Comércio não se preparou para Copa das Confederações, diz pesquisa

Faltando menos de dois meses para o início da Copa das Confederações, mais da metade dos comerciantes brasileiros ainda não se preparou para receber os turistas que devem circular pelo país durante os jogos. Pesquisa inédita encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), divulgada nesta terça-feira (23) em São Paulo, revela que 59% dos entrevistados admitiram não estar se preparando para o evento. Destes, 25% alegam que não estarão preparados para o evento e 28% dizem que não vão se preparar.

De acordo com a pesquisa, a cidade que mais está se preparando é Salvador (54%), enquanto Brasília (66%) surge como a que menos vem se preparando para o evento.

A pesquisa foi feita junto a 1.276 empresários do setor de comércio e serviços das seis cidades que vão receber a Copa das Confederações – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Entre os empresários que estão se preparando, 42% responderam que começaram os preparativos há menos de três meses. Entre aqueles que dizem estar se preparando, 51% afirmam que estão treinando sua equipe; 42% falam em ampliação do estoque; 37% estão aumentando a variedade de produtos; e 20% estão investindo na infraestrutura do estabelecimento, entre outros fatores citados.

“Copa das Confederações é o jogo preliminar da Copa do Mundo. (…) Esses eventos servem basicamente para tornar o nosso país realmente conhecido lá fora, para que se crie perenidade no fluxo de turistas estrangeiros. Se a gente não estiver preparado, vai acontecer o efeito África do Sul, onde isso não foi alcançado, e não vai acontecer o efeito Alemanha, onde isso foi muito alcançado”, diz Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.

Embora o levantamento revele que 83% de todos os varejistas entrevistados acreditam que eventos como a Copa das Confederações tragam novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios, a maioria  dos comerciantes – 84% deles – nunca participou de palestras ou treinamentos de capacitação no atendimento ao turista.

Ao serem questionados sobre qual seria o principal aspecto em que seu funcionário deve estar preparado para receber os turistas da Copa das Confederações, 39% citaram o bom atendimento e 33% mencionaram o conhecimento e fluência de outros idiomas. “Um dos principais gargalos hoje talvez possa ser a língua. Não vi ainda nenhum cardápio – salvo de restaurantes mais sofisticados – de bar e restaurante simples que tenha a tradução dos pratos em inglês. São atitudes relativamente simples e que podem ajudar muito”, comenta o presidente da entidade.

Para Pellizzaro Junior, a questão do atendimento no Brasil ainda é muito mal compreendida pelo comerciante. “Ele acha que bom atendimento é colocar um vendedor colado no cliente. A loja estar climatizada, ter uma iluminação adequada, quais cartões eu recebo, não explorar no câmbio, não precisar de um vendedor para achar um produto, atender bem é tudo isso. Atendimento é feito pela loja como um todo, não por um vendedor.”

Setores
Tendo em vista a percepção dos empresários quanto à infraestrutura que o Brasil tem atualmente para receber a Copa das Confederações, o país foi considerado despreparado na maioria dos quesitos avaliados.

Transporte público (91%), saúde (91%), estacionamento (86%), segurança pública (84%) e infraestrutura acessível à pessoas com deficiência (84%) aparecem como os setores mais despreparados para os entrevistados.

No outro extremo, bares e restaurantes (73%), comércio em geral (70%) e hospedagem (65%) são citados como os setores mais aptos a receber a Copa das Confederações. “59% não fez nada, mas acha que está preparado para receber esses eventos”, critica Pellizzaro Junior.

Expectativa de vendas
Entre os entrevistados, 81% afirmaram acreditar que as vendas vão aumentar devido ao evento. “Ele acha que vai aumentar as vendas, mas vai ter que brotar do chão, porque não se preparou, não vai se preparar. Ou seja, ele sabe que vai vender mais, mas não está se estruturando para isso. Está como os nossos aeroportos, que até agora a gente só viu maquiagem no processo”, diz.

Para 63% dos varejistas entrevistados, o poder aquisitivo do turista que virá para a cidade em razão da Copa das Confederações será diferente do comportamento do cliente atual, assim como 60% acreditam que haverá diferença na nacionalidade.  “Quando eu mudo poder aquisitivo e mudo nacionalidade, se eu não mexer no portfólio, eu não estou preparado”, diz Pellizzaro Júnior.

Em contrapartida, 72% dos comerciantes acham que as formas de pagamento exigidas pelos novos clientes será igual à da base atual de clientes.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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