Discurso pronunciado pelo Deputado GONZAGA PATRIOTA – PSB/PE na Sessão do dia 22/04/2014
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Senhoras e Senhores Deputados.
Lamentamos registrar desta tribuna, o falecimento sexta feira da paixão, último dia 18 de abril, na cidade de Salgueiro, de José Francisco da Silva, o amigo, irmão e inesquecível, ZÉ NOVAES, ou Zé Novato ou ainda Zé Novaes da Estação do Trem. ZÉ NOVAES nasceu no dia 29 de junho de 1940, na cidade União dos Palmares, terra de Zumbi ou em São José da Lage, Alagoas, chegou a Salgueiro no ano de 1962, juntamente com a inauguração da Rede Ferroviária. Ferroviário dedicou sua vida inteira ao trabalho da velha RFFS/A, aonde veio a aposentar-se. Mas não parou de trabalhar! Com o seu espírito empreendedor abriu uma empresa gráfica e passou a exercer esta nova atividade econômica juntamente com sua família até seus últimos dias.
Como ferroviário, meu primeiro emprego, cheguei em Salgueiro em 1966, tendo sido recebido por ZÉ NOVAES e outros amigos, ferroviários, a exemplo do Chefe da Estação, seu Fernando Alencar, João Vicente de Carvalho, Guedes o Guedelha, Jorge de dona Izabel, Euclides, Geraldo Bezerra, o velho Berto, sogro de Novaes dentre outros.
ZÉ NOVAES não era apenas um colega ferroviário ou meu compadre, sou padrinho do seu filho Daniel, era um irmão, um verdadeiro amigo em todas as horas. Nas horas do trabalho, do futebol – ele jogava muito ruim, mas, era bom no “cerca por lá”, quando, à noite, depois dos compromissos ferroviários, dávamos atenção à clientela da RFFS/A.
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Essa memorável frase de Euclides da Cunha, no começo do livro “Os Sertões” é o retrato fiel de ZÉ NOVAES. Uma de suas maiores paixões foi, sem dúvida, seu trabalho na Rede Ferroviária Federal. Foi na RFFS/A que ZÉ NOVAES conheceu várias cidades de Pernambuco, as diferentes realidades do estado. Foi em Salgueiro que ficou conhecido como ZÉ NOVAES, derivação do apelido de Zé Novato, como era chamado pelos companheiros ferroviários, por ser novato na RFFS/A e em Salgueiro.
ZÉ NOVAES casou-se ainda jovem, em Salgueiro e teve dois filhos, Daniel, o meu afilhado e Denise, que os acompanharam até os seus últimos dias de vida.
ZÉ NOVAES que tinha dentro de si, os trilhos da RFFS/S, acompanhou com tristeza o desmanche da malha ferroviária nordestina, mas nunca deixou de alertar para a importância do retorno dessa ferrovia, que está ocorrendo agora, através do Projeto de Lei de minha autoria, nº 1.125/1988, transformado na Lei nº 9060, de 1995, ZÉ NOVAES ficou muito contente e feliz quando viu sair do papel a Ferrovia Transnordestina, ele fazia questão de acompanhar de perto as obras dessa ferrovia, parecia mais um fiscal extraoficial dessas obras. ZÉ NOVAES em todas as oportunidades que tinha (audiências públicas, documentários, relatos, etc.) relembrava seus tempos de ferroviário e cobrava do poder público, soluções para isso.
Mas ZÉ NOVAES, inquieto como era, não ficou apenas nisso. Foi empreendedor, abrindo uma gráfica, administrada hoje pelos seus filhos. Abriu ainda uma gráfica em Cabrobó. Era muito bem quisto por seus funcionários, que sempre contavam com o seu apoio, quando precisavam.
ZÉ NOVAES foi um homem de grande valor, que buscava sempre respeitar os outros, tratar todos da melhor maneira possível e sempre disposto a ajudar quem dele necessitasse. Tanto que era considerado um pai para muitos, irmão para outros tantos e um grande avô para muitos outros. Fazia muita questão de contar seus causos, não para se vangloriar, mas para ensinar que a vida pode ser difícil, mas que tudo se consegue com força, determinação e com muito respeito ao próximo. Afinal, ZÉ NOVAES era nordestino, era, antes de tudo, um forte. Se enquadrando perfeitamente na frase de Euclides da Cunha “O sertanejo, antes de tudo, um forte!”
ZÉ NOVAES ao longo da sua vida fez muitos amigos e construiu uma excelente relação com o povo salgueirense. A sua contribuição ao desenvolvimento de Salgueiro é inquestionável. Chegou junto com o progresso trazido pela ferrovia e, após aposentar-se, continuou a sua contribuição no ramo gráfico.
A sua paixão por Salgueiro era por demais conhecida. Em suas conversas afirmava sempre que se considerava Salgueirense e que não pretendia mais se mudar de Salgueiro, cidade onde constituiu família, deixando dois filhos e quatro netos.
Desta forma, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, quero homenagear não apenas o compadre, o amigo, o colega ferroviário, o cidadão ZÉ NOVAES! Quero homenagear um dos homens mais simples da nossa querida terra, Salgueiro, que ajudou a contribuir com o seu desenvolvimento através do seu honesto e dinâmico trabalho, o seu espírito empreendedor e acima de tudo com o seu exemplo de cidadão de bem que deixou para os seus filhos e netos e para toda a juventude salgueirense.
ZÉ NOVAES foi um exemplo que deve ser seguindo. Aqui na terra e, a partir de agora, lá no céu, continuará orgulhando todos nós, com toda sua vida de dedicação ao povo salgueirense, de forma exemplar. Meu compadre ZÉ NOVAES, você estará sempre no coração de todos nós.
Obrigado por tudo, ZÉ NOVAES! Que descanse em paz! Seu compadre e amigo.
Deputado GONZAGA PATRIOTA
Membro da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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