A Casa do Portador de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca promove hoje o 2º Encontro na Praça, que acontece às 10h em frente ao Pronto Socorro Universitário Cardiológico da Universidade de Pernambuco (Procape/UPE), em Santo Amaro. A ação marca o dia mundial de combate à doença, que atinge 12 milhões de pessoas mundialmente. Desse universo, 2,5 milhões são brasileiros.

Na casa, funcionam o Ambulatório de Referência para a Doença de Chagas em Pernambuco do Procape/UPE e a Associação dos Portadores de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco, que conta com mais de 3 mil pacientes cadastrados de todo o Estado. O local faz cerca de 60 atendimentos por dia, das 7h às 17h. Para manter o espaço, a associação conta com recursos que vêm a partir de doações. 

“Recentemente, recebemos um apoio para reformar a casa. Agora, os pacientes precisam de roupas e cestas básicas”, diz a hematologista Cristina Carrazzoni, que fornece apoio técnico à casa. Ela reforça que o espaço também mantém um bazar permanente de objetos novos e usados, cuja renda arrecadada é direcionada para fornecer assistência aos pacientes.

“O papel mais importante da associação é ser a voz das pessoas com Chagas, além de se envolver com ações estratégicas capazes de promover a qualidade de vida de quem convive com a doença”, acrescenta Cristina.

A dona de casa Maria José da Silva, 55 anos, é uma das pacientes beneficiadas com o atendimento oferecido pela Casa do Portador. “Estou aqui há quatro anos. Recebo orientações, assistência e passo por consultas médicas. Há um ano, coloquei um marca-passo e estou bem melhor de saúde”, conta Maria José. Assim como muitas pessoas com Chagas, ela convive com alterações cardíacas decorrentes da doença. “Mas tenho conseguido controlar os problemas com as medicações que tomo.”

AÇÃO – Hoje, em frente ao Procape/UPE, os médicos cardiologistas Wilson Oliveira Jr., Cassandra Barros, Silvia Marinho Martins e Maria da Glória Melo Cavalcanti fazem atendimento ao público em geral. Na ocasião, funcionários do ambulatório, voluntários da associação e alunos da UPE integrantes do projetoChagas: um grande coração também distribuem panfletos e esclarecem as dúvidas da população.

A doença de Chagas, que faz parte do rol das enfermidades negligenciadas, ainda constitui um grave problema de saúde pública para a América Latina porque ainda não foi totalmente controlada. A transmissão acontece pelas fezes do barbeiro depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o inseto suga o sangue. Considerado um Estado endêmico, Pernambuco conta com o Programa Sanar, promovido pela Secretaria Estadual de Saúde em parceria com o ambulatório de referência do Procape/UPE. O trabalho é pioneiro no enfrentamento às enfermidades negligenciadas como Chagas.

 Fonte: JC