O anúncio de que a inflação oficial de fevereiro, medida pelo IPCA, ficou em 0,6%, acima da expectativa do mercado fez o dólar fechar na menor cotação desde maio passado e provocou uma alta dos juros futuros. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) também acabou devolvendo os ganhos expressivos dos últimos dias. Os analistas esperavam que o IPCA ficasse entre 0,38% e 0,55%. Com uma provável alta da Selic, a taxa básica de juro da economia, em abril, operadores de câmbio avaliam que a moeda americana continuará sendo utilizado pelo governo para conter pressões inflacionárias. Com isso, o dólar comercial fechou em queda de 0,71% frente ao real, negociado a R$ 1,945 na compra e R$ 1,947 na venda.

A divisa ficou abaixo da cotação de R$ 1,95 considerada por operadores o piso informal da moeda pretendido pelo Banco Central. Foi a menor cotação de fechamento desde o dia 8 de maio do ano passado, quando a moeda americana encerrou cotada a R$ 1,939. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 1,964 e na mínima a R$ 1,945.

– A volta dos exportadores ao mercado, com o início da safra, traz mais mais liquidez, o que faz a cotação do dólar cair. Além disso, alguns investidores começam a fazer posições vendidas em dólar na expectativa de ganhar com uma possível alta da Selic sinalizada pelo Banco Central – avalia Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.

A alta do juro torna o país mais atrativo para o capital estrangeiro, segundo avaliação de operadores de câmbio. Essa expectativa também influenciou o recuo do dólar.

Para Reginaldo Galhardo, o governo continuará usando o dólar para conter pressões inflacionárias, o que contribui para o fortalecimento do real. A moeda americana fechou em R$ 1,94, sem que o Banco Central interviesse.

No mercado de juros futuros, as taxas subiram sinalizando que o mercado espera uma subida da Selic para conter a alta dos preços, em abril, quando acontece a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Para alguns analistas, existe a possibilidade até de a Selic subir dos atuais 7,25% para 7,75%. No fim do ano, a taxa chegaria a 8,75%. Com esse resultado do IPCA, em 12 meses, a inflação acumula alta de 6,31%, e, em março, a poderá superar o teto da meta, de 6,5%.

Entre os contratos de maior negociação, o DI de janeiro 2014 subiu para 7,91% de 7,79%, uma alta de 1,54%; o DI de janeiro de 2015 avançou a 8,60%, de 8,49%; uma alta de 1,30%. E o DI de janeiro de 2017 foi a 9,27%, de 9,09%, patamar recorde para esse DI.

Depois de dois dias de forte alta, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), devolveu os ganhos expressivos nesta sexta. As ações da OGX Petróleo, do empresário Eike Batista, que haviam subido quase 17% na quinta, caíram 8,52% a R$ 3,08, a maior queda do Ibovespa. OGX, Vale e Petrobras, que têm peso importante no Ibovespa, pressionaram o índice, que fechou em queda de 0,70% aos 58.432 pontos e volume negociado de R$ 7,4 bilhões. Na semana, o índice fechou em alta de 2,72%, a melhor semana do ano.

Na Bovespa, entre as ações com maior peso no índice, Vale PNA (sem direito a voto) recuou 2,13% a R$ 34,79 e Petrobras PN perdeu 2,90% a R$ 18,39.

De acordo com analistas, as duas ações devolveram as fortes valorizações dos últimos dias.

– Bastou a inflação sair acima do esperado, para que a expectativa de alta de juro batesse com mais força na Bovespa. OGX, Petrobras e Vale, que havia se valorizado muito nos últimos dias, devolveram os ganhos – diz Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença.

As ações ON da OGX dispararam na quinta após o acordo entre o Grupo EBX e o banco BTG Pactual para uma ‘consultoria estratégica’. E as ações da Petrobras subiram após o reajuste de 5% no diesel, o segundo do ano.

Já Itaú Unibanco subiu 2,76% a R$ 36,95 e Bradesco PN avançou 1,36% a R$ 37,04. Volta a chamar a atenção a valorização das units do Santander, que subiram 4,20% a R$ 15,88, a segunda maior alta do Ibovespa.

As ações PNB da Cesp subiram 4% a R$ 19,23, segundo analistas, após o anúncio da compensação do governo às distribuidoras de energia para diluir o impacto dos custos adicionais com o acionamento das usinas termelétricas, que produzem energia mais cara.

O Ibovespa chegou a operar em alta, pela manhã, após a divulgação de que, nos EUA, foram gerados 236 mil empregos em fevereiro e a taxa de desemprego caiu para 7,7%, segundo o Departamento do Trabalho. O resultado surpreendeu positivamente. Analistas esperavam a criação de 161 mil vagas e uma taxa de desemprego de 7,9%, após dados divulgados anteriormente mostrarem que em janeiro o desemprego subiu a 7,9% e foram criadas 119 mil novas vagas, segundo dados revisados. Mas a notícia não teve força para manter o índice no azul.

As Bolsas americanas fecharam em alta: o S&P 500 subiu 0,45%; o Dow Jones avançou 0,47% e o Nasdaq teve alta de 0,38%. A alta só não foi maior porque a melhora do emprego traz a possibilidade de o banco central americano (Federal Reserve) interromper o programa de estímulo à economia.

Na Europa, as principais Bolsas fecharam em alta com os dados do emprego nos EUA. O Ibex, principal índice da Bolsa de Madri, subiu 2,85%; o Dax, do pregão de Frankfurt, se valorizou 0,59%; o Cac, de Paris, teve alta de 1,22% e o FTSE, da Bolsa de Londres, ganhou 0,69%.

Fonte: O Globo

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)