A ironia de tentar criar um recorte documental de ficcionistas é justamente um dos elementos que torna filmes sobre escritores tão interessantes. Na mesa que reuniu o cineasta português Miguel Gonçalves Mendes e o diretor brasileiro Sylvio Back, a conversa girou em torno do quão complexo – e muitas vezes, ficcional – é transforma vida em filme.
O jornalista e diretor Sylvio Back, que exibiu na Fliporto o filme Universo Graciliano, comentou que tirou da atividade de repórter a concisão e principalmente a pesquisa. “O passado é movediço, muitas vezes as pessoas mentem descaradamente sobre um fato ou um momento”, apontou Back.
Miguel lembrou que o presente também tem esse problema. “Acho que sempre somos uma criação de nós mesmos. Eu não busco criar verdades, meu trabalho é fazer simplesmente o que eu acredito”, disse o realizador de José e Pilar, sobre o casal José Saramago e Pilar del Río. Ele contou como obteve algumas cenas da intimidade do casal e falou sobre o árduo processo de edição, que durou um ano e meio. Ainda explicou um pouco do seu projeto atual, O sentido da vida, que conta com participação do escritor português Valter Hugo Mãe. “E um projeto ainda mais louco que José e Pilar e vai ainda mais longe. É sobre um homem que descobre que vai morrer e decide viajar ao redor do mundo, conversando com vários personagens diferentes, incluindo um escritor, o Valter. É sobre descobrir por que vale a pena viver apesar desse mundo horrível”, concluiu.
Fonte:JConline
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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