Futuro do Nordeste em discussão na Fundaj
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
O primeiro dia de discussões do seminário Nordestes Emergentes, realizado pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), ontem, colocou em debate qual será o futuro da região, diante de uma arrebatada mudança de identidade percebida nos últimos anos. Um questionamento em comum é como será o diálogo entre o Nordeste antigo e o emergente. O que esperar desse novo território que convive com as benesses e as dores do progresso, que se deslumbra com as novas influências sociais, mas tem um rico repertório de tradições a preservar? Ninguém tem uma resposta pronta.
Idealizada em 2010, a pesquisa Nordestes Emergentes foi a campo nos nove Estados da região (distribuída em dez estações de trabalho) para fazer “uma descrição fotográfica densa” (expressão usada pelo doutor em antropologia e fotógrafo Milton Guran) desse novo Nordeste. Os resultados estão em 1.000 imagens selecionadas e 300 laudas de textos, que começaram a ser apresentados ontem durante o seminário, que segue até amanhã, em Casa Forte.
Comandado pelo diretor-adjunto de Redação do JC, Laurindo Ferreira, e pela diretora de Jornalismo da Rede Globo Nordeste, Jô Mazzarolo, o debate acendeu a preocupação sobre crescimento desordenado e mudanças sociais bruscas.
Museólogo da Fundaj, Cristiano Borba questionou se a pesquisa traz um recorte crítico das regiões que visitou. Ele demonstrou inquietação com um Nordeste que quer ser Miami, com a produção de soja que avança no Piauí e com um iminente esquecimento da memória nordestina.
Opinião convergente foi a do pesquisador e curador de arte Moacir do Anjos. “É necessário que aconteça uma hibridização desse novo Nordeste para que não ocorram apenas mudanças superficiais e persistam os mesmos problemas”, defende. Coube ao economista Luís Romani explicar que a pesquisa traz recortes críticos nas suas conclusões e lembrou o caráter antropológico.“A pesquisa tem um componente econômico, sobretudo na escolha dos lugares visitados, mas que a essência é antropológica, de observação de costumes e identidades”, reforça.
fotógrafo paulista Iatã Cannabrava, que mostrou o fenômeno de “Miamização” em Fortaleza, destacou a importância da representação em imagens dessas transformações sociais. “Passei os últimos 10 anos fotografando as periferias de capitais latino-americanas e fui pego por um certo constrangimento ao fotografar a riqueza emergente no Ceará. A fotografia tem esse papel de documento, mas mostrar só a pobreza não resolve o problema do mundo”, observa.
Fonte: JC Online
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Nenhum comentário