Preços de passagens durante a Copa estão até 626% mais caros, indica site de turismo

ÍndiceQuem tentou garantir antecipadamente a viagem para os principais jogos da Copa do Mundo — a abertura e a final, que serão disputados em São Paulo e no Rio, respectivamente, e nos jogos do Brasil marcados para Brasília e Fortaleza — se deparou nos últimos quatro meses com preços de passagens até 626% mais altos que o normal, segundo pesquisa feita pelo site Mundi.

No levantamento, o Mundi considerou os menores preços encontrados ao longo dos meses de julho, agosto, setembro e outubro, partindo das cidades onde a procura pelos quatro destinos havia sido maior. Para comparação com os valores cobrados para os dias de jogo, o site especializado em busca de preços de passagens aéreas produziu simulações de uma viagem no começo de dezembro, marcada com um mês de antecedência.

Na maioria dos casos, as passagens custariam pelo menos o dobro de uma viagem fora da Copa. Para a abertura da competição, uma simples ponte-aérea Rio-São Paulo, de R$ 152 em um voo normal, passou para R$ 1.104,46 em setembro, a maior variação registrada. A menor diferença foi de 11% nos voos Recife-São Paulo, que de R$ 798 passaram para R$ 885,71.

“Quando se marca uma viagem ‘para frente’, geralmente o preço fica mais baixo, mas não foi isso o que vimos. Trinta dias de antecedência não é sequer o prazo ideal para se obter os melhores preços, e mesmo assim as discrepâncias foram significativas”, diz o diretor de Marketing do Mundi, Rodrigo Weissman.

Alguns trechos tiveram queda de setembro para outubro, o que Weissman atribui a possíveis promoções. “Os consumidores podem arriscar a tentar alguma destas promoções, mas elas geralmente são muito rápidas. Existe uma limitação real para a oferta por parte das companhias, que é a estrutura dos aeroportos e a distribuição das rotas”, analisa.

A expectativa do governo federal e das companhias de aviação é de que os preços recuem em janeiro, após a apresentação de um plano especial para remodelar a malha aérea com base na demanda pelas partidas, que serão decididas em sorteio no próximo dia 6, em Zurique. A queda nos preços das passagens, porém, não é garantida.

De acordo com o presidente da Embratur, Flávio Dino, as empresas terão 15 dias, a contar do sorteio, para propor as mudanças no sistema a fim de melhorar a oferta de voos. “Há uma expectativa de que estas mudanças vão favorecer uma redução nos preços, mas não houve um compromisso claro, por parte das empresas, de reduzir as tarifas.”

A Embratur enviou ofícios, segundo Dino, para a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pedindo abertura de processos administrativos para investigar “eventuais irregularidades nas práticas empresariais das companhias de transporte aéreo do país”.

“Não há nada que justifique aumentos desta magnitude. Isso se encaixa perfeitamente na definição de aumento arbitrário de lucros”, explica o presidente da Embratur, que recorreu, na solicitação, à lei do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (nº 12.529/11). A SAC informou que não se manifestaria sobre o assunto até janeiro.

A Abear disse que considera o tema dos preços “superado”, devido à reunião das empresas com o Ministério da Justiça, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), a Secretaria de Aviação Civil (SAC), e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ocorrida no último dia 31.

De acordo com a associação, a malha aérea atual apresenta distorções na oferta de voos para os jogos da Copa, que serão corrigidas. Ainda assim, a Abear ressaltou que mais de metade das tarifas das passagens aéreas no mercado ficam abaixo de R$ 300, e apenas 1% superam os R$ 1 mil. De acordo com números da associação, desde que o regime de tarifas livres foi adotado, em 2002, o número de passageiros subiu de 30 milhões por ano para 100 milhões, e os preços caíram em média 33%.

Fonte: Agência O Globo

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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