Dólar Ptax, comercial, turismo: você sabe que “língua” estão falando?
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A alta do dólar, provocada pela expectativa sobre a retirada ou não dos estímulos do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED), à economia norte-americana, tem sido motivo de preocupação nos últimos meses. É que, além de contribuir com o crescimento da inflação, as oscilações no câmbio estão encarecendo o sonho de quem pensa em viajar para o exterior, por exemplo. A importação de produtos também fica mais cara, reduzindo a margem de lucro das empresas e diminuindo o poder de compra do consumidor.
Se você é daqueles que fica de olho na cotação diária da moeda, já deve ter percebido que há diferentes valores pelos quais o dólar é negociado. Nunca reparou? Então é bom ficar atento, já que as taxas praticadas em agências de câmbio ou bancos podem ser diferentes das que você vê nos jornais.
Diferença essa que a dentista Adriana Pimentel, 41, percebeu na prática. Ela e a família estão com viagem marcada para os Estados Unidos, e já sabem que vão investir bastante. “Acompanhei a cotação todos os dias, e percebi que o dólar turismo era o mais caro de todos”, afirma. Ela se queixa sobre a diferença de valores na hora da compra. “Eu via uma taxa no jornal, e nas casas de câmbio ou nos bancos era outra. Havia diferença também no valor que os próprios bancos comercializavam.” Essa variação no preço é resultado da flexibilidade da taxa de câmbio no Brasil. “Por mais que haja cotações pré-fixadas, o valor que chega ao consumidor leva em consideração outros fatores”, explica Roberto Ferreira. |
Hoje, no mercado nacional, há o dólar comercial, turismo, à vista, além da taxa Ptax. O professor de economia da Faculdade Boa Viagem (FBV) Roberto Ferreira diz que o dólar comercial é utilizado no comércio exterior, e é tomado como referência pelas empresas que importam ou exportam produtos. “Quando a pessoa realiza transferências bancárias para contas fora do país, o valor para conversão também é o (dólar) comercial”, esclarece o especialista em câmbio da agência Recife Câmbio, Pedro Tragana.
Já os brasileiros que pretendem viajar para o exterior devem ficar atentos ao dólar turismo. É com base nele, por exemplo, que as agências de viagem montam os orçamentos e definem os valores que os viajantes terão de pagar. As agências de câmbio e os bancos também trabalham com esse tipo de cotação na hora de negociar a moeda com as pessoas. “É o dólar mais caro. Em média, R$ 0,10 a mais que o comercial”, afirma Tragana, enfatizando que as agências de câmbio e os demais estabelecimentos que comercializam o dólar turismo têm custos (compra da moeda, armazenagem, transporte), e que isso é repassado ao consumidor.
O dólar à vista é utilizado pelas empresas que estão fechando contratos no mercado financeiro. Já a taxa Ptax é um indicador publicado diariamente pelo Banco Central (BC), que leva em consideração todas as cotações já citadas. Ela serve como referência para o ajuste de diversos contratos cambiais.
“Na década de 1990, havia o dólar paralelo e a cabo. Essas modalidades são ilegais, não reconhecidas pelo Banco Central”, explica Pedro Tragana, afirmando que as taxas levavam em consideração a cotação realizada pelos doleiros (pessoas que vendiam os dólares de forma irregular). Hoje, a comercialização de qualquer moeda precisa ser regulamentada pelo BC, e quem o faz sem autorização está sujeito às sanções cabíveis, aplicadas pela entidade.
SAIBA MAIS: | |
Dólar comercial | serve como parâmetro para as empresas, principalmente nas operações de importação ou exportação, além de transferências financeiras. Também é utilizado em transações cambiais entre os bancos e grandes empresas. |
Dólar turismo | é utilizado para operações relativas à compra e venda da moeda em viagens internacionais. Quando você compra um pacote de viagem ou uma passagem, por exemplo, a cotação adotada é a do dólar turismo, que é a mais alta (R$ 0,10 mais caro, em média). |
Dólar à vista | é a moeda negociada no mercado de balcão (mercado de títulos que não necessita de um local físico definido para as transações). Pode ser negociado eletronicamente ou via telefone, por exemplo. |
Dólar paralelo | prática comum nos anos 1990, esse tipo de cotação não existe mais. Era praticada por doleiros (pessoas que comercializavam a moeda) sem a autorização do Banco Central (BC). Hoje, é necessária a autorização do órgão para negociar a moeda. |
Dólar a cabo | também é ilegal nos dias de hoje. Assemelha-se ao dólar paralelo. |
Ptax | média de todas as taxas praticadas no mercado, divulgada diariamente pelo Banco Central, que serve como referência para contratos. |
Fontes: Banco Central do Brasil e Pedro Tragana, especialista em câmbio da agência Recife Câmbio |
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