Desde o nascimento, o rock and roll foi todo mundo junto e misturado

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Embora nunca tenha se resumido à um simples ritmo, é a música, batizada oficialmente pelo DJ Alan Freed em 1951 – mas já haviam registros da expressão em discos de Rhythm & Blues pelo menos quatro anos antes – que o dia 13 de julho comemora. É o Dia Internacional do Rock, o ritmo que embala gerações há mais de 60 anos e criou tantas ramificações que fica difícil resumir tudo naquelas duas palavras. E à medida que o tempo avança, mais e mais elementos vão ‘engordando’ – para alguns emagrecendo – o original.

Mas a própria essência do ritmo já é, em si, uma mistura. O rock nasceu do gospel, folk music, country, blues e o já citado rhythm & blues – já uma variação do próprio blues. Não por acaso, muitos dos primeiros roqueiros que entraram para a história nasceram nesses meios, como Elvis Presley, Little Richard e Jerry Lee Lewis. Os primeiros discos gravados tinham forte influência do country. Nada mais justo, pois seus intérpretes vinham do interior dos EUA. Era a ‘ala branca’ do gênero, formada por Elvis, Carl Perkins e Jerry Lee. Do outro lado, a turma negra, com um fraseado calcado no R&B e gospel, capitenados por Chuck Berry, Richard e Fats Domino.

O ano que pode ser considerado como Marco Zero é 1954, quando Elvis gravou That’s All Right (Mama) e Bill Haley and His Comets veio com Rock Around the Clock. Esta última é considerada a bomba atômica, cujos estilhaços ecoam ainda hoje. Como toda novidade, as reações foram negativas entre os mais velhos. Enquanto a turma jovem adotava penteados extravagantes, usava calças jeans e jaquetas de couro, os pais ficavam escandalizados com o a postura extravagante e sexualmente ambígua de Little Richard e o rebolado insinuante de Elvis Presley – ao ponto de só permitirem que o Rei fosse filmado da cintura para cima em suas apresentações na televisão.

O estilo começou a ganhar outros tipos de interpretação a partir da década seguinte, a de 1960, que pode ser considerada a fase da consolidação. Primeiro porque passou a ser maciçamente consumida pela geração que nascera durante a Segunda Guerra e sofreria os impactos econômicos nos primeiros dez anos depois dela. Segundo: o velho continente, a Europa passou a produzir música de muita qualidade, leia-se Inglaterra.

Foi da esfumaçada ilha que saíram os novos reis. Formados no alvorecer da década, os Beatles, de Liverpool, multiplicaram por quatro o que Elvis fizera nos 50. No seu rastro, vieram os Rolling Stones, nascidos e criados nos subúrbios londrinos. Os primeiros trouxeram além da música com harmonias vocais e riffs inovadores, todo um trabalho de marketing, que ia desde o visual dos músicos ao licenciamento de marca. Não menos manipulados por empresários, os Stones apareceram justamente como a antítese dos Beatles, inclusive musicalmente. Bebiam na fonte dos blues de Muddy Waters, John Lee Hooker e Robert Johnson. Eram sujos, desgrenhados e malvados. Também deu certo.

Quanto mais as canções – e agora também roupas, cabelos e acessórios – mais a influência se disseminava. E logicamente outras receitas entravam no caldeirão. Bob Dylan retomou a tradição da música folk. Os Doors incluíram misturaram jazz, flamenco, poesia simbolista e teatro, levadas pelo tecladista Ray Manzarek e o baterista John Densmore, além do guitarrista Robbie Krieger e o vocalista Jim Morrison. Um som mais cru, vindo das ruas pôde ser ouvido pelo Velvet Underground.

A segunda metade da década talvez tenha sido a mais experimental de todas, acompanhando o desenvolvimento tecnológico. Estúdios melhores permitiram expandir a linguagem, também turbinada por drogas como LSD, maconha e a recém-descoberta heroína. Os Beach Boys incluíram música barroca, os próprios Beatles passaram a experimentar mais usando cordas, sobreposições e duplicações de vozes.

ANOS 1970

A primeira bomba do novo período foi a separação dos Beatles. “O sonho acabou”, frase cunhada por John Lennon deu o tom do fim e do recomeço. O rock desse período entrava em cena mais mais maduro, tanto musicalmente quanto no comportamento. Os roqueiros, que já ensaiavam engajamento político desde os primórdios com Bob Dylan, entraram em outro nível. A crise do Petróleo de 1973 e muitos movimentos humanistas e em prol do meio ambiente agitaram a juventude, assim como intensificaram-se os protestos contra a Guerra do Vietnã – terminaria em 1975. O escândalo de Watergate rendeu a saída do presidente norte-americano Richard Nixon. O crescimento da economia da União Soviética provocou uma cruzada no mundo capitalista contra uma onda comunista. Esse movimento tomou corpo na América Latina, com o endurecimento dos regimes militares no Brasil, Argentina e Chile.

