Corpo de Dominguinhos é velado na Assembleia Legislativa, no Recife
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O corpo do cantor e compositor Dominguinhos está sendo velado, na manhã desta quinta-feira (25), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O artista faleceu na última terça (23) no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.
Segundo Guadalupe Mendonça, ex-mulher e amiga de Dominguinhos, o enterro será às 16h desta quinta-feira (25) no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. A gerência do cemitério confirma a informação. A previsão é de que o corpo saia da Alepe às 14h30 em direção ao cemitério. O local do enterro não é um consenso entre os parentes. “Eu ouvi uma gravação em que meu pai dizia que seu último desejo era ser enterrado em sua cidade natal, Garanhuns. Eu pedi que esse desejo fosse respeitado, mas não quero briga. Por mim, ele seria enterrado no Rio de Janeiro, onde o pai e irmãos também foram enterrados”, disse o filho do Dominguinhos, Mauro Moraes.
Com o dia ainda escuro, alguns fãs do artista já aguardavam em uma fila organizada do lado de fora da Assembleia. Na porta da Alepe, o filho de Dominguinhos, Mauro José Silva de Moraes, se aproximou para ouvir as homenagens dos fãs, que cantam a obra do sanfoneiro. Um dos artistas que foi ao local logo cedo prestar homenagem foi o cantor de forró Alcymar Monteiro. Junto com os fãs, ele entoava músicas de Dominguinhos.
Na fila, a historiadora paulista Eloá Chouzal estava emocionada. “Eu não o conheci, apenas através da música. Estou aqui trabalhando em uma pesquisa para o museu de Luiz Gonzaga, não podia deixar de me despedir. A cultura sofre hoje de várias formas, ele era um grande músico e uma grande pessoa”, afirma Eloá.
Liv Morais, filha de Dominguinhos, se emocionou durante o velório do pai. A cantora começou a carreira por influência dele, fazendo vocais das músicas do mestre e viajando em turnê por todo o país. “Comecei a cantar com 19 anos, depois que comecei a ganhar mais confiança. O que eu tenho é minha voz para passar as músicas dele, as músicas que ele gostava que eu cantasse. Fiz um show para ele no São João e foi muito difícil porque a cada música eu me lembrava dele, mas continuei cantando. Tenho certeza que ele me quer cantando”, declarou.
“O amor que todo mundo tem por ele é tão grande! Eu fico muito feliz e emocionada. Ele marcou não só na música, mas todo mundo também ama a pessoa dele e com certeza sente falta”, declarou.
Amigo da família de longa data, o bancário e pesquisador Paulo Vanderley conta que sempre vai lembrar da genialidade musical de Dominguinhos. “Só que, por incrível que pareça, quando o conhecia, ele era um ser humano superior ao músico. Vou guardar muitas lembranças dele”, diz, emocionado, Vanderley.
Logo cedo a família já aguardava ao lado do caixão. Saviano do Acordeon, irmão de Guadalupe, prestou uma homenagem ao ex-cunhado tocando canções do músico. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também chegou cedo para prestar uma última homenagem ao músico pernambucano. “Esse é um momento de muita dor para todos. Dominguinhos deixa para nós duas grandes lições. A primeira é o talento, a importância da música, não só para o forró, mas a música como um todo como um caminho para uma vida melhor para nossos jovens. A segunda é a luta pela vida, ele lutou até o final”, afirma o prefeito.
O cantor Alcymar Monteiro aponta que Dominguinhos é uma verdadeira escola para os músicos que surgem agora. “Luiz Gonzaga inventou o forró, mas Dominguinhos o modernizou tanto em sua forma, quanto em seu conteúdo. Todos deveriam estudar sua obra”, defende.
Indefinido
A ex-mulher e amiga de Dominguinhos, Guadalupe Mendonça, também esteve presente no velório na capital pernambucana. Ela contou que estava sem dormir há quase 48 horas com as organizações do velório em São Paulo e no Recife, mas ainda não tinha nenhum horário e local definido para o enterro. “Não temos previsão. Estou deixando tudo acontecer”, relatou, na manhã desta quinta-feira (25). Em entrevista, Guadalupe se mostrou em paz com a morte dele. “Estou feliz, estou feliz porque sei que ele está aqui. Sou espiritualista, eu sinto. Os últimos meses haviam sido difíceis, não dava mais, estava sem controle. Acho até que ele escolheu e eu senti aliviada por ele. Ele foi tranquilo”, disse Guadalupe.
Quando o portões se abriram, às 8h da manhã, os fãs e pessoas que aguardavam do lado de fora puderam entrar no local ao som do acordeon de Saviano, irmão de Guadalupe. Para ele, tocar no velório de Dominguinhos é uma forma de retribuir todos os ensinamentos do sanfoneiro. “Ele me dizia ‘pratique, pratique, nunca pare. Continue animando o povo’. Isso para mim é minha vida, tocar sanfona”, afirmou o músico. “Eu viajei boa parte do mundo e a gente não sente o carisma que Dominguinhos passava para as pessoas em cima de um palco. Ele cantava e tocava como se a sanfona fosse parte dele e ele, parte da sanfona”, disse o acordeonista.
Cezzinha, um dos músicos da atual geração que herda o estilo musical de Dominguinhos, declarou que tem muito a levar de ensinamentos do falecido ídolo. O principal deles tem a ver com bondade. “Simplicidade e dar oportunidade aos amigos. Querer o bem de tudo e deixando a música em primeiro lugar, com o coração”, disse o artista. Comparado a Dominguinhos em diversos aspectos, o músico disse que isso não o incomodava e se sente até lisonjeado com os comentários, de forma que pretende levar o nome adiante. “Ele é meu ídolo maior, convivi com ele. Fico muito feliz em poder lembrar isso tudo de uma forma séria e correta. Relembrar um artista que sempre teve compromisso com a cultura e arte da terra. Ele está bem melhor agora, a gente aqui vai fazer nossa parte para não deixar a cultura cair”, concluiu.
São Paulo
O corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo desde a madrugada de quarta (24) e partiu para o Recife às 23h10 do mesmo dia. O velório no Recife estará aberto ao público a partir das 8h a pedido da família, já que os parentes ainda não tiveram um momento sozinhos com o corpo na capital paulista. Ainda não há informações sobre data e local do enterro do cantor – cemitérios em Paulista, no Grande Recife, e em Garanhuns, no Agreste, são as principais opções.
O artista morreu aos 72 anos. Ele lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão. De acordo com o hospital, o músico morreu às 18h em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas. Ao longo do tratamento, ele desenvolveu insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Dominguinhos foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro. Antes, esteve internado por um mês em um hospital no Recife.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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