Mulher “mora” há dois meses na recepção do Hospital da Restauração
A recepção da emergência do Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, na área Central do Recife, é o local onde há pelo menos dois meses vive a paulista Maria das Graças da Silva, 42 anos. Quando funcionários ou outras pessoas ajudam, ela se alimenta, mas por várias vezes ela fica sem almoçar ou jantar. A mulher diz que enfrenta essa situação desde que fugiu da casa dos pais, na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Funcionários do Hospital da Restauração resolveram procurar ajuda para a mulher, que segundo eles sofre de problemas mentais. Apesar de apresentar espasmos involuntários, movimentos bruscos no pescoço e cabeça, Maria das Graças demonstrou clareza ao explicar o que passou até chegar ao Recife, afirmando apenas que tem um problema no sistema nervoso.
A paulista apresentou documentos como carteira de trabalho e carteira do Sistema Único de Saúde (SUS), ambos expedidos em São Paulo. Ela contou que pegou caronas com caminhoneiros e terminou chegando à BR-101. A partir disso, Maria das Graças perdeu a mala com todos os seus pertences, segundo ela deixada na rodoviária, e passou alguns dias nas ruas e outros em locais como o Hospital Miguel Arraes (HMA), em Paulista, e Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro, antes de chegar ao HR.
Funcionários da unidade de saúde relataram que ele chora diariamente e diz que que ver os pais e os filhos, um menino de 7 anos e uma menina de 11 anos que deixou em São Paulo. “Faz um bom tempo que ela está aqui. Chora, fala que quer ver a mãe, o pai e os filhos. Às vezes ela parece uma menina de dois anos chorando. A gente se sensibiliza, mas não pode fazer muita coisa”, contou Jaqueline Rosa Campos, que é funcionária de uma empresa terceirizada que presta serviço ao HR.
Na semana passada a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos enviou uma equipe ao local para o atendimento e acolhimento de Maria das Graças. A coordenadora do Centro Estadual de Apoio à Vítima de Violência, Tadzia Negromonte, esteve no HR com uma equipe multidisciplinar. Ela disse que Maria das Graças afirmou que não queria ser acolhida e não aceitou ajuda para voltar para São Paulo. “Íamos fazer o acolhimento provisório, ela ficaria sozinha em um hotel, não ia dividir com ninguém. Porém ela não quis”, contou. Hoje, mais uma vez, a equipe deve voltar ao HR para tentar ajudar Maria das Graças.
Fonte: Folhape
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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