A Guerra Fria seguia a pleno vapor e, com isso, as inovações tecnológicas subiram mais alguns degraus. Obviamente isso respingou na música. Era a época do rock progressivo, das longas suítes, que chegavam a tomar até um lado inteiro de um disco. Bandas como Genesis, Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer e King Crimson. A música ‘eletrônica’ da década atingiria seu auge com os alemães do Kraftwerk. O lado mais barulhento não ficou relegado, já que o Led Zeppelin chegaria ao auge de sua popularidade até o meio da década. No seu rastro, o recém-nascido Black Sabbath, com guitarras mais distorcidas e letras obscuras, e o Deep Purple.

Na metade final, novas mudanças, cada vez mais radicais. A imagem ganhou importância – leia-se chocar. Maquiagem pesada, plumas e paetês chegavam a confundir quem era homem e quem era mulher. David Bowie que o diga. O estilo foi batizado de Glam (de glamour) Rock. T-Rex, Roxy Music eram os expoentes, diga-se de passagem como boa música também. A reação a tanta maquiagem veio de Nova Iorque. Formados por quatro rapazes, cada uma com um pé na marginalidade, os Ramones trouxeram de volta o básico: guitarra, baixo e bateria. Tudo rápido como um comercial de televisão. Sem solos de guitarra, teclados e purpurina. As palavras do próprio vocalista, Joey Ramone: “Quando começamos os discos de rock tinham uma música de cada lado cheias de solos de guitarra e teclados insuportáveis. Trouxemos de volta a energia ao rock and roll”.

O quarteto influenciou musicalmente o que se chamou por punk. A estética foi trabalhada em cada detalhe por Malcolm McLaren. A maquiagem dava lugar a muito couro, correntes e tachas de metal, cabelos curtos e eriçados. E uma postura para lá de agressiva. Casou perfeitamente com o momento pelo qual passava a economia da Inglaterra, com o desemprego batendo recordes. “Não há futuro”, berravam os Sex Pistols, a banda forjada por McLaren nos porões de sua loja. Agora, a técnica refinada dos progressivos pouco importava. O que contava era a atitude. E todo garoto que soubesse três acordes virava músico. Surgiram Clash, Television, Dead Boys, Misfits, Dead Kennedys…

ANOS 1980

A agressividade dos punks durou pouco tempo. A virada para os anos 1980 trouxe de volta o eletrônico, a discoteca e um novo rei para a música pop. Surgido ainda nos 1970 como o mais jovem do Jackson Five, Michael Agora decolava em carreira solo. Além da genialidade musical, o cantor colocou o videoclipe num patamar nunca antes imaginado. Se antes servia apenas como uma forma de vender a música, Jackson criou pequenos filmes, onde as canções ganhavam outra forma de serem interpretadas. O marco inicial foi Thriller, música-título do álbum. Dos 5:57 da música, Michael e o cineasta John Landis criaram um curta de quase 14 minutos contando uma história de terror, que começa no cinema e tem seu auge quando um grupo de zumbis emerge das catacumbas de um cemitério suburbano. Para terror da namorada, o cantor também se torna um zumbi e passa a cantar e dançar com os monstros. O disco, lançado no fim de 1982 vendeu tanto que hoje existem apenas estimativas que entre 51 e 65 milhões de cópias foram vendidas. Nem é preciso escrever que é o mais comercializado de todos os tempos.

Na verdade, Michael Jackson foi um dos primeiros a perceber o potencial da nova linguagem desde a fundação da MTV (Music Televison), um ano antes. Calcada nas imagens em movimento das músicas, a nova década passou a explorar esse novo filão. Quanto à música, os resquícios dos anos 1970 ramificou-se em new wave, um pop politizado nas letras mas leve na sonoridade ou viagens existenciais. Foi a época de U2, The Cure, The Smiths e R.E.M. O som mais pesado ficou garantido com o heavy metal mais pesado de Slayer, Venon e Anthrax, batizado de trash metal, pela violência, tanto de letras quanto de música.

A gradual abertura do Brasil, embora ainda vivesse sob o comando dos militares, fez com que uma enxurrada de estilos desaguasse sobre as cabeças da juventude. Esse caldeirão materializou-se no Rock in Rio, festival realizado no Rio de Janeiro como o próprio nome sugere, entre os dias 11 e 20 de janeiro de 1985. A miscelânea teve o heavy metal de Scorpions, Iron Maiden, AC/DC e Ozzy Osbourne; o rock progressivo do Yes, o pop melódico voz e violão de James Taylor, a ópera-rock do Queen e a MPB de Ivan Lins. O festival seria um tremendo sucesso gerando outras quatro versões e virou franquia ao chegar a Lisboa, Madrid e Buenos Aires – previsto para esse ano.

