Estados Unidos e Rússia acertam plano para destruir o arsenal químico da Síria
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Os Estados Unidos e a Rússia chegaram neste sábado (14), em Genebra, a um acordo para destruir as armas químicas da Síria. O plano obriga Damasco a apresentar uma lista de seu arsenal dentro de uma semana.
Segundo o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, o objetivo é retirar todas as armas químicas sírias em meados de 2014.
Em entrevista coletiva ao lado do chanceler russo, Serguei Lavrov, Kerry apresentou os seis pontos acordados com a Rússia para que a Síria entregue já na próxima semana uma lista com a relação de todo o seu arsenal químico.
O acordo prevê também o retorno de inspetores da ONU à Síria até novembro.
Se a Síria não concordar, o acordo prevê que uma resolução com amparo da ONU imponha sanções ou uso de força militar contra os sírios.
O plano diz ainda que a destruição do arsenal poderá ser feita fora de território sírio, e que EUA e Rússia poderão contribuir financeiramente.
Os Estados Unidos dizem que o regime sírio usou armas químicas em um ataque que matou milhares de pessoas em 21 de agosto, nos subúrbios de Damasco.
O governo do presidente sírio, Bashar al Assad, nega as acusações e responsabiliza os grupos insurgentes de oposição pelo uso das armas químicas.
A Rússia diz que não há provas de que Assad tenha usado as armas contra seu próprio povo e, diante das ameaças americanas de lançar uma ação militar contra a Síria, liderou esforços diplomáticos para evitar o ataque.
Durante a coletiva de hoje, após três dias de negociações com os russos na capital suíça, Kerry fez um apelo para que o governo de Assad colabore.
— Não pode haver espaço para jogos. Ou qualquer outra coisa que não seja completa aceitação por parte do regime de Assad.
Segundo Lavrov, Rússia e EUA confirmaram sua vontade de achar uma solução pacífica para a questão síria.
Apesar disso, o chanceler russo garantiu que o Conselho de Segurança da ONU irá entrar em ação se a Síria violar seus compromisso sobre as armas químicas.
— No caso de as exigências [da Convenção de Proibição de Armas Químicas] não serem respeitadas ou de armas químicas serem utilizadas por parte de quem quer que seja, o Conselho de Segurança da ONU tomará medidas dentro do capítulo 7º da carta das Nações Unidas sobre o uso da força.
Essa é a primeira declaração mais agressiva da Rússia contra o regime de Assad, em uma semana em que os esforços diplomáticos se concentraram em chegar ao acordo de hoje e, com isso, impedir um ataque americano ao país árabe.
Desde o início do conflito sírio, em março de 2011, os russos, ao lado dos chineses, já vetaram três resoluções no Conselho de Segurança que condenavam o regime de Assad.
Os seis pontos anunciados por Kerry são:
1. Precisa haver um consenso sobre o tamanho do estoque de armas químicas da Síria, para que ele seja “rapidamente” colocado sob controle internacional.
2. A Síria tem uma semana para entregar uma lista detalhada do estoque.
3. Procedimentos extraordinários dentro da Convenção de Armas Químicas permitirão a destruição rápida das armas.
4. A Síria precisa dar acesso imediato e irrestrito a inspetores.
5. Todas as armas químicas precisam ser destruídas.
6. A ONU vai dar apoio logístico e a aceitação do acordo poderá ser imposta pelo capítulo 7º da carta da ONU (que permite sanções ou ação militar).
Repercussão
O acordo entre Rússia e EUA causou reações imediatas ao redor do mundo.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou o acordo e expressou sua esperança de que isso leve ao fim do “horrível sofrimento” dos sírios, informou seu porta-voz.
“Ban tem a ‘fervorosa esperança’ de que o acordo obtido consiga prevenir qualquer uso de armas química e que ajude a pavimentar o caminho para uma solução política que detenha o horrível sofrimento infringido aos sírios”, assinalou Vannina Maestracci.
O chefe da diplomacia britânica, William Hague, também celebrou o plano e afirmou que é tarefa “urgente” aplicar o texto.
“Conversei com o secretário [de Estado americano, John] Kerry. O Reino Unido saúda o acordo Estados Unidos-Rússia sobre as armas químicas na #Síria”, declarou Hague em seu perfil no Twitter. “Um trabalho urgente de aplicação [do acordo] vai começar agora”, acrescentou.
Já o chefe do grupo opositor Exército Livre da Síria (ELS), Salim Idris, criticou o acordo e disse que os rebeldes continuarão sua luta até a derrubada do regime de Bashar al Assad.
— Não estamos interessados em nenhuma parte da iniciativa pois nós não temos armas químicas. Meus colegas e eu continuaremos os combates até a derrubada do regime.
O ministro de Reconciliação da Síria, Ali Haidar, afirmou neste sábado que os inspetores internacionais que supervisionarão o desmantelamento do arsenal químico de Damasco poderão acessar “facilmente” as instalações do regime.
— Acho que os inspetores internacionais poderão fazer seu trabalho, porque todas as instalações do governo não são apenas seguras, mas também acessíveis. (…) A Síria necessitava de um alívio da pressão internacional. Queremos proteger nosso povo e não ser arrastados em direção a um conflito imprevisível com os Estados Unidos.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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