STF deve analisar hoje legalidade de vara colegiada para julgar facções criminosas

O STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar nesta quinta-feira (8) a ação do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que pede a extinção da 17ª Vara Criminal da Capital, de Alagoas. Criada em abril de 2007, a vara é a única do país formada por um colegiado de juízes, que analisa apenas casos envolvendo facções criminosas.

Segundo a pauta de julgamentos do STF, o relator do processo, ministro Luiz Fux, deverá apresentar seu voto na sessão que tem início previsto para as 14h. Como outros 14 processos também estão na pauta desta quinta-feira, há também a possibilidade do julgamento ser adiado.

A 17ª Vara foi criada com objetivo de dar segurança aos magistrados que julgavam integrantes de facções criminosas, tirando o caráter individualista das sentenças. A medida foi elogiada em relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que considerou a iniciativa um dos melhores exemplos jurídicos dos últimos anos no Brasil. A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) também manifestou apoio à vara.

Segundo o Conselho Federal da OAB, a lei alagoana que criou a vara é questionável porque não haveria previsão legal para que um colegiado de juízes analisasse processos. A OAB alega ainda que a vara cria, indevidamente, uma tipificação criminal. Como a ação é contra a Assembleia Legislativa e o governo do Estado, a defesa da Vara no STF será feita pela PGE (Procuradoria Geral do Estado). O parecer da Procuradoria Geral da República foi a favor da constitucionalidade.

Caso o STF opte pela extinção, todas as dezenas de sentenças e mandados de prisão serão automaticamente extintos, e os processos terão que voltar às respectivas varas onde deveriam tramitar naturalmente.

Segundo o presidente da OAB em Alagoas, Omar Coelho de Melo, a ação de inconstitucionalidade tem como objetivo criar um debate sobre a legalidade da vara antes que os recursos cheguem ao STF –o que poderia resultar em anulações de processos no futuro. “Ninguém dentro da OAB é contra o combate ao crime organizado. Queremos a punição para todos os criminosos. Mas as questões constitucionais precisam ser resolvidas. O que a gente quer é evitar que processos julgados pela 17ª Vara venham, daqui a 10, 15 anos de tramitação, serem julgados inconstitucionais pelo próprio STF, o que pode gerar prescrições. Por isso a OAB resolveu questionar o caso”, disse.

Melo argumentou que a lei que criou a 17ª Vara Criminal não levou em conta princípios legais e precisa de uma chancela do STF. “Não existe no nosso sistema constitucional a possibilidade de uma vara de primeira instancia trabalhar coletivamente. Ela atinge a questão do juiz natural e cria a figura do ‘juiz sem rosto’”, afirmou, citando o modelo italiano onde os juízes que julgavam ações contra acusados de integrar a máfia não eram identificados.

Outro argumento da OAB é que a lei fere o regimento administrativo dos juízes. “Os juízes são nomeados em comissão, o que fere o princípio da inamovibilidade da magistratura –que diz que o juiz só sai de uma vara se quiser. Na 17ª Vara, eles passam dois anos e são reconduzidos ou não”, afirmou Melo.

A pedido do UOL, a PGE encaminhou parte da peça que argumenta pela legalidade da 17ª Vara e será apresentada durante o julgamento. “Alagoas é um Estado que comporta em si características especiais de violência. A realidade do ambiente implica a mudança de paradigmas. A necessidade da manutenção da 17ª Vara Criminal no nosso Estado não é apenas uma questão de observância à constitucionalidade, mas uma própria garantia de sobrevivência de magistrados e de enfrentamento da violência”, diz o documento.

A PGE ainda alega que a vara não criou uma tipificação penal, como denunciado. “O conceito de crime organizado, bem como o de organização criminosa, serve, só e tão só, para fixação de competência de juízo, tarefa, nas unidades federativas, das leis estaduais de organização judiciária. Não há, portanto, nem de longe, ofensa à competência privativa da União para criação de delitos.”

Sobre o colegiado, o argumento utilizado é de que ele é necessário para garantir a segurança dos magistrados. “A pluralidade é para proteção contra o crime organizado em Alagoas. Não seria possível uma vara contra o crime organizado composta por um só magistrado que viesse a enfrentar por anos, sozinho, o problema da criminalidade organizada em Alagoas.”

A vara

A ideia de criar uma vara colegiada em Alagoas surgiu após o avanço do crime organizado no Estado no início da década passada. O modelo, inédito no país, criou, em abril de 2007, um grupo formado por cinco juízes –nomeados a cada dois anos–, que analisa apenas ações contra facções criminosas.

Criador e coordenador do Núcleo de Combate ao Crime Organizado em 2006, que viria se tornar a 17ª Vara um ano depois, o juiz Diógenes Tenório afirmou ao UOL que a criação veio para dar segurança aos magistrados nas decisões contra grupos que aterrorizavam Alagoas. “O enfrentamento do crime organizado por um único juiz é algo muito difícil. Unidos, os magistrados têm mais capacidade de enfrentamento. Outro ponto importante é que, com a vara, você passou a dar a cada juiz uma tarefa específica”, explicou, afirmando que o modelo apresentou “excelentes resultados.”

Após a ação, várias autoridades estaduais saíram em defesa da vara. O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) chegou a visitar, em julho de 2011, o ministro Luiz Fux para pedir o voto pela legalidade da vara. À época, Vilela argumentou que a extinção da vara seria um retrocesso no combate à violência e causaria grande prejuízo à população do Estado mais violento do país.

O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Eduardo Tavares, também defendeu a manutenção da vara e disse que ela é fundamental para manter o combate ao crime organizado. “A 17ª Vara se revestiu de uma grande importância para o Estado. É evidente que ela deu certo, nos ajuda a combater a violência e faz escola –já que outros Estados querem montar vara semelhante. A vara não criou um tipo penal novo, como alegam, pois o crime organizado já existia. Ou seja, se há detalhes, devemos aprimorá-la, jamais extingui-la”, afirmou.

Fonte: Uol Notícias

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

essa instituicão esta agindo, como na ditadura prende sem provas,ate quem vai dar um depoimemto corre o risco de ser preso. é lamentavel que ponto chegou essa instituição. era bom que o ministerio publico analisa-se inumeras prisoes inregulares sem provas ;com depoimentos montados;e contraditorios , quem não lembra das afirmaçoês do sr: promotor alfredo gaspar de mendonça , da da ao fantástico juntamente com o gecoc quer em alagoas havia uma miliçia onde matavam os moradores de rua, expondo o estado e mais tarde foi provado que nada disso existia, que as mortes aconteçia devido a dividas de drogas, chega de holofortes da qui a pouco essa instituiçâo vai querer governal alagoas, como diz o ditado popular cada macaco em seu galho.

1 comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.