Show 3D do Kraftwerk e rapper mascarado são destaques do Sónar
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
No primeiro dia da edição paulistana do festival Sónar, os destaques foram um velho conhecido do Brasil, o grupo Kraftwerk, em versão 3D; e um rapper britânico mascarado não tão manjado, que atende pelo nome de Doom. O evento dedicado à “música avançada”, na definição usada pelos organizadores, ocupou o Anhembi nesta sexta-feira (11).
Com meia hora de atraso, o Kraftwerk deu início ao show mais aguardado da noite, às 23h30. A banda enfiou óculos 3D na plateia, que embarcou na viagem do grupo alemão pioneiro da música eletrônica. O quarteto seguiu a proposta descrita quando foi anunciado como substituto da islandesa Björk, que cancelou participação no evento por causa de nódulos em suas cordas vocais. A banda resumiu as oito apresentações feitas no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em abril, quando mostrou a discografia na íntegra.
Fãs e curiosos encheram o espaço SonárClub, vibraram com cada imagem que saltou do telão e cantaram até as partes instrumentais de hits da banda, criada em 1970, na cidade de Dusseldorf. A primeira do set foi “The robots”, quando a letra da música e quatro robôs “pularam” da tela. Como se fossem crianças na Disney, alguns fãs berraram durante os efeitos e até estenderam a mão, impressionados com a proximidade das imagens. O show 3D destaca vídeos com uma espaçonave, satélites, notas musicais, números, máquinas diversas e as palavras repetidas nas letras.
Com toda boa vontade e devoção, a plateia (na maioria, menores de 30 anos) quase não tirou os óculos 3D. O repertório incluiu canções como “Tour de France”, “Autobahn”, “The man-machine” e “Computer world”, faixa do disco de mesmo nome, o oitavo da banda, lançado em 1981. Se as imagens e os efeitos não são lá tão impactantes, a música e a presença de Ralf Hütter, 65 anos e único integrante no grupo desde os anos 70, impressionam quem não exclama com qualquer carrinho que “escapa” da tela.
Antes do Kraftwerk, James Blake começou seu DJ set às 21h30, para uma plateia que foi se soltando no decorrer da apresentação. No início, poucos deixaram se levar pela mistureba pós-dubstep de Blake, com algo de hip hop, soul, r&b e techno. A sequência de graves pesados fez ouvidos zumbirem.
Na meia hora final de set, houve ainda certa resposta das pessoas mais próximas do palco, mas mesmo assim o tímido rapaz passou longe de comover. Sem problemas. O músico inglês de 23 anos tem uma segunda chance no festival. Ele se apresenta novamente, desta vez cantando e tocando, acompanhado por sua banda, neste sábado. Fica a torcida para que desta vez ele olhe mais de cinco vezes para o público.
Outra atração que se deu bem melhor no palco principal foi a dupla canadense Chromeo. Após shows em festas só para convidados no Brasil, em anos anteriores, David Macklovitch e Patrick Gemayel aproveitaram muito bem a estreia em São Paulo. Interagiram bastante com o público – antes, durante e depois de músicas como “Tenderoni” e “Don’t Turn The Lights On”. Na apresentação, que começou pouco depois das 2h30, a banda pesa a mão nos grooves. Com boas levadas de guitarra e vários gritos de ”São Paulo”, o duo de electrofunk botou muita gente para sacolejar.
SónarVillage: rap e eletrônica
Às 21h30 no palco SónarVillage, o americano James Pants se apresentou para um pequeno público. Além de se basear em seu equipamento eletrônico, o músico tocou percussão para dar um toque orgânico às canções de seu trabalho mais recente, que leva seu nome, lançado em 2011. Em pouco menos de uma hora, o músico cantou, mas o som muito embolado não colaborou para que as palavras chegassem com clareza para os presentes. O americano conseguiu mostrar um set interessante que mesclou rap, música pop, rock, soul, pós-punk e dance music, com pressão sonora, sensualidade musical e peso.
Sem muito aviso e com atraso de meia hora, Cut Chemist subiu ao palco SónarVillage às 23h. Ex-integrante do grupo de rap Jurassic 5, o músico mostrou total domínio de seu equipamento durante o show. O produto, apesar de virtuoso das picapes, não faz um show de demonstração de suas habilidades: as mixagens ao vivo tem um propósito claro, que é divertir sempre quem está um degrau abaixo. Entre várias colagens sonoras estiveram faixas do Beastie Boys, em clara homenagem a Adam Yauch, que morreu recentemente.
É revigorante a mistura sempre eclética de ritmos do produtor, que pareceu se divertir com seu próprio som em todos os momentos. No show, Cut Chemist mostrou que é um DJ à moda antiga, confiando mais no equipamento analógico, sem sequer usar um laptop. No meio do show, o SónarVillage esvaziou consideravelmente por conta do show do Kraftwerk. Uma pena, porque o show de Cut Chemist terminou em alto nível.
Já era meia noite quando Doom abriu seu show com “Accordion”, de “Madvillainy”, disco lançado em 2004 em parceria com o produtor Madlib. Acompanhado por mais dois MCs de apoio, o rapper britânico fez uma das apresentações mais divertidas – e também uma das mais curtas – do primeiro dia do Sónar.
O repertório de Doom passa por várias fases de sua carreira. Há faixas do disco que lançou sob o codinome King Geedorah e, do já citado e aclamado “Madvillainy”, aparecem diversas canções, entre elas a ótima “America’s most blunted”. Mas o rapper mascarado se apega basicamente aos álbuns “Operation: Doomsday”, “Mm..food” e “Born like this”, seu trabalho mais recente, para preencher o corpo do show. Nem mesmo a falta de qualidade do som (com vocais embolados e parte instrumental baixa) tirou o brilhantismo. Os 45 minutos foram suficientes para mostrar a força de suas composições e os motivos para ser considerado um dos principais nomes do rap de vanguarda hoje.
O Sónar São Paulo continua neste sábado (12), no Anhembi, com o duo francês Justice, o cantor de R&B Cee Lo Green, a banda de pós-rock Mogwai, o DJ de techno Jeff Mills, entre outros. Há ingressos, que custam R$ 230, com meia-entrada para estudantes.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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