Para o bem ou para o mal, várias bandas surgiram no período, como Blitz, Paralamas do Sucesso – que também se apresentou no RIR – Legião Urbana, Kid Abelha, Barão Vermelho e Ultraje a Rigor. Na segunda metade da década a música eletrônica dominava nos EUA até um novo retorno ao básico – algo que sempre acontece em cada período. O nome da vez atendia por Guns n’ Roses, quinteto de hard rock surgido na parte barra-pesada de Los Angeles. Com um som galgado em Aerosmith, Rolling Stones e Led Zeppelin, a banda vendeu quase 30 milhões de seu álbum de estreia, Appetite for Destruction. Guitarras barulhentas, muito sexo e drogas, além dos escândalos promovidos pelos integrantes mostravam que a essência do rock não havia morrido.

ANOS 90

Essa onda de volta ao básico varreu o mundo até a metade dos anos 1990, pela primeira vez, um novo ciclo se iniciava com um rock menos incrementado no comando. As guitarras giraram até Seattle, terra de Jimi Hendrix, de onde surgiria o movimento grunge. Embora as bandas apresentassem sonoridade diferente, vide Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden, a estética do movimento era única: guitarras distorcidas com muito fuzz e feedback. As letras angustiadas, revelando vazios existenciais da geração denominada como X. Nas roubas, muita camisa de xadrez e bermudas compridas. Nos shows, as bandas destilavam energia, atiravam-se no público sem se preocupar com efeitos cênicos de palco. A interação com a plateia sempre foi o grande fator de sucesso.

o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, em abril de 1994 aos 27 anos pôs um ponto final no grunge, embora muitas bandas tenham seguido mas adotado identidade própria ao longo do tempo, como o Pearl Jam. A década também marcou o auge de duas bandas que misturavam estilos até então antagônicos: rock pesado e rap. O Red Hot Chilli Pepers foi o primeiro com um hard rock funkeiro baseado no baixo de Flea. O segundo foi o Faith no More, que misturava Black Sabbath, pop romântico e rap. Da Inglaterra vieram Radiohead e Oasis, cultuado como uma nova versão dos Betles. Os EUA reviveram uma nova encarnação do punk, ao menos no som, com a ascensão de Green Day, Offspring e Rancid. Até a música eletrônica ganhou ares mais pesados como provam as bandas de mais sucesso no estilo naquela época: Prodigy e Chemical Brothers. A mistura mais pesada foi batizada de Big beat.

ANOS 2000

A partir dos anos 2000, a comercialização da música – e consequentemente do rock – mudou bastante. Com a popularização da internet, o cd perdeu espaço para o mp3. Para ouvir não era necessário ir à loja comprar mas sim baixar o som diretamente no computador. Os grandes sistemas de som das décadas anteriores deram lugar às discotecas pessois nos diversos modelos de mp3 players e ipods.

A música rolando teve várias mulheres como destaques – que, inclusive, iniciaram carreira no final da década anterior. Britney Spears, uma espécie de Michael Jackson de saias, Alicia Keys, Joss Stone, Jennifer Lopez e Christina Aguilera eram os expoentes, bem como o grupo Destiny’s Child, formado por Kelly Rowland, Michelle Williams e Beyoncé. O rap e hip hop deram as cartas, embora o primeiro grande sucesso pós 11 de setembro de 2001 ainda bebesse na fonte do rock básico: os Strokes.

Mas o grupo nova-iorquino, que segurou uma carreira de sucesso pelos anos seguintes, foi engolido pelo som mais dançante. Da Inglaterra veio o grupo mais afeito ao jazz e R&B como Amy Winehouse, Lily Allen, Adele e Duffy. Em termos de grandes bandas roqueiras do passado, o maior lançamento – e decepção – foi Chinese Democracy, do renovado Guns n’ Roses. Com apenas o vocalista Axl Rose da formação clássica, o álbum, que demorou mais de uma década para ver a luz do dia decepcionou os fãs por se mostrar com um rock industrial, algo mais popular dez anos antes. O novo estilo era o metalcore, um som mais pesado com letras sobre amor. Foi a época de  My Chemical Romance, Simple Plan, Fall Out Boy, Panic at the Disco tornarem-se grandes astros.

A década se encerraria antes do fim cronológico, com a morte repentina de Michael Jackson no dia 25 de junho de 2009. Aos 50 anos, o Rei do Pop não resistiu a um ataque cardíaco.

A PARTIR DE 2010

A segunda década do século XXI mostra uma sequência do que foi visto no final da anterior. A ex-Destiny’s Child, Beyoncé é uma das mais populares cantoras do momento. Assim como o período anterior terminou melancólico com a morte de Michael Jackson, o início do novo ciclo também foi triste com o desaparecimento precoce de Amy Winehouse no dia 23 de julho de 2011 por consumo excessivo de álcool.

O rock voltou a dar as caras, agora sob a alcunha de indie (de independente) rock, uma nova roupagem para som influenciado pelo pós-punk e new wave, como provam  Muse, 30 Seconds to Mars, Lifehouse, Train, OneRepublic e The Fray.

Fonte: NE10

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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