Piolho: volta às aulas exige cuidado com os cabelos das crianças
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
A poucos dias do fim das férias escolares, Alessandra Oliveira já repassou com sua Alexia, 9 anos, os principais alertas para quando a menina chegar no colégio: não soltar o cabelo em sala de aula e evitar brincadeiras muito ‘agarrada’ com as coleguinhas. É dessa forma que a recepcionista ensina a filha a se poupar de um incômodo tão frequente entre as crianças: o piolho. “Alexia pegou duas vezes, em colégios diferentes. Ela morria de vergonha porque tem cabelo preto e as lêndeas logo apareciam. Uma vez uma amiga viu um bichinho andando na cabeça dela e foi péssimo”, conta Alessandra.
O piolho é um inseto que se alimenta do sangue humano e é justamente o ato ‘vampiresco’ do animal que promove a coceira. Sua aparição nada tem a ver com classe social, com cabelos pouco lavados ou com estação do ano – no frio ou no calor eles proliferam. “Dizer que o cabelo sujo é propício para o piolho é um erro. Basta uma cabeça encostar em outra (limpa ou suja) para que ele, caminhando, se locomova”, explica a dermatologista Ana Cristina França, derrubando o mito que o piolho ‘pula’ ou ‘voa’ até chegar ao novo endereço.
Conheça seis grandes mitos sobre o piolho:
Com a alta frequência da pediculose (nome da infestação causada pelo Pediculus humanus), muitos pais apostam em receitas caseiras ou repetem a dose do medicamento utilizado na última aparição do piolho. Um equívoco, salienta Ana Cristina. “A coceira agride o couro cabeludo e pode desencadear um processo infeccioso. O dermatologista precisa avaliar cada caso, levando em consideração faixa etária, acometimento e se há infecção, para receitar o uso de medicação.” Em algumas situações, o antibiótico pode ser necessário para o tratamento.
O piolho chega a viver 40 dias e, durante a vida adulta, a fêmea coloca entre 50 e 250 ovos, as chamadas lêndeas. Como elas “colam” nos fios de cabelo, a dica da dermatologista é misturar uma colher de sopa de vinagre em meio copo de água morna. O pente fino – principal aliado no combate – vai facilitar a remoção das lêndeas, mas não dispensa o uso de remédios prescritos pelo médico. A dobradinha “pentear e catar” é indispensável.
O cabelo cacheado da pequena Ana Sophia, 5 anos, escondeu o inseto por alguns dias. A assistente social Ana Gabriela Figueiroa só percebeu que havia uma infestação na cabeça da filha porque ela coçava muito a nuca. Lembrou-se do “método” aplicado pela própria mãe quando era criança e, rapidamente, entrou em contato com uma profissional de saúde. “Minha mãe passava álcool na minha cabeça e dos meus irmãos. Agora com Ana Sophia, preferi consultar um médico e tratar da forma correta”, contou Ana Gabriela.
Sérgio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Pernambuco alerta: o uso de álcool, inseticida e querosene são totalmente contra-indicados no combate à pediculose. “Automedicação com substâncias tóxicas jamais devem ser utilizadas. Podem ser inaladas, causar intoxicação e desencadear doenças no futuro.”
SALA DE AULA – A prevenção é a forma que Eliane Correia, diretora do Colégio Dimensão, em Olinda, encontrou para minimizar a ocorrência de piolho entre seus alunos. Há cinco anos, duas vezes por semestre, um comunicado informativo, lúdico, é enviado aos pais explicando o que é o piolho, os cuidados que devem tomar e o que fazer caso ele apareça – o maior índice ocorre nos estudantes do pré-escolar, que têm entre 2 e 6 anos.
“Como as crianças vivem juntas, brincam muito próximas uma da outra, a infestação é rápida. Quando ocorrem novos casos, mandamos outro lembrete para todos da turma, para não constranger a mãe nem o aluno. E conversamos diretamente com as crianças, desde muito pequenas, sobre o bichinho, sobre os cuidados na higiene. Esta também é a função da escola”, contextualiza a pedagoga.
Não é apenas a garotada que sofre com o inseto. Há 12 anos, às vésperas de seu casamento, a arquiteta Danielle Toscano foi entregar o convite na casa de uma amiga e lá uma garotinha estava infestada de piolho. “Tentei contornar a situação em casa, não deu resultado. Meu cabelo estava comprido para a festa e o pente fino mal passava, quebrava quando eu usava. Achei que teria que cortar o cabelo. Fiquei desesperada e só indo ao dermatologista consegui resolver”, relata.
Algum tempo depois, quando o filho Eduardo tinha 5 anos e apareceu em casa se coçando, ela e o então caçula Rafael, de apenas 2 anos, também pegaram piolho. “Os adultos têm hábitos de higiene mais firmes e não ficam com a cabeça tão próxima de outra como as crianças. É mais raro de acontecer, mas estão sujeitos a pegar piolho”, esclarece a dermatologista Ana Cristina França.
Fonte: NE10
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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