Músicos pernambucanos vão além das fronteiras sonoras da música erudita
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
O saxofonista pernambucano radicado na Itália Alípio Carvalho Neto traça em suas composições paralelo entre o free jazz e a música erudita contemporânea. Para ele, ambos os gêneros buscam, de um ponto de vista estético, explorar novos territórios sonoros. “Fogem do tratamento tradicional da harmonia, repropondo novas formas e técnicas. Por outro lado, abandonam o caráter da vertente mais fácil da música de mero entretenimento, fazendo mover o eixo da escuta e da recepção para outras dimensões musicais, incluindo a do ativismo artístico-político”, diz.
Inquietante e por muitas vezes angustiante, a música de Alípio revela uma mescla de estilos e ruídos tendo como base a improvisação que bem acompanha o free jazz, fazendo uso de sinos, caixirolas e outros elementos não convencionais.
Parceiro de Alípio na banda Santa Boêmia no Recife dos anos 1990, Armando Lobo Neto ressalta também em sua música a amálgama do erudito com outros ritmos. “Acho o termo até ambíguo porque diz respeito a tudo que é feito hoje em dia. Estabelece ligações com linguagens antigas, africanas, orientais e procura absorver esses elementos”, diz. Professor do Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro, Armando decidiu há dois anos deixar a música cantada e se dedicar à música de concerto contemporâneo.
Ambos acreditam que existe preconceito por parte do grande público para com o erudito contemporâneo. “As pessoas na verdade não têm culpa. Existem más políticas culturais que manipulam uma falsa contemporaneidade e mitificam enganosamente certos personagens e gêneros para vender ao mercado-público artistas supostamente inovadores e de fácil digestão”, finaliza o saxofonista.
Fonte: JC online
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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