Síria: o mais difícil vem depois do cessar-fogo

Imagem suposta de Homs no domingoApesar de parecer uma tarefa complicadíssima, o cessar-fogo na Síria pode ser a etapa mais fácil do processo, se comparada com as dificuldades que devem surgir depois.

A tênue trégua não se manteve em áreas como as sunitas de Homs onde os combates continuam.

O governo diz que se considera uma “fonte militar autorizada” e que “grupos terroristas armados” aumentaram a escalada da violência “histericamente” após a aprovação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que autoriza o envio dos primeiros 30 observadores.

A administração Assad diz que suas forças de segurança agiriam para impedir mais “ataques criminosos” de “grupos terroristas”. Ou seja, o cessar-fogo será descartado a qualquer momento que o governo julgar apropriado.

A oposição pede a implementação do plano de paz em seis etapas de Kofi Annan e diz que não permanecerá comprometida indefinidamente com uma trégua enquanto o regime comete violações.

Interesse de quem?

A ONU espera que a presença de observadores detenha os atos de violência estatal, mas isso não parece ser do interesse do regime. Na verdade, pode ser fatal para suas ambições.

E pode beneficiar a oposição, ao menos seus elementos que defendem uma solução negociada para o conflito – uma posição bem mais realista do que a dos que lutam pela deposição do regime.

Um dos pontos principais do plano de Annan é o que determina o retorno dos militares aos quartéis com seus tanques e armas pesadas. O prazo para isso expirou na última terça-feira.

O recuo não aconteceu porque o regime só controla algumas áreas, justamente por causa de seu poderio militar.

Se relaxar a mão de ferro, o governo pode perder grandes partes do país, seja para grupos armados rebeldes ou para uma população cujos corações e mentes já não tem há tempos a seu lado.

Manifestação na província de IdlibProtestos contra o governo ocorrem em diversas partes do país

Isso pode gerar um movimento capaz de atingir os dois grandes centros urbanos que vêm se mantendo relativamente calmos, a capital Damasco e Aleppo, com conseqüências graves para o regime.

Foi por isso que o governo aceitou inicialmente o plano, mas mudou de ideia e exigiu de última hora que os grupos armados entregassem suas armas, com garantias escritas de que Arábia Saudita, Catar e Turquia não apoiariam os rebeldes.

Se a oposição aceitasse as exigências, entraria em negociações em uma posição fraca, permitindo ao regime ditar os termos de um acordo.

Mas um cessar-fogo deixa algumas áreas em mãos rebeldes, como Homs e a província de Idlib.

Rússia

Putin e AssadA Rússia deve ser mediador de qualquer solução negociada entre governo e oposição

Está claro que a Síria pode resistir indefinidamente a sanções ocidentais, mas precisa cumprir as exigências feitas por seus aliados Rússia e China.

Também não se nega que será preciso pressão de Moscou para que aconteça qualquer cessar-fogo.

Para um eventual diálogo com a oposição, a Rússia deve ter papel fundamental e, de várias formas, o governo Putin deve ser o mediador.

A alternativa é o aumento da violência, com o regime tentando esmagar a oposição. Neste cenário, grupos armados por financiadores de outros países mergulhariam o país no caos com conseqüências regionais.

Isso não parece ser do interesse de Rússia, China ou outro aliado de Assad, o Irã, que correriam o risco de ver a Síria se transformar em um país hostil a eles, mais alinhado aos EUA e Arábia Saudita.

Kofi Annan/APAnnan negociou com Assad a aprovação de um plano de paz

Talvez a Rússia esteja apostando que os sírios consigam alguma fórmula que acomode os interesses oposicionistas e dos setores da sociedade a favor do regime atual (mesmo que apenas como uma alternativa em relação ao caos de uma guerra civil sectária).

Mas parece claro que o governo russo não está disposto a fechar os olhos para a repressão de Assad.

Uma solução pacífica para a Síria parece depender fortemente do esforço internacional de cooperação que permitiu a aprovação da resolução da ONU no sábado.

Mas a perspectiva de uma solução pacífica para o conflito de fato parece distante. O processo envolve um regime que luta por sua sobrevivência e já se mostrou disposto a fazer qualquer coisa para se manter no poder.

Para que qualquer plano seja bem-sucedido, a pressão sobre o regime de Assad deve ser exercida em cada etapa.

Fonte: BBC Brasil

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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