Para secretário de Saúde, não houve relação entre remédio e morte de bebê com trombofilia
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Figueira, declarou nesta segunda (25), durante inauguração de um novo ambulatório no hospital Barão de Lucena, que não houve correlação alguma entre o medicamento fornecido pela Secretaria de Saúde (SES) e a piora no quadro clínico que levou ao falecimento do bebê Matheus Henrique, de apenas um ano. Matheus sofria de trombofilia, uma doença rara, única no Estado, e, segundo os pais, não resistiu à falta do remédio necessário para mantê-lo vivo. O bebê foi enterrado nesse domingo (24) no município de Escada, na Mata Sul de Pernambuco.
Segundo Figueira, o medicamento não era reconhecido nos grandes centros médicos mundiais e só foi utilizado no tratamento do garoto por determinação judicial. “Essa criança teve esse desfecho independente do remédio. Nós temos a responsabilidade como gestor público de dizer os fatos. Não há eficácia, tanto é que os EUA não aprovaram”, afirmou. A questão de que o remédio só era fabricado sob encomenda também foi frisada pelo secretário. “Você faz a programação e muda a posologia. Não tem como ter no estoque porque a própria indústria não tem. Quando você encomenda, é que vai fabricar”.
Matheus sofria de trombofilia, uma doença rara que interfere na coagulação do sangue (Foto: Reprodução da TV Jornal)
O secretário também alegou que o fornecimento só foi interrompido por causa de aumento na dosagem, o que comprometeu o estoque. “Temos a tranquilidade que tudo foi feito pelo governo do Estado para ajudar esta criança neste momento crítico de sua vida”, disse. Em nota enviada à imprensa nesse domingo (24), a SES informou que, no período de um ano, o paciente ficou alguns dias sem o remédio (Confira íntegra da nota).
Em entrevista ao NE10, o pai do pequeno Matheus, Eduardo Lacerda, culpou o Governo de Pernambuco de ter acabado precocemento com a vida da criança. “O sentimento de toda nossa família é de revolta. Revolta com o que o Governo do Estado fez conosco. Se meu filho tivesse tomado a medicação da forma que o juiz determinou, ele estaria levando uma vida normal. Matheus agora descansou. O secretário de Saúde também deve ter descansado. O governador Eduardo Campos também deve ter descansado porque eles conseguiram o que queriam”, desabafou.
RELEMBRE O CASO – O drama de Matheus veio à tona no dia 28 de outubro, quando a TV Jornal veiculou matéria relatando a interrupção do fornecimento de Cepotrin, anticoagulante que o mantinha vivo. À época, a Secretaria de Saúde do Estado informou que o remédio era comprado fora do Brasil por não ter o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Três dias depois, a Defensoria Pública pediu que a Justiça determinasse a compra do medicamento. Cada ampola custa em média R$ 2,6 mil – Mateus precisava de quatro por dia.
No primeiro dia de novembro, numa medida emergencial sugerida pela Defensoria, o Governo da Bahia fez o empréstimo de 30 ampolas de Cepotrin. O órgão pernambucano informou que já havia depositado 136 mil euros (aproximadamente R$ 400 mil) na conta da Baxter, empresa fabricante do anticoagulante, mas culpou os trâmites do depósito bancário pela demora.
Acrescentou ainda que a falta do remédio ocorreu porque a médica de Mateus alterou a dosagem do anticoagulante sem prévia comunicação com o Governo, informação rebatida pela família e pela médica. Um segundo lote do medicamento com 22 ampolas foi enviado pela Bahia para o garoto. Há cerca de uma semana, enfim, o Cepotrin encomendado pelas autoridades de Pernambuco chegou – mas não havia mais tempo para o pequeno Matheus.
Fonte: NE10
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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