Situação do HRA deve ser resolvida até o fim de agosto, diz Cremepe
Uma solicitação de interdição do Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, foi entregue pelo corpo clínico da unidade e pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) na tarde desta quarta-feira (8). A decisão foi tomada durante uma reunião na sede do Cremepe, no Recife.
A falta de cirurgiões gerais é a principal queixa presente no documento. Segundo a presidente do Cremepe, Helena Carneiro Leão, uma escala provisória de plantão foi apresentada durante o encontro.
“Vamos acompanhar diariamente o número de atendimentos, as dificuldades do hospital e, até o final de agosto, a questão da interdição deve ser resolvida. Isso é muito dinâmico. Havendo o compromisso da promulgação do edital do concurso, isso vai se encaminhar melhor”, disse.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Mário Jorge Lôbo, mesmo as contratações temporárias são feitas de forma precária na unidade. Ele explicou que o abaixo-assinado do corpo clínico foi encaminhado ao Cremepe, que vai juntar o material com ofícios da Secretaria de Saúde e do Ministério Público, além de outros trâmites, e submeter à plenária do Cremepe.
“Quando houve a interdição do Cisam, foi diferente. Havia problemas estruturais, mais difíceis de resolver. Em Caruaru, o problema é com recursos humanos, acreditamos que o estado pode solucionar mais rápido, é uma questão de posição política, de fazer uma seleção simplificada. Existem mecanismos para evitar esse constrangimento, a recomendação foi feita pelo Ministério Público de Caruaru desde fevereiro”, argumenta Mário Jorge.
De acordo com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), a emergência do HRA, que cobre cerca de 87 municípios e é a maior do interior de Pernambuco, há alguns meses vem recebendo denúncias a respeito da falta de especialistas. “No HRA, de alguns meses para cá, a situação tem se tornado insustentável. Alguns plantões só têm um cirurgião, quando deveria ter de 4 a 5 – que é a demanda.
Alguns plantões não têm nenhum. O profissional fica sobrecarregado”, explicou Danilo Souza, diretor regional do Simepe em Caruaru.
O Simepe informou ainda que já realizou vários pedidos à Secretaria Estadual de Saúde (SES), para completar a escala – atualmente trabalham na unidade 11 cirurgiões gerais.
De acordo com Danilo Souza, em boa parte do tempo, apenas um médico fica no plantão da manhã ou um em plantão 24 horas; a necessidade seria de mais 20 cirurgiões. Por meio de nota, a direção do HRA comunicou que já está providenciando a reposição dos profissionais na unidade.
O Cremepe informou que já solicitou à Central de Regulação de Leitos (CRL) a restrição dos atendimentos na unidade até a solução definitiva do problema. Segundo os médicos, muitas cirurgias no hospital, há cerca de um mês, já estão sendo encaminhadas para a capital pernambucana. “Cerca de 20% de cirurgias que poderiam ser feitas lá são encaminhadas ao Hospital Getúlio Vargas (HGV).
A crise lá gera sufoco em toda a rede”, argumenta Mário Jorge.
A emergência do HRA conta atualmente com 40 leitos e realiza uma média de 70 cirurgias gerais de emergência por mês. A direção do hospital contou que a especialidade não vem sendo encontrada com facilidade, mas que está entrando em contato com alguns médicos para deixar a escala completa. Também por meio de nota, a SES ressaltou que não foi notificada oficialmente, mas vai analisar as reivindicações do Cremepe.
Interdição ética
A interdição ética é feita pelo Conselho Regional de Medicina e se baseia nos artigos 20 e 150 da lei 3.268 de 1957 e no Estatuto do Conselho Federal de Medicina. A interdição é aplicada quando o conselho verifica a falta de condições consideradas adequadas para o exercício da profissão e é direcionada à categoria e não à estrutura física da unidade de saúde.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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