Calçadas esburacadas, com piso em desnível e com a invasão de barracas e carros são um cenário constantes no Recife. Por causa disso, e, sobretudo, com o intuito de dar uma contribuição para o reordenamento urbano, o engenheiro Luiz Helvécio e o consultor Francisco Cunha, escreveram o livro “Calçada: o primeiro degrau da cidadania urbana”, lançado nesta segunda-feira (25), na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), em Santo Amaro. A publicação faz uma radiografia das calçadas, fazendo um histórico dos motivos que teriam levado à degradação.

“Elas (calçadas) são o primeiro passo para o tráfego porque todos nós somos pedestres. Mesmo os que usam o carro são pedestres quando precisam atravessar uma rua, por exemplo”, afirmou Luiz Helvécio. Os autores defendem a manutenção da legislação que diz que a responsabilidade da calçada é do proprietário do lote. “Em outras cidades do Brasil também temos essa lei e funciona. O que falta é vontade política”, acrescentou Luiz Helvécio. Segundo ele dois aspectos precisam ser analisados: o do uso e do estado. Em ambos, falta fiscalização da prefeitura e atuação.

Para o prefeito do Recife, Geraldo Julio, a publicação ajudará nos projetos do poder público porque é um diagnóstico muito objetivo. Disse também, criticando a gestão anterior- a do PT-, que o livro é fruto do momento de crescimento econômico do estado. “Começamos a pensar na coletividade e a discutir a cidade com os outros porque antes era muito mais para dentro e para si. Para nossa felicidade começou uma mudança na economia que nos fez pensar que a inversão, onde o pedestre está em primeiro lugar, precisa ser feita”, afirmou Geraldo, relembrando que já deu início à ações de recuperação das calçadas como a operação de demarcação no bairro do Derby. “R$ 6 milhões do dinheiro do estado, anunciado no seminário Todos por Pernambuco, serão usados para as calçadas”, completou o prefeito.

O vice-governador  João Lyra, falou que o “primeiro degrau é o simbolismo do reordenamento urbano do Recife”. Lembrou ainda da viagem que fez, em 2007, para Belo Horizonte, em Minas Gerais, a qual conheceu exemplos de recuperação das calçadas. “Lá dezenas de lojas fecharam por causa das calçadas ruins. Quando conseguiram recuperar, abriram 701 estabelecimentos. Já o vice-presidente da Fiepe, Ricardo Essinger, afirmou que o livro também interfere positivamente na economia. “Melhora o movimento do pedestre, trazendo desenvolvimento econômico”, destacou Essinger.

O levantamento minucioso feito no livro também interessou o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes. Segundo ele, a prefeitura está criando a Secretaria de Mobilidade Urbana para priorizar e privilegiar o pedestre e o ciclista. “Estamos elaborando um projeto de 30 quilômetros de calçada. Com a obra de contenção do mar pretendemos fazer uma calçada interna municipal ligando a Avenida Boa Viagem à praia do Paiva”, disse Gomes. A previsão de conclusão da obra do avanço do  mar é em setembro e só após o serviço, dará início o processo licitatório da calçada.

No evento, estavam presentes ainda os vereadores Jurandir Liberal, Raul Jungmann, Jaime Asfora, os deputados Ricardo Costa e Raquel lyra, além dos secretários João Braga (mobilidade urbana) e Roberto Pandolfi (Finanças).

Fonte: Diario de Pernambuco

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)