Wendy Davis, uma destemida senadora norte-americana, se tornou um sucesso na internet após impedir a aprovação de um projeto de lei que reduziria severamente o direito ao aborto no Estado do Texas, nos EUA. Se fossem aprovadas as mudanças na lei, apenas 5 das 42 clínicas que realizam abortos no Estado do Texas continuariam a funcionar.

A congressista planejava passar 13 horas discursando, na última terça-feira (25), para atrasar a votação final do projeto. Como não podia ser interrompida, desde que seguisse certas regras como não ir ao banheiro e não se sentar ou apoiar na bancada, Wendy permaneceu falando até quase meia-noite, horário que se encerrava o prazo para a votação.

— Qual é o objetivo dessa lei? Pode ser apenas um desejo de limitar o acesso das mulheres à saúde, a abortos seguros, a estarem constitucionalmente protegidas no Estado do Texas?

Calçada com um par de tênis cor-de-rosa, a senadora permaneceu falando por mais de dez horas, até que um requerimento judicial trazido pelos adversários republicanos a obrigou a parar de falar.

Mas Wendy não estava sozinha. Segundo informações do jornal americano USA Today, os esforços da senadora se juntaram aos de centenas de manifestantes que se reuniram na galeria do Senado para ajudá-la a impedir a aprovação do projeto.

Segundo o vice-governador do Texas, David Dewhurst, os republicanos não conseguiram fazer a votação a tempo porque nos últimos 15 minutos, antes que o prazo acabasse, manifestantes que estavam no local começaram a gritar e impediram que os votos dos senadores fossem ouvidos.

“Ela é uma grande batalhadora”, disse Cecile Richards, presidente de uma instituição que arrecada fundos para incentivar o planejamento familiar.

— Ela disse que iria fazer alguma coisa, e fez.

A luta da senadora, de 50 anos, que superou as dificuldades de ser uma mãe divorciada na adolescência, e se formou com honras pela faculdade de direito de Harvard, se espalhou rapidamente pela internet. Em apenas um dia, ela passou de 1.200 para 20 mil seguidores no Twitter.

Segundo o jornal The Guardian, até mesmo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tuitou seu apoio à senadora. A transmissão ao vivo do discurso, no YouTube, também teria ultrapassado os 100 mil espectadores.

O projeto de lei que não foi aprovado iria tornar ilegal a prática do aborto após 20 semanas de gestação, além de fechar a maior parte das clínicas que fazem esse procedimento no Texas.

Os poucos consultórios que ainda continuassem a funcionar também deveriam passar por reformas em suas instalações para serem classificados como centros cirúrgicos ambulatoriais.

Diante do fracasso na votação, o governador do Texas, o republicano Rick Perry contrariado pelo resultado, pediu para que o projeto de lei que restringe o aborto no estado retornasse à pauta do Congresso. De acordo com a legislação local, o líder pode convocar outra sessão em um prazo de 30 dias. Por isso, no próximo dia 1º de julho, os parlamentares texanos voltarão a discutir a nova lei.

Fonte: R7

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)