Nova dinâmica global exige crescimento do mercado doméstico, diz ONU

Os países precisam reformular suas estratégias econômicas, para focar mais no mercado doméstico do que na exportação, aponta Relatório de Comércio e Desenvolvimento de 2013 (TDR, na sigla em inglês), da ONU, divulgado nesta quinta-feira (12/09). Apesar de não ser uma novidade, como ressaltam economistas brasileiros, o documento levanta a urgência de criar políticas sólidas para desenvolver a economia brasileira, de forma que ela não seja apenas um resultado da política de outros países, e de planejar e regulamentar o mercado interno.

O documento analisa os ajustes necessários às constantes mudanças de dinâmica da economia mundial. Ele alerta que o longo período de crescimento lento nos países desenvolvidos vai siginificar também um lento crescimento de suas importações. Os países considerados em desenvolvimento, então, podem compensar esse resultado por meio de políticas macroeconômicas anticíclicas. No longo prazo, é preciso reconsiderar as estratégias de desenvolvimento que vêm sido extremamente dependentes das exportações. É preciso investir mais no papel dos salários e do setor público no processo de desenvolvimento, alerta a ONU.

Como explica o relatório, a crise de 2008 acabou gerando uma maior ênfase dos países em desenvolvimento nas exportações, mas essa estratégia não é mais viável. Se muitos países em desenvolvimento simultaneamente dessem à demanda doméstica um melhor papel nas estratégias de desenvolvimento, suas economias poderiam se tornar mercados uma para a outra, fomentando o comércio entre os emergentes, e assim promover o crescimento de todos, afirma o relatório. Investir mais na demanda interna, no entanto, reforça o TDR, não significa que que a importância das  exportações seja menor. Se as nações investirem simultaneamente em seus mercados internos, se desenvolverão mais firmemente e expandirão suas exportações.

O tamanho insuficiente do mercado dos países em desenvolvimento, como o Brasil, costuma ser citado como o grande empecilho , no entanto. O relatório aponta, todavia, que o crescimento de uma clásse media global sugere que a maioria dos países em desenvolvimento podem agora contar com um aumento no consumo doméstico.

Fernando Padovani, professor de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), confirma que é justamente o aumento da renda dos brasileiros, ligado a maior valorização do salário mínimo e programas sociais como o Bolsa Família, que contribui para o aquecimento da demanda doméstica no Brasil. Ele acredita, no entanto, que a base do crescimento das economias emergentes já é o mercado interno.

“As chamadas novas classes médias têm animado muito o crescimento. Metade do crescimento do mercado interno brasileiro pode ser atribuído às classes C e D. Há uma insegurança sobre a recuperação da economia mundial, que só agora dá os primeiros sinais de recuperação. A tendência então é valorizar o mercado doméstico. A competitividade do Brasil no exterior, com produtos como o açúcar e etanol, já é alta, mesmo que não existam políticas claras para a exportação”, declarou Padovani.

A estratégia mais importante, ele afirma, é que o Brasil adote uma política econômica mais ativa, menos dependente do desempenho de outros países. Para ele, é preciso também que o país invista efetivamente em inovação e tecnologia. “É preciso agregar valor ao produto brasileiro, para melhorar a competitividade dos produtos no mercado interno e no externo”.

Para o economista Paulo Passarinho, é a menor intervenção do Estado que bloqueia o crescimento da economia brasileira. A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) pede aos governos que abordem as causas fundamentais da crise, incluindo o aumento da desigualdade de renda, o papel econômico cada vez menor do Estado e a regulamentação insuficiente do setor financeiro. Aconselha também que os governos de países desenvolvidos e em desenvolvimento canalizem o crédito para investimentos eficazes em atividades como indústria, agricultura, serviços e infraestrutura.

“É preciso que tenhamos condições políticas para operar mudanças essenciais, começando pela questão agrícola e do agronegócio, que foram os mais exitosos no mercado brasileiro nos últimos anos, mas que precisam ser revistos. É necessário recuperar velhas banderias como a da reforma agrária, tributária e fiscal. Mas a elite [brasileira] se recusa, e assume papel subalterno junto à burguesia mundial”, acredita Paulo.

Os países em desenvolvimento têm garantido maior fatia na produção global – de22% de participação em 2002, avançaram para 36% em 2012, enquanto a participação nas exportações aumentou de 32% para 45% , no mesmo período. De acordo com o relatório, a maior parte do crescimento pode ser atribuída ao comércio do Sul para o Sul.

Fonte: Jornal do Brasil

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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