Ele decidiu desenhar um caminho diferente para superar uma doença devastadora. Reginaldo Carlos da Silva Filho, hoje com 23 anos, recebeu a notícia da batalha que enfrentaria contra o câncer em 2008. De lá para cá, passou por quatro cirurgias no Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), onde uma delas consistiu na retirada da perna esquerda. Foram anos de quimioterapia e intervenções médicas, que resultaram em internações de longos períodos. Foi aí que Carlos descobriu a sua válvula de escape, através da arte.

Com a ajuda das voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Pernambuco, que colaboravam com a compra dos materiais, Carlos começou a colocar no papel o rosto de amigos que tinha feito no HCP. “O primeiro foi de um rapaz que dividia quarto comigo. O câncer dele avançou muito rápido e, infelizmente, faleceu. Mas fiz o registro.” Aos poucos,  Carlos foi aprimorando o dom que tinha quando estava com o lápis nas mãos. “Eu gostava de desenhar desde criança. Mas bonecos de palitinho, coisa simples. Foi lá no hospital que comecei a me dedicar aos desenhos realistas”, disse.

Antes de ser diagnosticado com câncer, Carlos trabalhava em uma empresa que fabrica tijolos, em Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata Norte do Estado. É lá também que ele mora. “Tive que largar o emprego, assim que descobri a doença. Fiquei com medo. E tudo complicava com a distância de casa. Toda semana eu me deslocava para o Recife por causa da quimioterapia.”

O câncer de Carlos, chamado de osteossarcoma, começou no osso da perna esquerda, fazendo com que ele passasse pela primeira cirurgia. Nos meses que se seguiram, o rapaz passou a manter uma conversa pela internet com Laudicéia Rute da Silva, hoje com 31 anos, e não pensou duas vezes quando recebeu o convite para conhecê-la em São Paulo, onde vivia. “Nos vimos, nos apaixonamos. Tive que voltar para fazer  exames de rotina. Foi então que descobri a  metástase do câncer.”

Após um ano, o câncer não só tinha voltado, como se espalhado e atingido os pulmões. Aos 21 anos, Carlos teve a perna esquerda amputada, além de passar por duas cirurgias para a remoção os demais tumores. Foi durante este momento que um novo golpe de esperança atingiu Carlos. Depois de ligar para Laudicéia, contando a triste notícia, teve que passar pela cirurgia de emergência, para a retirada do tumor do lado direito. Enquanto se preparava para a intervenção do lado esquerdo, Laudicéia largou o emprego e a vida que tinha em São Paulo, veio para o Recife casar com Carlos, na capela do HCP, em 05 de abril de 2013.

“Todo mundo que recebe o diagnóstico e tem que passar pelo tratamento, acha que não vai conseguir. Quando fala-se em  metástase, então, é muito complicado. Mas ao mesmo tempo sempre tentei ser confiante, tinha fé de que ia vencer. E venci”, comemora. Os últimos exames comprovam que Carlos não apresenta mais nenhum tumor. As marcas ficaram, claro. As melhores, nos retratos detalhadamente desenhados nos papéis. Agora, Carlos precisa de ajuda para continuar.

O material é importado e completo fica caro para Carlos. São lápis staedtler (número HB, 2B, 4B, 6B), folha fabriano 4 (cor branca), papel canson mi-teintes no tamanho A2 (cor branca), caneta borracha mono zero 2.3mm tombow, grafite 4b para lapiseira 05 (também staedtler), esfuminho trident numero 3 e 6. Além de molduras. “Meu sonho é fazer uma exposição dos rostos que  já desenhei.”

Quem quiser contribuir, o material pode ser endereçado para Rua José Martiniano de Barros, bairro Santo Antônio, Lagoa de Itaenga, , nº  57, CEP 55840-000. Ou ainda, através de depósito na conta-poupança do Banco do Brasil número 16-438-0, Agência 2239-x, em nome de Laudiceia Rute da Silva, CPF: 353.822.668-75. Quem quiser outras informações, pode ser através da Fanpage “Desenhos Realistas” (www.facebook.com/laudesenho) ou pelo email [email protected].

Fonte: JC

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)