As manifestações do Movimento Passe Livre no Recife devem ficar ainda mais violentas. O motivo é a participação de integrantes de um grupo de São Paulo conhecido como Black Bloc (BB), responsável por ‘treinar’ os recifenses a protestar de maneira mais ‘eficiente’. De acordo com um dos membros do Black Bloc, que se identificou como Marcos, além do Recife, outras cidades brasileiras, como Brasília, já receberam representantes do BB como estratégia de treinamento para os atos.

O grupo confirmou a autoria dos atos de vandalismo desta quarta-feira (21), em que um ônibus foi incendiado e outros dois depredados em ruas do Centro do Recife, além da pichação de muros com as palavras “Passe Livre”. Uma motocicleta da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) também foi queimada e uma estação de aluguel de bicicletas de responsabilidade do banco Itaú destruída. A atuação do Black Blocs consiste na destruição de propriedades ‘ligadas ao capitalismo’ como forma de chamar atenção para seus ideais.

Integrantes de movimentos promovem quebra-quebra no Recife
Fotos: Fábio Jardelino/NE10, Bobby Fabisak e Rodrigo Lôbo da JC Imagem 

Em entrevista exclusiva ao NE10 e Jornal do Commercio, Marcos revela como o grupo funciona, confira no vídeo:

 

Os integrantes do movimento chegaram a distribuir panfletos durante a mobilização em que explicavam sua atuação:

“Quando a polícia trai o povo e ataca os manifestantes com bomba de gás, balas de borracha e outros, o Black Bloc e os Black Faces são os grupos de 1ª linha de defesa que vão distrair a polícia com sua covardia enquanto os manifestantes correm para se proteger. Junte-se a nós, vista-se de preto, cubra o rosto e siga a bandeira preta”.

Parceiro do BB em manifestações pelo País, o Anonymous confirmou, através de um integrante que pediu para não ser identificado, que a confusão desta quarta-feira teve início porque um dos Black Blocs foi atingido na testa por uma bala de borracha. O tiro teria sido disparado pela Polícia Militar durante o protesto. O Anonymous atua no Recife há dois anos.

BLACK BLOC – Mascarados e vestidos de negro, os integrantes desse grupo se reúnem com objetivo de protestar em manifestações anti-globalização, ou anti-capitalistas. Eles alegam que depredam propriedades ligadas à corporações multinacionais. Usar roupas parecidas e máscaras é uma estratégia usada para dificultar qualquer tipo de identificação pelas autoridades.

Já em entrevista através de mensagens de texto, o integrante do Anonymous explica a atuação dos grupos na capital pernambucana, acompanhe:

“Aki no Recife temos 5 grupos apartidário: Anonymous, Black Bloc, Resistência Pernambucana, Black Faces e Unidade Vermelha. Não aceitamos partidos.”

“Fazemos reunião e temos treinamento e tática de batalha e como se comportar caso forem presos.”

“Os Anonymous tem várias aulas, eu diria que os Anonymous são os pensadores, pois na BB eles pensam mais com adrenalina.”

Repórter do NE10 troca mensagens com integrante do anonymous no Recife
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

“NUNCA ATACAR, SÓ SE DEFENDER. Nos protestos tem sempre os mais revoltosos, eles viram que a ideologia BB era compatível com eles, alguém criou o grupo no face.”

“O black Bloc tem 3 meses em Recife.”

“Hoje teve muita destruição, eles sairam melhor que o esperado. Eu sou do Anonymous, o grupo em Recife tem 2 anos. A maioria dos Anonymous são universitários.”

“Agora, o Black Bloc está falando em vingança e tem um martires que foi ferido.”