Em PE, pesquisa mostra como lixo de construção pode virar biocombustível
Um projeto desenvolvido por um aluno da Universidade de Pernambuco (UPE) aponta que o entulho dos canteiros de obras da Região Metropolitana do Recifepodem ter um final melhor que os lixões: a própria indústria. Desenvolvido pelo estudante Humberto da Silva Santos, o projeto é responsável por transformar o que era visto como lixo em biocombustível limpo.
Todos os dias, 4 mil toneladas de entulhos são despejadas nos canteiros de obras da Região Metropolitana, sendo 200 toneladas restos de madeira. Os estudantes do curso de Engenharia Mecânica Industrial da UPE estudam a reutilização dessa madeira.Todo o entulho que chega ao laboratório da Escola Politécnica, no Recife, é triturado e transformado em biomassa. Uma amostra é colocada no calorímetro digital, que avalia a energia disponível no material.
A última etapa do processo é a degradação da biomassa. A uma temperatura de 700 graus centígrados, surgem os gases de alta combustão. Humberto explica que eles estudam o potencial do gás. “A gente analisa e vê se ele é adequado. Se o gás [produzido a partir da madeira] for de baixo valor calorífico, pode ser usado em geradores, ou de médio e alto portes, que podem ser destinado à produção de outros produtos químicos”, explica o estudante.
Depois de um ano de pesquisas, Humberto chegou à conclusão de que o gás retirado da madeira é capaz de gerar energia elétrica. O trabalho científico de graduação, orientado pelo professor Sérgio Peres, ganhou lugar no laboratório da Escola Politécnica.
Sérgio garante que as indústrias do Pólo Gesseiro da Chapada do Araripe, no Sertão Nordestino, podem aproveitar o biocombustível. “Toda essa parte de biomassa vegetal, tanto de resíduos da construção civil quanto da poda de árvores urbanas, podem ser utilizadas em palets, que são mais energéticos que a massa nativa”, explica o professor.
Mais do que produzir um gás combustível, a madeira retirada da construção civil poderá, no futuro, ser uma aliada na produção de combustíveis para automóveis. A estimativa é de que, até o fim deste ano, a pesquisa seja concluída. “O próximo passo é transformar esse comubstível gasoso em combustível líquido e, assim, podemos chegar a ter uma gasolina verde, um diesel verde, a partir desses resíduos sólidos”, aponta o professor.
Há oito anos o sindicato da indústria da construção civil do estado de Pernambuco tem investido em estudos de obras sustentáveis. “Conseguimos já transformar alguns entulhos em material de reuso, para brita”, exemplifica Serapião Ferreira, diretor de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Sindicato da Construção Civil em Pernambuco.
O projeto de Humberto foi o vencedor do prêmio brasileiro de engenharia promovido por uma empresa multinacional. Ele ganhou R$ 20 mil e certificado. A meta agora é colocar é viabilizar a comercialização do seu invento.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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