Vendas fracas das concessionárias do Grande Recife reduzem crescimento do comércio no 1º semestre
O comércio da Região Metropolitana do Recife (RMR) fechou o primeiro semestre de 2012 com alta de 1,7% nas vendas, na comparação com igual período de 2011. O crescimento do setor foi derrubado pela queda de quase 19% nas vendas das concessionárias de veículos. Embora a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros novos tenha ajudado a alavancar os negócios do setor, a medida só foi anunciada no fim de maio, não sendo suficiente para anular o resultado ruim dos meses anteriores. Caso não seja prorrogado, o benefício fiscal termina no dia 31 de agosto, o que deve refletir negativamente nos índices a serem registrados no segundo semestre.
Se o faturamento das concessionárias não fossem considerados, o incremento do comércio seria de 7,2%. Isso porque os demais segmentos apresentaram resultados positivos no primeiro semestre, com destaque para lojas de utilidades domésticas e materiais de construção, que incrementaram seu faturamento em mais de 10%. No mês de junho, o faturamento do comércio cresceu 2,3%. “Por conta da redução do IPI, as vendas de automóveis aumentaram mais de 16%. Mesmo assim não foi suficiente para reverter o mau desempenho no semestre”, reforçou o consultor da Fecomércio, Luiz Kehrle.
No entanto, para o consultor, o grande destaque na comparação de junho com maio é o ramo de calçados, que teve aumento de quase 30% nas vendas. “Este resultado repete o desempenho registrado em anos anteriores e pode ser explicado pelo aumento da demanda no Dia dos Namorados, somada àquela proveniente dos ‘arrasta-pés’ típicos do período junino”, afirma Kehrle. No acumulado do ano, a massa de salários aumentou 8% em termos reais, percentual que se aproxima de 10%, quando se deixa de fora as concessionárias de veículos. O número de empregados cresceu 2,8%.
Por conta da recessão na economia, o varejo da RMR deve terminar 2012 com alta de 5%. A previsão, no início do ano, era de 6,5%. “Em concordância com a redução das expectativas em relação a renda e ao crédito no país, verificada durante o primeiro semestre, reduzimos nossa previsão de crescimento das vendas reais”, justifica o consultor José Fernandes de Menezes, também da Fecomércio.
A expectativa de crescimento da economia brasileira para 2012, ao final do semestre, viu-se reduzida para menos de 2%, com INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) inferior a 5%, mesmo com a expectativa de a Selic – taxa básica de juros da economia – ser reduzida para 7,5% até o fim do ano. Para Pernambuco, a previsão de crescimento do PIB também contraiu-se. “Ao se iniciar o segundo semestre, um incremento na renda em torno de 4% é uma previsão razoável”, diz Menezes.
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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