Seguro de veículos deve subir entre 7% e 10%
Se, por um lado, a queda da Selic, taxa básica de juros do País, deve ser comemorada pelos consumidores, por outro, ela pode provocar uma mudança nada positiva no bolso de muitos donos de veículos. Isso porque as companhias seguradoras aplicam, obrigatoriamente, parte do dinheiro que recolhem dos segurados em investimentos de renda fixa calculadas diretamente pela Selic. Ou seja, com a redução da taxa, cai também a lucratividade das companhias, e isso deve ser repassado para os consumidores. De acordo com o vice-presidente para o Nordeste da Federação Nacional dos Corretores e Empresas Corretoras de Seguros (Fenacor), Carlos Vale, um reajuste entre 7% e 10% é esperado no seguro de todos os veículos a partir de 2013.
“Uma seguradora recebe R$ 10 milhões de prêmio, por exemplo. Desse valor, ela precisa retirar os sinistros, as taxas de administração, a comissão do corretor. O dinheiro é aplicado e, se antes ela recebia 15% do valor, agora ela vai deixar de receber isso tudo. Com isso, muitas operadoras deixarão de lucrar com as operações financeiras”, pontuou Vale. Segundo ele, fatores como o índice de roubo e o valor de reconstrução podem encarecer ou baratear o preço do seguro. “Temos tido muita falta de peças e, por causa disso, os reparos demoram a ser feitos. Não tem jeito, isso precisa ser repassado para o consumidor”, afirmou.
Outro ponto a ser levado em consideração, segundo o presidente do Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindiseg N/NE), Múcio Novaes, é o crescimento na quantidade de carros vendidos. “Isso é muito bom para o setor automobilístico e, embora mais carros vendidos signifique uma escala maior de receita para as seguradoras, isso também promove o aumento da sinistralidade e a conta precisará ser refeita. O nível de educação no trânsito não é adequado e temos sentido um aumento nos acidentes”, considerou.
“Quando a Selic baixa, ela tem uma repercussão para os títulos que são atrelados a ela. Por isso, o seguro pode realmente aumentar. Mas também existem outros fatores que pesam quando se pode fazer um seguro, como o local onde você mora, se você é homem ou mulher, até a idade influencia”, explicou o professor de Mercado de Capitais da Faculdade Boa Viagem, Roberto Ferreira.
No entanto, para Ferreira, essa pode ser uma situação passageira, uma vez que a taxa básica de juros brasileira deve voltar a subir. “A queda da Selic é uma medida de curto prazo. Parece que chegamos ao piso e o Governo não pode, irresponsavelmente, continuar a baixar essa taxa, já que existe uma expectativa de aumento de inflação para o ano que vem”, completou.
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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