Cinema brasileiro retratou ditadura desde o golpe; conheça dez filmes

8(ESPECIAL “50 ANOS DO GOLPE MILITAR”: a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, desencadeou uma série de fatos que culminaram em um golpe de estado em 31 de março de 1964. O sucessor, João Goulart, foi deposto pelos militares com apoio de setores da sociedade, que temiam que ele desse um golpe de esquerda, coisa que seus partidários negam até hoje. O ambiente político se radicalizou, porque Jango prometia fazer as chamadas reformas de base na “lei ou na marra”, com ajuda de sindicatos e de membros das Forças Armadas. Os militares prometiam entregar logo o poder aos civis, mas o país viveu uma ditadura que durou 21 anos, terminando em 1985)

 Herdeiros da estética de vanguarda e revolucionária do Cinema Novo, alguns dos filmes produzidos ainda durante o regime militar sobre a repressão revelam a audácia e o refinamento de alguns dos nossos melhores cineastas.

Seja na ficção alegórica de Glauber Rocha ou no documentário profundamente humano de Eduardo Coutinho, o cinema pode se reinventar para expressar tempos difíceis, mesmo num momento em que o Estado era o maior interessado em financiar a sétima arte como arma de propaganda.

Não menos corajosas, obras produzidas durante a abertura e após a redemocratização vêm falar cada vez mais abertamente da perseguição, numa expressão de acerto de contas com o passado. A retomada do cinema brasileiro a partir dos anos 90, em plena democracia e favorável ambiente econômico, trouxeram novos olhares e linguagens sobre o período.

Abaixo, em dez sugestões, um pouco de cada fase do cinema nacional sobre a ditadura:

TERRA EM TRANSE
Glauber Rocha (1967)

Um governador demagogo apoiado pelas massas disputa o poder com um senador conservador financiado pelo capital. Entre eles, um jornalista e poeta tenta conduzir um povo “ignorante e analfabeto” à emancipação social e econômica, mas se divide, ora apoiando um, ora o outro candidato. O enredo se passa em Eldorado, país fictício mas representativo do Brasil e outras nações latinoamericanas, marcados pela tensão política e agitação ideológica.

CABRA MARCADO PARA MORRER
Eduardo Coutinho (1984)

A repressão às ligas camponesas e a separação de uma família na Paraíba pela ditadura são histórias que se cruzam graças à própria realização do filme, hoje um clássico do cinema documentário. As filmagens, iniciadas em 1964 para contar a história de um líder camponês assassinado, são interrompidas pelo golpe. Somente 17 depois, num contexto de abertura, as gravações são retomadas, quando a viúva rememora o passado de perseguição e lamenta o afastamento forçado dos filhos.

JANGO
Silvio Tendler (1984)

Documentário relata em detalhes a trajetória política de João Goulart, da origem rica à influência getulista, das dificuldades em implementar as reformas de base ao golpe militar, do exílio no Uruguai à morte na Argentina. Sob rico acervo de imagens históricas, o narrador apresenta um presidente em busca da justiça social, mas deposto por setores “reacionários” da política e da sociedade. Destaque para contexto fidedigno e depoimentos de atores centrais da época

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
Bruno Barreto (1997)

Parcialmente inspirado em livro homônimo de Fernando Gabeira, filme mistura realidade e ficção ao recontar a história do rapto do embaixador americano Charles Elbrick, em 1969, por integrantes do MR-8 e ALN, para libertar outros 15 membros da luta armada. Acusado pela esquerda de banalizar um fato histórico e seus protagonistas, o filme retrata jovens guerrilheiros ingênuos e inseguros, um diplomata bom e medroso e um torturador em crise de consciência.

HÉRCULES 56
Silvio Da-Rin (2006)

Documentário reconstitui a troca de Chales Elbrick pela libertação de 15 guerrilheiros com imagens raras e depoimentos de quem participou da ação, por uns considerada a mais “bem-sucedida” da esquerda, por outros, um completo “desastre”. Enquanto os idealizadores do rapto contrapõem versões ao redor de uma mesa, alguns dos libertados rememoram a difícil saída do Brasil a bordo do avião da FAB Hércules 56, rumo ao exílio no México, Paris e Cuba.

PRA FRENTE BRASIL
Roberto Farias (1982)

Trabalhador de classe média é preso e torturado após ser confundido com um “subversivo”. O enredo se passa em 1970, auge do milagre econômico e da conquista do tricampeonato mundial pela seleção brasileira. Em desespero, a mulher e o irmão se deparam com uma polícia que mente sobre o sumiço e empresários que financiam a repressão. De final trágico e inicialmente censurado pelo regime, é o primeiro filme que mostra abertamente a tortura.

CIDADÃO BOILESEN
Chaim Litewski (2009)

A partir de pesquisa e entrevistas, documentário conta a vida de Henning Albert Boilesen (1916-1971). Dinamarquês naturalizado no Brasil e empresário estimado pela alta sociedade, passa a financiar a Operação Bandeirantes (Oban), centro clandestino de tortura em São Paulo. Apesar de defendido pelo filho, relatos mostram um homem que sentia prazer nas sessões de tortura e fornecia carros da Ultragaz, que presidia, para perseguir guerrilheiros.

LAMARCA
Sérgio Rezende (1994)
Adaptação da biografia de Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército que deserta e se torna líder da VPR. O longa alude a episódios conhecidos da luta armada, como o sequestro do embaixador suíço e o roubo da fortuna do ex-governador Adhemar de Barros. Alternando os dois últimos anos de vida de Lamarca com flashbacks de seu passado, o filme retrata suas ações de guerrilha urbana, com assaltos a banco, e sua caçada e morte no sertão da Bahia.

MARIGHELLA
Isa Grinspum Ferraz (2011)

Dirigido e narrado pela sobrinha que pouco conheceu o comunista baiano fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de combate à ditadura, o documentário desvela a intimidade de um homem afável, poético e sensível. Com depoimentos de familiares e ex-companheiros do Partido Comunista, o filme perpassa momentos históricos importantes vividos por Carlos Marighella, que enfrentou não só a ditadura militar, mas também o Estado Novo.

O DIA QUE DUROU 21 ANOS
Camilo Tavares (2013)

Gravações telefônicas e telegramas diplomáticos dissecam apoio dos EUA ao golpe que derrubou João Goulart em 1964. Conversas e memorandos do embaixador americano Lincoln Gordon com os presidentes John Kennedy e Lyndon Johnson revelam tentativas de influenciar as Forças Armadas, propagandear Jango como ameaça comunista e prever etapas do golpe. Documentário também detalha a Operação Brother Sam e traz análises de especialistas.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

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