Umãs, 71 Anos de fundação
Antes do povoado havia nesta região uma tribo indígena de nome Aticum Umã – daí veio o nome Umãs.
Desde tempos imemoriais estas terra foram tidas como de propriedade da família Sá e morava nelas um homem chamado Ludovico, de origem não documentada, mas ao que tudo indica, descendente da tribo de índios citada, havendo nascido provavelmente em meados do século passado.
Este senhor Ludovico possuía animais de carga com os quais nos anos de dificuldade ia comprar mantimentos para si e sua família em lugares mais abastecidos como São Gonçalo (hoje Araripina).
Um fato curioso aconteceu em uma dessas viagens. Ao regressar para casa encontrou misteriosamente, na mala da farinha, uma imagem de São Sebastião.
Foi uma surpresa e uma alegria para a família toda. Veneraram em casa, São Sebastião por muitos anos.
Após uma grande seca e conseqüentemente a fome, Ludovico se viu obrigado a se desfazer da imagem do santo, foi a casa do Capitão Tonheiro de Sá e propôs trocá-la por um garrote para matar a fome de sua família pelo menos por algum tempo.
Na hora da refeição, Ludovico informa o acontecido a família e ninguém mais quis comer – todos choraram a perda da imagem.
Ludovico ficou emocionado e arrependido e foi à casa do capitão Tonheiro desfazer o negócio. Pagaria o garrote de outra forma, contando que ficasse com a imagem.
O Capitão Tonheiro, homem de bom coração, devolveu a imagem e perdoou a dívida.
Muito tempo depois, no ano de 1918, foi formado um mutirão no qual praticamente todos participaram (até as crianças ajudaram) para construir uma capelinha e nele entronizar definitivamente, a imagem de São Sebastião. As filhas de Ludovico (falecido) ficaram encarregadas de zelar a capelinha.
Fundação da Vila e 1ª feira
Em 1939 houve uma grande seca nesta região, os açudes secaram e muitas fontes se esgotaram. Mais da metade do rebanho bovino foi perdida.
O senhor Antônio Pereira Dum, proprietário e residente da Fazenda Sanharó, nas proximidades de Umãs, vendo a calamidade em que o povo desta região se encontrava, vendo o esforço que os moradores faziam para buscar alimentos em outras regiões, estudou uma forma para amenizar o sofrimento. Daí surgiu à ideia de se realizar feiras em Umãs – pelo menos encurtaria as distâncias para o abastecimento. Com seu sorriso franco, animou o povo, dizendo que tudo ia melhorar.
Em 1940, choveu cedo.
Para o povo foi como se despertasse de um pesadelo. Apesar do sofrimento, da fome, todos cuidaram bem de sua roças e a colheita foi boa.
O Senhor Pereira Dum, com a colaboração de Chico Tonheiro (filho do Capitão Tonheiro), Grangeiro Parente, Edésio Barros e outros homens de representação na vizinhança e também com o apoio do Cel. Veremundo Soares e outros chefes políticos de Salgueiro, apresentou a proposta de formação da Vila de Umãs e por unanimidade a ideia foi aprovada.
Para tornar seu sonho realidade convocou o povo para desmatar a área destinada à feira. Em 16 de dezembro de 1940 ficou acertado que a 1ª feira seria realizada no dia 05 de janeiro de 1941, primeiro domingo do ano.
Foi feita uma grande divulgação, com muita animação. A feira realizou-se como se havia planejado e foi um grande sucesso. Vieram negociantes de Terra Nova, Parnamirim, Cabrobó e outros.
Neste mesmo dia ficou combinado a 1ª Santa Missa para o dia 18 de janeiro, festejando-se antecipadamente São Sebastião – o celebrante foi o Pe. Antônio Boot.
Em 1944 constataram que a imagem tida como São Sebastião, imagem quase centenária, era na verdade o Senhor Bom Jesus. Como a devoção a São Sebastião já era bastante forte, havia a necessidade de adquirir uma imagem do Santo. O Sr. Idalino Bezerra foi então o doador.
Devido ao aumento do povoado, a capelinha se tornara pequena e todos se juntaram para construir uma maior neste mesmo ano.
Apesar do esforço e boa vontade, só em 1948, a capela teve condições de receber o seu Santo Padroeiro.
O doador da Imagem veio trazê-la em meio de festas, acompanhado de banda de música e de numerosos devotos.
Em 13 de dezembro de 1948, o povoado foi oficializado como Distrito.
Por Sávio Barros.Umãs-PE
Terrinha boa.Umãs é só alegria,Parabéns!
71 anos de muita hospitalidade.