Um abrigo de idosos em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, foi interditado pela Vigilância Sanitária, nesta sexta (8), por apresentar várias irregularidades. Segundo a 6ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Jaboatão, a comida oferecida no Instituto de Longa Permanência de Idosos (ILPI) Abrigo Doce Lar estava estragada e só haviam dois cuidadores para os 35 idosos que viviam no local. Além disso, conforme o Ministério Público de Pernambuco, a diretoria retinha indevidamente cartões de benefícios dos abrigados e a casa não apresentava condições mínimas de higiene, sem fornecer ainda assistência médica, odontológica e fisioterapêutica. A denúncia que resultou na interdição do asilo foi feita por um ex-funcionário. O G1 procurou o ILPI Abrigo Doce Lar, mas não obteve contato.

Desde 2011, o MPPE já havia realizado diversas inspeções no local junto com a Vigilância Sanitária e o Conselho Municipal do Idoso. “Mas as irregularidades encontradas anteriormente não representavam um risco eminente à saúde ou vida dos idosos. No entanto, após uma denúncia sigilosa de um ex-funcionário, realizamos uma nova vistoria e resolvemos interditar o abrigo”, esclareceu a promotora Isabela Bandeira.

A inspeção foi feita em 31 de julho, mas o espaço não pode ser interditado no dia, segundo a Promotoria, porque os idosos tinham que ser realocados. “A maioria foi reintegrada à família, mas como aproximadamente 20% estão em estado de abandono, foram enviados para dois outros abrigos que são veiculados à rede pública de Jaboatão”, acrescentou Bandeira.

De acordo com relatório do MPPE, vários idosos estavam com a saúde comprometida e quatro tiveram que ser encaminhados para unidades de saúde. Três tiveram alta, mas um segue internado.

Sobre a retenção de cartões de benefício, a promotora informou que nove foram devolvidos à família. “O abrigo tem direito a usar até 70% em prol do idoso, mas é preciso que a família faça esse pagamento ou emita uma procuração para o dirigente do estabelecimento. A retenção de cartões com senhas para sacar arbitrariamente não é permitida”, explicou.

Caso de polícia
Ainda segundo Isabela Bandeira, o abrigo nunca prestou contas de renda ao MPPE e um call center funcionava no andar de cima do estabelecimento, com cinco operadoras de telemarketing cobrando doações no dia da inspeção. Pelos recibos, foi possível verificar que, apenas em julho, foram arrecadados R$ 20 mil, além da doação de bens materiais e a mensalidade dos abrigados, totalizando R$ 30 mil. “Eles tinham uma boa renda, o que mostra uma total discrepância com a situação que os idosos se encontravam. Em cerca de 15 dias devo terminar minhas investigações e então encaminharei o caso para uma promotoria criminal do ministério”, argumentou.

Fonte: G1pe

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)