Campeã de audiência

Francisco Cuoco e Regina Duarte formavam o casal protagonista da novela - DivulgaçãoReza a lenda que, na noite de 4 de outubro de 1972, todos os televisores ligados no Rio e em São Paulo sintonizavam a Globo. Todos, sem exceção. A incrível marca de 100% de ibope fora conquistada pelo capítulo 152 da novela Selva de Pedra, em que Rosana, ou melhor, Simone, era desmascarada por Cristiano, na polícia. Um sucesso creditado especialmente à habilidade da criadora Janete Clair em manipular a emoção popular. Em homenagem aos 40 anos da novela, a Globo Marcas lança agora um pacote de DVDs com seis discos com mais de 21 horas de duração.

Selva de Pedra foi originalmente ao ar entre abril de 1972 e janeiro de 1973, e reprisada em 1975, em forma compacta, também às 8 da noite, na vaga de Roque Santeiro, censurada em sua estreia. Janete, que escrevia sua quarta novela seguida no horário nobre (antes, vieram Véu de Noiva, Irmãos Coragem e O Homem Que Deve Morrer), contava a história de Cristiano (Francisco Cuoco), moço simples do interior que, depois de cometer um crime em legítima defesa, refugia-se na casa de Simone (Regina Duarte), jovem escultora por quem se apaixona.

Eles se casam e, no Rio, Cristiano, ambicioso, envolve-se com Fernanda (Dina Sfat), charmosa acionista do estaleiro onde ele trabalha. Dividido entre as duas, Cristiano avalia a possibilidade de matar a jovem pobre para se casar com a rica, o que quase acontece quando Simone sofre um acidente e é dada como morta (ela ressurgiria como Rosana). Mas a censura do regime militar da época obrigou Janete a mudar o curso de sua história, pois o galã não poderia se unir com a rica porque já era casado com a moça pobre – mesmo acreditando que ela estivesse morta. A autora teve de inutilizar 22 capítulos e várias cenas foram regravadas.

Regina Duarte e Francisco Cuoco formaram um dos mais famosos casais televisivos dos anos 1970, garantia de sucesso de ibope. Seus papéis foram vividos por Tony Ramos e Fernanda Torres, no remake de Selva de Pedra que a Globo produziu em 1986. Sobre a experiência na novela, Regina respondeu às seguintes perguntas.

Qual foi sua inspiração para compor o papel de Simone?

O texto da Janete já oferecia uma proposta clara do caráter independente, meio petulante/atrevida que a heroína devia conter. Daniel Filho dirigia pedindo que fôssemos sinceros e bem desenvoltos. Quando entrou para assumir a direção, Walter Avancini adotou um estilo formal de planos bem fechados, que exigiam um minucioso posicionamento nosso na cena para não atrapalhar o delicado trabalho dos câmeras. Ele e Daniel eram mestres! Sempre nos davam indicações preciosas de como reagir a cada nova situação vivida por nossos personagens.

Selva de Pedra teve vários momentos de picos de audiência até hoje difíceis de conquistar. Vocês tinham consciência desse poder da novela? Como lidavam com isso?

Nos anos 70, eram naturais os altos índices de audiência, já que o “circo” dos brasileiros era basicamente futebol e novela. Não havia a multiplicidade de opções como existe hoje. Dar 90% era corriqueiro e, quando Selva bateu os 100%, lembro que o Daniel trouxe a notícia para a equipe com entusiasmo. Ficamos um tempinho comentando quanto aquilo nos gratificava e em seguida prosseguimos gravando, naturalmente. Havia sempre muito trabalho a ser feito.

Como aconteceu em outras novelas, a censura da época obrigou Janete Clair a mexer no roteiro original. Como vocês lidavam com essa vigilância do governo militar?

Era insultante. Nunca consegui digerir o absurdo da interferência do governo em assuntos de arte e criatividade. Ficávamos regravando cenas sem o menor sentido, perdendo frente nos capítulos a serem exibidos e muitos de nós fomos a Brasília várias vezes para solicitar liberações e protestar. Era como ter que gravar duas novelas no espaço e tempo de uma. Para não ter que reprisar capítulos e frustrar o público, sempre ávido pela continuidade da história, vivíamos um corre-corre de gravações que era desesperador.

Como foi rodar uma das cenas mais importantes da novela, o acidente de carro de Simone?

Foram dois ou três dias de externas sob um sol escaldante na serra que leva a Petrópolis. Lembro que não havia protetor solar naquela época, eu usava um chapéu de palha para me proteger. O local onde o carro derrapou, rolou ribanceira abaixo e depois incendiou, era um dos pontos mais bonitos da paisagem e passou a ser parada obrigatória para fotos por parte dos turistas. Lembro que o carro permaneceu lá por muitos anos. Naquele tempo, era uma ousadia técnica fazer um acidente daquelas proporções. O trânsito da estrada teve que ser interrompido várias vezes e isto fazia com que alguns motoristas passassem depois por nós esbravejando e xingando por termos atrasado sua viagem. Estávamos todos excitados, concentrados em realizar com precisão cada indicação do diretor. Lembro que dispensei dublê para as cenas em que eu aparecia dirigindo aceleradamente na descida, sempre gostei de dirigir. Quando as tomadas resultavam certas de todos os inumeráveis pontos de vista (luz, enquadramento, som, foco etc), vibrávamos com muita emoção. No dia em que a cena foi ao ar, nos reunimos para assistir juntos.

Fonte: Estadão

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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