Se é para saber dos turistas o que eles acharam do carnaval pernambucano, basta parar um minutinho, distinguir os sotaques e puxar a conversa. Nesta terça-feira (12), último dia oficial de folia, o G1 encontrou visistantes que vieram de várias partes do Brasil e fora dele conhecer a famosa festa que é feita, principalmente, nas cidades de Olinda e Recife. A avaliação é sempre muito positiva, com alguns retoques no quesito limpeza e comida. A maioria pensa em voltar.

A curitibana Aline Bezerra chegou no último sábado (9), com a amiga conterrânea Danielle Alessandra. “Eu percebi que o povo é bem fiel ao carnaval, festeja mesmo os quatro dias, parece que espera o ano todo por isso. Eles acordam cedo, investem em fantasias bonitas e criativas, que acabam divertindo a gente também. Nós ‘adoraaaaaamos’ Olinda, parece que lá tem pessoas do mundo todo. Gostei também de que lá não entra carro, e não faz mal esperar um pouco pelo ônibus. Eu voltaria mais vezes para cá”, disse Aline.

A enfermeira Aline Manzini também chegou no sábado passado a Pernambuco junto com o noivo Rafael Pimenta. Eles saíram de Botucatu, em São Paulo, direto para Porto de Galinhas, que fica no Litoral Sul do estado, mas separaram um dia da viagem para conhecer o carnaval. “De dia, nós fomos para Olinda. Achei muito saudável, tranquilo, tem um pouco de empurra-empurra, mas sem violência. Vimos muitos blocos, só não conseguimos achar onde iria ocorrer o encontro dos bonecos gigantes”, comentou Aline.

O casal foi ao Recife Antigo à noite, onde aguardavam as apresentações musicais de encerramento da folia no Marco Zero. “Achei tudo muito legal, essa sequência de shows vai ser muito boa, com Elba, Caetano, Alceu. Até elegemos ‘Voltei Recife’ [do compositor Luiz Bandeira] como a música do carnaval de vocês, que é muito famoso lá no Sul e Sudeste. Achei muito legal ter lugar certo para estacionar, com um expresso [ônibus] que deixa a gente direto na festa, além do valor mais barato das bebidas e comidas, tem até lugar para sentar e comer. Só o cheiro de xixi que incomoda um pouco”, complementou Rafael.

Os franceses Nico Caussin e Maurice Papon afirmam que o carnaval pernambucano também é conhecido lá fora. Eles chegaram pela Guiana Francesa, conheceram Belém, no Pará, e chegaram em Olinda na última sexta-feira (8), onde alugaram uma casa com facilidade. “A festa aqui é muito autêntica, de rua, diferente do Rio [de Janeira], que é fechado. A gente é alegre, sempre com sorriso no rosto, de contato fácil. Só acho um ruim a pouca variedade de comida nas barraquinhas, parece que só tem espetinho. Fora isso, não tivemos problema algum”, disse Nico, num bom português.

O mineiro Militani de Souza estava bem contente com a experiência. Ele toca maracatu em Minas Gerais e estava com bastante vontade de ver de perto as nações pernambucanas. Chegou dia 1° de fevereiro e amigos do maracatu de baque virado Estrela Brilhante, do Alto José do Pinho, no Recife, são os anfitriões do visitante. “O carnaval de vocês é maravilho, inexplicável, não tem mesmo palavras para descrever. É um choque cultural. Você anda e tromba com blocos, nações, caboclinhos. O povo aqui investe mesmo na festa, valoriza. Não tive dificuldade nenhuma em bricar aqui, até aprendi a pegar ônibus sozinho”, falou.

Fonte: G1 PE