Quem costuma circular de carro pelo Centro do Recife sabe: encontrar uma vaga para estacionar é muito difícil. Principalmente nos bairros de São José e Santo Antônio. A região é repleta de carrinhos e barracas de vendedores ambulantes, mas agora eles também estão ocupando as áreas de estacionamento de Zona Azul, uma opção mais barata para quem não quer pagar por uma vaga em imóvel particular. O problema foi mostrado em reportagem exibida pelo NETV 1ª edição desta quinta-feira (7).

De acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), cada cartão de Zona Azul custa R$ 1 e dá direito ao motorista estacionar de duas a cinco horas, dependendo do local. A reportagem, no entanto, visitou quatro ruas movimentadas do comércio do centro e encontrou irregularidades em todas elas. Na Rua da Concórdia, ambulantes usam as vagas de Zona Azul para vender lanches. Eles abrem o porta-malas e fazem da rua e da calçada uma espécie de lanchonete. Tudo isso ao lado de guardas da CTTU.

Um dos ambulantes explica que consegue ocupar o local durante todo o dia porque renova o cartão de Zona Azul a cada duas horas. “Como a gente tem autorização da prefeitura, da Dircon, a gente está autorizado a colocar, desde que, se você observar, está um Zona Azul nesse carro”, conta o comerciante José Carlos de Arruda, que chega ao local por volta das 6h30 e só sai às 19h. Perguntado sobre a suposta licença que o autoriza a comercializar produtos na área, ele disse que não a portava no momento da entrevista.

Na Rua das Calçadas, bairro de São José, a reportagem do NETV contou 14 carros estacionados em área de Zona Azul. Eles vendem de tudo: desde roupas a comidas e plantas. “A gente tem que procurar estacionamento privado porque senão fica rodando e não encontra lugar”, reclama o técnico em informática Euclides Nascimento.

A situação se repete nas ruas Tobias Barreto e da Palma. Nesta última, cinco carros de vendedores de lanches ocupam as vagas de Zona Azul. O motorista Anderson de Lima, que trabalha na região, afirma que costuma passar, em média, 40 minutos por dia à procura de um lugar para estacionar. “Se vier algum guarda para notificar, tem que ficar rodeando até encontrar uma vaga. Um [estacionamento] particular custa uma hora em torno de 15 a 20 reais”, reclama.

Nas quatro ruas visitadas, há apenas 266 vagas de Zona Azul, de acordo com a secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc). São 73 na Rua das Calçadas, 32 na Tobias Barreto, 117 na Rua da Palma e 53 na Concórdia. A secretaria informou que a gestão da Zona Azul no Recife será mudada para um sistema de monitoramento eletrônico, que conta o tempo que cada carro gasta nas vagas rotativas. Março de 2014 é o prazo para esse controle entrar em vigor.

Com relação aos ambulantes, a Semoc ainda informou que eles não têm autorização para fazer comércio nas ruas do centro. Já a Diretoria de Controle Urbano (Dircon) explicou que fez um recadastramento para organizar a atividade desses ambulantes no Centro do Recife e que, até o momento, 14 ruas, além da Ponte da Boa Vista, estão sem camelôs.

Fonte:G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)