de estiagem, a melhor solução ainda é otimizar o uso da água. “Um cidadão da Região Metropolitana do Recife consome cerca de 200 litros de água por dia. A Organização Mundial da Saúde sugere 120.”
Fonte: JC Online
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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