Eu faria tudo outra vez, disse paraibana que entregou à polícia mulher que venderia filha na internet
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Sensibilizada por ter uma filha da mesma idade da criança que seria vendida pela internet, a estudante de serviço social responsável pela denúncia que levou à prisão de um casal, em Jaboatão dos Guararapes, contou em entrevista aoNE10 Paraíba que sequer titubeou no momento em que viu o anúncio da mulher na página da rede social.
“Eu faria tudo outra vez”, disse durante a conversa, por telefone, com a reportagem do Portal. A mulher de 24 anos que mora em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, manteve contato por três dias com a mulher que tentou vender a própria filha através de uma rede social. Depois que reuniu provas suficientes do caso, procurou a Vara da Infância da cidade onde mora e acabou sendo determinante para o desfecho do caso. Por questão de segurança, a identidade da denunciante será preservada. Veja como foi a conversa:
NE10 PB – Como foi que começou essa história? Qual o caminho percorrido por você para fazer a denúncia?
Denunciante – Bom, começou quando eu vi o anúncio da mulher numa fan page sobre adoção que existe no Facebook. Vi que muita gente estava tentando aconselhá-la, outras mostraram interesse na criança e, à princípio, meu instinto foi de querer saber mais sobre o caso para poder denunciar. Só sabia que queria denunciar, ainda não tinha ideia de como. Comecei então a conversar com ela no inbox, como se estivesse interessada, e depois que vi o que ela realmente queria procurei a Vara da Infância e da Juventude de Campina Grande, que encaminhou a denúncia para o Ministério Público.
NE10 PB – Por quanto tempo conversaram até você decidir procurar as autoridades?
D -Começamos a conversar na sexta-feira e na segunda eu já estava na Vara da Infância. Tinha um pouco de conhecimento do procedimento porque estudo serviço social e faço trabalho voluntário nessa área.
NE10 PB – O que foi determinante para que você decidisse investigar a mulher por conta própria e depois denunciá-la? Você comentou que muitas outras pessoas também viram o anúncio…
D – É, tem gente que tem medo de denunciar. Mas quando envolve criança eu faço tudo o que estiver ao meu alcance para ajudar. Além disso, eu tenho uma filha na mesma idade da dela e isso foi o que mais me sensibilizou.
NE10 PB – Em nenhum momento você teve medo de se expor?
D – Não, não. Foi tudo muito tranquilo. Como é uma rede social e ela estava em uma página aberta, qualquer um poderia tê-la abordado.
NE10 PB – E a conversa com ela foi tranquila?
D – Sim. Nós conversamos bastante e ela me enviou várias fotos da criança.
NE10 PB – Ela falou abertamente em trocar a filha por dinheiro?
D – Sim, falou que estava precisando de dinheiro para viajar para a Espanha e se prostituir lá. Depois de muita conversa, disse que me daria a criança por R$ 1.500, outras dez parcelas de R$ 200 e um notebook.
NE10 PB – Você já tinha se envolvido, mesmo em sua profissão, em algum caso como esse?
D – Não, nunca. Nunca tinha visto algo parecido. Lá (em Recife) foi que soube que por lá essa é uma prática comum.
NE10 PB – E qual foi a repercussão provocada entre as pessoas que te conhecem?
D – Ah, meus familiares ficaram com raiva por eu ter me exposto a esse risco. Querendo ou não, sei que foi um risco para mim. Mas se tivesse outra criança nessa mesma situação de risco, eu faria a mesma coisa. Faria tudo outra vez.
NE10 PB – E qual a lição que você tirou desse episódio? O que você diria às pessoas que possam se deparar com esse tipo de situação?
D – Diria aos casais que querem adotar que procurem os canais legais de adoção. A melhor forma de acolher uma criança é através da Adoção Legal. Não adianta querer passar por cima da lei que você acaba ficando mais vulnerável a esse tipo de situação. Além disso, é importante denunciar, sem medo. É só procurar uma Vara da Infância na sua cidade e deixar que eles conduzam o restante do processo.
Fonte: NE10
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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