Herança ibérica une Pernambuco e o flamenco
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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“Esta dança é a coragem. Outras danças são alegres. A alegria desta é séria. Ou a alegria é dispensada. É o triunfo mortal de viver o que importa”. Em um pequeno texto, Espanha, a escritora Clarice Lispector traduz a urgência do flamenco, aclamado há três anos como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco.
A herança ibérica na formação brasileira, e especialmente no Nordeste, fez com que os elementos dessa dança e desse canto encontrassem em Pernambuco um local propício para surgir. No Recife, o flamenco se tornou, há pouco menos de vinte anos, mais uma alternativa no panorama da dança local, com professores e bailarinos que trouxeram a arte para a capital pernambucana.
Segundo a dançarina, professora e coreógrafa Karina Leiro, “o flamenco mostra o que é universal: viver, amar e morrer. No entanto, essa dança é um exemplo do quanto a região tem pontos de contato com a Península Ibérica. Os poemas de João Cabral de Melo Neto, por exemplo, enfocam muito a Andaluzia, mesmo local onde nasceu o flamenco. Influências ibéricas aparecem também na viola nordestina”.
Em 2010, a bailarina se mudou para o Recife, onde passou a ensinar os fundamentos do flamenco, tanto no Instituto Cervantes quanto no Studio Karina Leiro, espaço que mantém no Clube Internacional do Recife, além do Ballet González, em Piedade.
O surgimento de aulas de flamenco no Recife tem como pioneira a baliarina e professora argentina María Laura Herrero, que mora na cidade desde em 1998 e, já a partir daquela época, passou a divulgar a dança na capital pernambucana. “O início não foi fácil, pois havia muita gente interessada e admiradora dessa forma de arte, mas muitas pessoas nunca tinham ouvido falar em flamenco. Foi necessário começar do zero”.
Após se instalar definitivamente em Pernambuco, María Laura fundou a Cia. Flamenca de La Luna, que atua no Recife e em Maceió. Em seu trabalho, a coreógrafa traz os fundamentos do flamenco a partir de temas do cotidiano e da inspiração no universo feminino, mas com espaço para o intercâmbio com a cultura local.
De acordo com María Laura, tal intercâmbio acontece porque o flamenco possuiria uma característica mutante. “Ele evolui incessantemente e absorve, cria e descarta permanentemente símbolos, estruturas de baile, passos. Visto deste ponto, ele pode sim aceitar e intercambiar estruturas e conceitos com outras artes populares e de raiz, como o maracatu e o coco, por exemplo”.
SAIBA MAIS – FLAMENCO
ORIGENS
O flamenco é um estilo de música e dança que surgiu no sul da Espanha, que tem entre suas três facetas principais o cante (canto), o toque (instrumentação) e o baile (a dança). As variedades tradicionais do canto flamenco também são conhecidas como palos. A coreógrafa Karina Leiro também ajuda a esclarecer as origens do flamenco, difíceis de traçar tanto pelo seu hibridismo com outros elementos culturais quanto pela dificuldade em encontrar fontes escritas, algo que só começa a aparecer a partir do século XIX. “Há uma discussão forte na Espanha sobre os primórdios dessa dança, com duas correntes principais: os ciganistas, que defendem a origem cigana do flamenco, e os não-ciganistas, cujo argumento está centrado na especificidade da cultura espanhola. Se há ciganos em várias partes do mundo, porque o flamenco surgiu apenas na Espanha?”.
FUNDAMENTOS
Para dançar o flamenco, é preciso trabalhar inicialmente com a postura, como o corpo se coloca para dançar. É preciso ter cuidado com o alongamento e com o piso, pois essa dança é uma atividade de alto impacto. Também é aí que se começam a ver as primeiras movimentações de braço e cabeça, além da forma com a qual o pé deve tocar no chão.
EVOLUINDO NA DANÇA
A partir do aprendizado inicial de posturas e movimentos, é possível aprender como realizar giros e os deslocamentos. A movimentação do tronco e do quadril ganham força, além do aperfeiçoamento das batidas rítimica proporcionadas pela batida dos pés no chão.
ONDE PRATICAR
Karina Leiro
Instituto Cervantes – Avenida Agamenon Magalhães, 4535, Derby
Sexta
Das 19h às 20h30 – iniciantes
17h30 às 18h – iniciante 1
Sábado
14h30 às 16h – intermediário
16h às 17h30 – iniciante 2
Ballet González – Rua Doutor José Nunes da Cunha, 303, Piedade
Segundas e quartas – 19h às 20h30 – intermediário
20h30 às 21h30 – iniciante
Studio Karina Leiro – Clube Internacional do Recife
Segundas e quartas – 20h30 às 22h – iniciante
Terças e quintas
19h15 às 20h30 – iniciante 2
19h15 às 20h30 – intermediário (só terça)
20h30 às 22h – avançado
María Laura Herrero
Cia. La Luna – Rua da Moeda, 87, 1° andar, Bairro do Recife – 9105-1044 e [email protected]
Terças e quartas, a partir das 18h30 – iniciante, intermediário e avançado
Quarta, a partir das 14h – iniciante, intermediário e avançado
Fonte: Diário de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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