Suspeito de homicídio e foragido, John McAfee é um personagem à espera de Hollywood
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Respire fundo antes de ler: esta história envolve um assassinato, uma prostituta de 17 anos, envenenamento de cachorros, um comando antiguerrilha treinado pelo FBI, traficantes e um barão da tecnologia norte-americano, refugiado da polícia. Tudo isso num país de 350 mil habitantes chamado Belize, no calcanhar do México.
O protagonista se chama John McAfee, e se você usou um computador nos últimos 25 anos talvez reconheça seu sobrenome.
Em 1987, um ano depois de dois irmãos paquistaneses terem criado o primeiro vírus para computadores, McAfee desenvolveu um software que leva seu sobrenome para combater as pragas digitais.
Em cinco anos, a empresa iniciada na sala de sua casa na Califórnia valia US$ 80 milhões na Nasdaq. Em 2010, a McAfee Associates foi comprada por US$ 7,7 bilhões. O criador já estava longe –da empresa, da qual havia se desligado, e dos Estados Unidos. Dois anos antes, havia liquidado de um mês para o outro quase tudo o que tinha no país, incluindo um avião, um aeroporto no Novo México e um terreno equivalente a um bairro no Havaí.
Após fuçar na internet e se encantar por um terreno inspecionado por meio do Google Earth, mudou-se para Belize, na América Central.
Desde o dia 12 de novembro, McAfee, hoje com 67 anos, está foragido das autoridades belizenses, que querem interrogá-lo sobre a morte de um vizinho dele, um americano encontrado com um tiro na testa numa casa a 300 metros de sua principal propriedade no país.
O “guru do antivírus”, como o trata a imprensa americana, alega não ter nada a ver com o crime e que fugiu porque está sendo perseguido pelo governo, pela polícia e pelos traficantes locais. Ele já vinha tendo embates com as forças policias.
Na madrugada de 30 de abril, 31 homens de um grupo policial de elite do governo, treinado pelo FBI, haviam entrado em sua casa, rendido seus dez seguranças (o chefe deles já condenado 28 vezes) e levado McAfee num furgão para um presídio apelidado de A Casa da Urina.
A polícia suspeitava que ele estivesse fabricando drogas –o que não conseguiram comprovar. McAfee diz ter ficado detido numa cela de três metros quadrados.
A AMANTE DE 17 ANOS
Joshua Davis, repórter especial da revista “Wired”, foi a Belize conversar com McAfee em junho. Desde então, continuou investigando as peripécias dele no país, descritas no e-book “John McAfee’s Last Stand”, que colocou à venda na Amazon há uma semana.
Em entrevista à Folha, Davis diz que McAfee vivia atualmente com cinco mulheres belizenses em seu rancho de 10 mil metros quadrados. Todas aparentavam ter menos de 20 anos, e uma delas, uma prostituta de 17 anos chamada Amy Emshwiller, andava armada e já atirara contra o próprio McAfee.
Davis relata que ouviu uma conversa da garota na qual ela dizia que faria qualquer coisa contra quem mexesse com os cachorros da casa.
The Hinterland
Gregory Viant Faull, o americano morto, era um dos vizinhos de McAfee que já havia prestado queixas formais na polícia contra os latidos dos 11 cães do empresário. Semanas antes de seu assassinato, quatro animais tinham morrido envenenados.
No blog que criou durante sua fuga, onde descreve episódios como o dia em que se escondeu na areia para fugir da polícia, McAfee tem criticado Davis. Diz que o jornalista traiu sua confiança e fez sensacionalismo ao publicar fotos dele segurando armas.
Nas imagens, o homem magro e alto de 67 anos aparece sem camisa, com tatuagens tribais à mostra na pele craquelada de sol, portando uma escopeta.
À ESPERA DE HOLLYWOOD
Uma versão “autorizada” por McAfee de suas aventuras em Belize está sendo feita em história em quadrinhos pelo desenhista Chad Essley, que também tem ajudado o empresário com seu blog.
Essley ainda está desenhando e escrevendo “The Hinterland”, mas enviou à Folha algumas imagens inéditas (veja acima) condizentes com cenas descritas por Joshua Davis, como a imagem em que Emshwiller dispara contra McAfee em sua cama.
O quadrinista conta que conheceu o empresário por acaso, num fórum virtual, e que foi convidado por ele para passar um mês em Belize. McAfee queria que ele registrasse, em desenhos, as hostilidades que vinha sofrendo.
“Não aguentei ficar mais do que dez dias lá. Era tudo muito perigoso”, diz Essley. Ele afirma já ter recebido ofertas de agentes literários e de estúdios para adaptar a HQ.
Não se sabe como a história vai acabar, já que o empresário se recusa a se entregar ou a sair do país, mas McAfee é, desde já, um personagem à espera de Hollywood.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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