Um mês após morte de Chorão, artistas discutem sobre as drogas no meio musical

ChorãoA morte de Chorão completa um mês neste sábado (6). O cantor do Charlie Brown Jr sofreu uma overdose de cocaína no dia 6 de março, em seu apartamento, em São Paulo. O compositor tinha apenas 42 anos.

Ex-esposa do músico, Graziela Gonçalves disse, dias depois da tragédia, que a morte prematura de Chorão foi “uma batalha perdida contra essa praga mundial”.

O fato reacendeu um assunto polêmico que acontece há décadas no meio musical: drogas.

Afinal de contas, Chorão não é o único caso de músicos que morreram em consequência de drogas ilícitas ou mesmo liberadas como o álcool.

Entre as perdas na música, estão Amy Winehouse, Raul Seixas, Kurt Cobain, Laney Stanley e Mike Starr (Alice in Chains), Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Sid Vicious (Sex Pistols), Paul Gray (Slipknot), Bradley Nowell (Sublime), Elis Regina. A lista é longa.

Para saber mais sobre o assunto, o R7 procurou a opinião dos próprios músicos.

Paulo Ricardo, do RPM, diz que a droga virou um clichê fora de moda.

— A história, não só da música, mas das artes em geral está relacionada a estados alterados de percepção. Eram experiências que jazzistas e artistas plásticos já faziam muito antes dos roqueiros. Porém, esse lance todo perdeu o glamour que tinha no passado.

No entanto, Paulo Ricardo discorda que as drogas facilitem a criação de uma obra-prima.

— Uma coisa são as obras que foram concebidas por meio de drogas, e outra são os efeitos devastadores que ela possui. Temos histórias trágicas que, como vimos recentemente com o Chorão, acabaram com grandes nomes da música. E não é a droga que faz simplesmente o cara virar um gênio.

Músico e diretor musical da Record, Marco Camargo não crê na mistura de música e alucinógenos.

— Acho o que o nome “droga” já diz tudo e, algumas pessoas, insistem em não levar isso a sério. Não acredito que a droga ajude na criação musical. Isso é muleta para manco…

Já o baterista do RPM, PA, não tem medo de assumir que caiu na tentação do clichê do rock´n´roll.

— Todo roqueiro passou por isso. Eu realmente fui exagerado no passado… E, olha, os efeitos dependem muito de pessoa para pessoa. O cara pode usar droga e ficar alegre, assim como aquelas pessoas que ficam agressivas.

Paulo Ricardo confirma a história do amigo.

— O caso pior e mais próximo que presenciei foi com o PA, que passou mal durante um voo em Los Angeles e quase morreu. O médico avisou que, se ele não parasse com as drogas, iria morrer. E ele mudou.

Fama de mau

Apesar da lista de mortes por overdose no rock ser longa, Elektra, vocalista da banda Fake Number, lembra que os roqueiros levam a fama de drogados, muitas vezes, injustamente.

— Ninguém do Fake Number gosta de beber, então quando vamos a uma festa, bebemos refrigerante e só. Muita gente acha que no mundo artístico só existem pessoas com vícios, que vivem loucamente.

Japinha também não aderiu ao clichê roqueiro.

— Eu sempre fui totalmente contra as drogas, mesmo estando em uma banda de rock.

PA, do RPM, diz que rola muita hipocrisia na hora de acusar quem é viciado.

— Com certeza, o cara do rock sempre leva mais a culpa. Drogas e rock rendem mais assunto… Porém, existem outras profissões que também têm seus “loucos” e ninguém pega no pé deles.

artistas drogas

Vítimas das drogas: Jim Morrison, Kurt Cobain, Raul Seixas, Elis, Janis Joplin, Jimi Hendrix e Amy(Créditos: Jim M. (AP), Kurt (Getty), Raul S. (Divulgação), Elis (CD), Janis (AP), Jimi H. (AP) e Amy (AFP))

Legalização?

Um dos assuntos mais polêmicos sobre drogas diz respeito à legalização e discriminação. Recentemente, foram realizadas marchas pró-maconha e a discussão sempre rende debates acalorados. Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, deixou as drogas, mas defende a legalização.

— Sou a favor da legalização de todas as drogas. Acho que deveria ser proibido para menores, mas o Estado tem que controlar a venda. E os bilhões gastos com investigação, repressão, processos e encarceramento? É um valor que não podemos pagar. Isso sem falar da violência criada como consequência da proibição. Além, é claro, da corrupção. Deve haver outra saída. É mais sensato permitir que adultos façam o que quiserem, afinal podem beber e fumar até morrer. Na verdade, deveríamos tratar o assunto assim como o álcool e o cigarro.

Japinha, apesar de sempre ter sido “careta”, apoia o fato das drogas ilícitas serem tratadas como o álcool e o tabaco.

— Quanto à legalização, penso de duas formas. Deveriam ser totalmente descriminalizadas, assim como o álcool e o tabaco. Ou, então, todas elas também deveriam ser proibidas. Assim, as leis seriam mais coerentes e as estratégias para combate ao uso seriam mais fáceis de serem administradas, como o controle do tráfico e a reabilitação para viciados.

Paulo Ricardo não acredita que o Brasil esteja preparado para o assunto.

— Hoje, vejo as drogas apenas como uma coisa ligada ao narcotráfico. E a gente não está preparado para ter uma discussão sobre a legalização.

Depressão

Outro fato que chamou a atenção na morte de Chorão foi o momento de fragilidade do líder do Charlie Brown Jr. Ele estaria em depressão por causa da recente separação da esposa, o que seria um dos motivos do uso abusivo de cocaína nos últimos dias de vida.

Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da Legião Urbana, ainda se emociona ao relembrar da morte do amigo, que chegou a exagerar na bebida e nas drogas, apesar de ter morrido em decorrência de Aids.

— A maior perda para mim foi o Renato Russo, sem dúvida. As drogas deveriam ter uso recreativo: álcool, “bagulho”, tabaco… Às vezes, isso é uma válvula de escape. Porém, devemos saber como o Chorão estava antes de usar qualquer coisa. A droga só piora algo que já estava ruim.

PA também concorda com Dado.

— O Chorão poderia estar enfrentando problemas e a droga só piorou isso. Não foi apenas a droga que foi a culpada.

Reabilitação

Ajudar um viciado em drogas é um momento complicado. Muitos usuários não aceitam a intervenção da família ou de amigos próximos. Do outro lado, existem casos que o próprio drogado procura ajuda médica. Além disso, a pessoa ainda enfrenta a discriminação popular, apesar de ser uma doença. PA não precisou do apoio de ninguém para deixar a cocaína. Porém, ele é uma das exceções.

— Se eu pudesse voltar no tempo, não tinha cheirado cocaína. Ainda bem que o dia que eu quis parar, eu parei. Foi apenas força de vontade.

Segundo Dinho, a família o ajudou a sair do fundo do poço.

— Usei drogas durante muito tempo. Quando meus filhos nasceram, procurei tratamento e estou limpo há anos.

Dado Villa-Lobos lembra que deve haver uma conversa entre a família e o usuário de drogas. Isso é essencial para que não aconteça algo ainda pior.

— O canal de comunicação entre o usuário e a família e os amigos tem que estar sempre aberto. É preciso muita ajuda e compaixão com quem usa droga.

Fonte: R7

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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