EUA fazem apelo por desarmamento nuclear

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez um apelo, nesta quarta-feira, por uma redução drástica das armas nucleares, para se construir um mundo de “paz e justiça”, em um discurso na Portão de Brandemburgo, em Berlim, símbolo das divisões da Guerra Fria.

Moscou reagiu friamente a essas declarações e indicou que não aceitaria um desequilíbrio de forças.

Referindo-se aos 50 anos do famoso discurso de seu antecessor John F. Kennedy –“Ich bin ein Berliner”–, proferido em 26 de junho de 1963 em uma cidade dividida pela cortina de ferro, Obama considerou que o fim da Guerra Fria não acabou com a luta por um mundo melhor.

“As palavras” de Kennedy, que pediam justamente “paz e justiça”, são “atemporais”, disse Obama diante deste monumento histórico, inalcançável quando o Muro separava a Alemanha Oriental e Ocidental.

“O Muro pertence à História. Mas nós também devemos fazer História”, declarou, enumerando os desafios contemporâneos: os extremismos, a pobreza e a fome, o aquecimento climático e a ameaça da proliferação nuclear.

Sobre essa última questão, ele fez a proposta mais concreta de seu discurso. “Podemos garantir a segurança da América e de nossos aliados e ainda manter fortes meios de dissuasão reduzindo nossas armas estratégicas em um terço”, declarou Obama aos 6.000 convidados reunidos na Pariser Platz, em frente ao Portão de Brandemburgo.

Ele convocou Moscou para negociações de desarmamento. “Tenho a intenção de buscar reduções negociadas com a Rússia para superar as posições nucleares da Guerra Fria”, afirmou.

A Rússia respondeu por meio de seu vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozine que não poderia “considerar com seriedade” essas declarações.

“Como podemos considerar com seriedade esta ideia de redução dos arsenais nucleares no momento em que os Estados Unidos desenvolvem seu potencial de interceptação deste arsenal estratégico?”, questionou Rogozine, que é responsável pelo complexo militar-industrial russo, citado pela agência Itar-Tass.

“Não podemos permitir o rompimento do equilíbrio dos sistemas de dissuasão estratégicos, o enfraquecimento da eficácia de nossas forças nucleares”, declarou o presidente russo, Vladimir Putin, sem citar as declarações de Obama, em uma reunião em São Petersburgo.

O presidente americano tenta fazer com que o desarmamento nuclear seja o foco de seu trabalho, já creditado por um novo tratado de redução de armas negociado com Moscou durante seu primeiro mandato. Os dois ex-inimigos da Guerra Fria concordaram em reduzir seus estoques a 1.550 ogivas.

Barack Obama também prometeu que os Estados Unidos “farão mais” para lutar contra o aquecimento global.

“A paz e a justiça, isso significa se recusar a condenar nossos filhos a (viver em) um planeta menos hospitaleiro”, explicou. “É nosso trabalho (…), temos uma obrigação moral”.

Pouco após a sua chegada ao poder em 2009, Obama propôs um ambicioso projeto de lei sobre a energia e o clima visando uma redução considerável das emissões de CO2 dos Estados Unidos, segundo maior emissor de gases do efeito estufa atrás da China. Mas imediatamente precisou enfrentar a hostilidade de grande parte do Congresso e voltou atrás.

Seu discurso invocando os valores ocidentais e a necessidade de se mobilizar por um mundo melhor não foi recebido da mesma maneira do que o proferido pelo então candidato à presidência em 2008, quando falou para 200 mil pessoas em Berlim.

O entusiasmo do público, ainda que escolhido, era real, porém mais moderado, frente a um presidente extremamente popular na Alemanha, mas que assumiu o poder há cinco anos com, teoricamente, os meios para combater os males que hoje denuncia.

Numa coletiva de imprensa conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, ao meio-dia, Barack Obama tentou conter as preocupações alemãs sobre o programa de monitoramento eletrônico desenvolvido por Washington.

Em um país muito exigente em relação à privacidade, devido ao seu passado nazista e comunista, Obama defendeu a vigilância.

“Nós não estamos em uma situação em que (os serviços de inteligência americanos) fuçam os e-mails de cidadãos alemães comuns, de cidadãos americanos, de cidadãos franceses ou de qualquer outra pessoa”, disse, defendendo o combate ao terrorismo e as vidas salvas graças à inteligência.

Merkel, originária da antiga Alemanha Oriental comunista, no entanto, ressaltou a importância de um equilíbrio entre a segurança e o respeito à privacidade.

Sobre o Afeganistão, Obama disse que espera manter o processo de reconciliação, apesar da ameaça feita por Cabul de boicotar as negociações de paz em Doha e da forte resistência do governo afegão em relação à contatos diretos entre Washington e os rebeldes talibãs.

O presidente americano também voltou a defender uma solução política para o conflito na Síria, recusando-se a confirmar quaisquer entregas de armas para os insurgentes sírios, após as acusações de uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad.

A primeira-dama Michelle Obama e as duas filhas do casal presidencial aproveitaram esta viagem para um mergulho na história, depositando rosas entre os blocos de concreto do antigo Muro de Berlim depois de uma visita ao Memorial do Holocausto.

Para a visita de Barack Obama, a capital alemã montou um dispositivo de segurança especial, com 8.000 policiais e o bloqueio completo de certos bairros. Ele deve voltar a Washington hoje à noite com sua família depois de um jantar de gala oferecido por Angela Merkel e seu marido, Joachim Sauer.

Fonte: AFP

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.