Emprestar livros é assunto delicado para amantes das letras

20140221140849653562eHora da separação, aquela dor-de-cotovelo enorme. Ele sai praticamente com uma mão na frente e outra atrás, pois não quer pensar em divisão de bens. Ela que fique com a casa, com as lembranças, esperanças, com a aliança… Ah, não! De uma coisa o personagem de Chico Buarque faz questão absoluta:“devolva o Neruda que você me tomou/ E nunca leu”. Porque relacionamentos acabam, amores chegam ao fim, mas o afeto por determinados livros raramente se dissipam com o tempo.

Antes de prejudicar amizades, criar desafetos ou até inimigos mortais, é bom ter atenção às regras sociais de empréstimos e devoluções de livros. Porque pior do que multas de biliotecas são as penalidades dos bibliófilos. Essas não são superadas tão facilmente, a depender do valor sentimental do objeto amado, o livro. Não façamos disso uma campanha anti-empréstimo, óbvio. Até porque há urgência na circulação de bons textos entre leitores e não-leitores. Mas antes de emprestar um livro a alguém, verifique qual dos dois você gosta mais.

DEZ MANDAMENTOS DE QUEM TOMA LIVRO EMPRESTADO
1 — Peça emprestado apenas se pretende ler imediatamente.
2 — Evite pedir emprestado livros muito caros, edições antigas, exemplares com valor afetivo.
3 — Ao pegar emprestado, leia o mais rápido que puder e devolva o livro ao dono.
4 — Deixe lembretes para você mesmo para não correr o risco de esquecer de devolver.
5 — Tenha bastante cuidado com o livro. Não rabisque, dobre, suje, rasgue, molhe.
6 — Nunca empreste um exemplar que você pegou emprestado.
7 — Se danificou ou perdeu o exemplar, compre outro, devolva, e se desculpe.
8 — Se o livro for uma não-ficção de grande utilidade para a outra pessoa, evite pedir. E último caso, devolva rápido.
9 — Estipule um prazo para a devolução. Se estiver próximo da devolução e você não conseguiu terminar o livro, ao menos combine uma prorrogação com o dono.
10 — Lembre de colocar seus livros à disposição para quem já lhe emprestou.

BIBLIOTECÁRIO
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EMPRESTAR OU NÃO?

“Empresto o carro, mas não empresto livros. Nem sempre foi assim. Até que emprestava aos montes, mas recebia aos poucos. Fui parando. Parei. Minha avó costumava dizer que “quem empresta não presta”. Estava certa. Pelo menos quanto aos livros. Importante que se diga: os meus primeiros livros foram emprestados. Estão comigo ainda. São meus por usucapião. Às vezes eu até devolvia, mas não os que peguei emprestado, mas outros. Obrigava a fazer a troca.
Todo grande leitor deve ter um livro emprestado que nunca devolveu. É como se o livro estivesse melhor com você, como se tivesse te escolhido. Parei de emprestar livros, definitivamente, quando desconfiei que estavam sendo roubados e, na verdade, estavam emprestados. Foi um sinal: livro emprestado é um livro roubado.
Hoje, sempre que me pedem um livro emprestado, digo que já emprestei, só estou esperando que devolvam. Essa estratégia não falha, nem magoa. Certo estava o poeta Austro Costa ao dizer “um livro mau se vende, não se empresta; / e um livro bom… não se devolve ao dono…”
Hélder Herik, escritor garanhuense, autor de livros como A invenção dos avós“Tenho relação de afeto com muitos livros, então alguns eu empresto e outros não. No meu 2001: Uma odisseia no espaço (Arthur C. Clarke), cuja edição é a primeira lançada no Brasil, não deixo sequer tocarem. Não é pelo preço, pois comprei por R$ 1 em um sebo de São Paulo, é pelo valor sentimental. Também tenho cuidado com a minha edição de Água viva (Clarice Lispector), que uso para estudar. São coisas mais raras.
Já aconteceu de eu ter livro perdido, mas nada que me trouxesse grandes prejuízos. Antigamente tinha a preocupação de anotar o nome de quem pegava emprestado, mas recentemente deixei de fazer isso. Desapeguei, pois é fácil de conseguir outra cópia.
Quando a gente empresta um livro, tem que ficar consciente de que ele não volta igual, não volta com o mesmo cheiro, com a mesma flexibilidade de capa. É ilusório, isso. Mas emprestar é preciso, pois livro não é apenas ornamento para estante.”

Fernando de Mendonça, autor de Um detalhe em H

 “Empresto meus livros com frequência, mas confesso que às vezes me arrependo. Certa vez, pegaram um livro que eu tinha acabado de ganhar, nem havia lido, e passaram oito meses para devolver. A pessoa enrolava, e eu não parava de insistir e mandar mensagem, até que entregou o livro com a orelha rasgada, páginas marcadas… Isso é muito chato. Abala até a amizade. Livro é uma coisa muito pessoal.
Sempre reforço para terem cuidado, pois se voltar rasgado ou com algum outro problema, não terá um segundo empréstimo. Dou logo o aviso. Coloco um marcador de página dentro e sugiro que a pessoa use, que não coma ou beba enquanto está lendo (já me devolveram um livro com manchas de café e chocolate!), que não dobre o livro, não deixe largado dentro da bolsa, para não manchar.
Acho que quanto mais rápido a pessoa devolve, mais crédito tem comigo para a próxima vez. Além disso, anoto tudo o que empresto em uma tabela no computador. Atualmente, tenho oito emprestados. Tenho um total de 386 livros.”
Danielle Barbosa , estudante de administração

“Se não for meus livros da faculdade, empresto. Tenho muitos livros de fantasia. Na realidade restrinjo os empréstimos a amigos próximos. Aqueles confiáveis, que eu tenho certeza que vão devolver o livro em bom estado, que não vão pegar o livro com mão suja, dobrar páginas etc. Pessoas fora de meu círculo de amizades já me pediram, e precisei recusar.
Mas também tenho alguns que não empresto a ninguém. São de coleções especiais, como A torre negra (Stephen King), As brumas de Avalon (Marion Zimmer Bradley), A herança (Christopher Paolini). Deixo para emprestar os mais comuns, como Os miseráveis (Victor Hugo),  Os três mosqueteiros (Alexandre Dumas), sempre anotando o nome da pessoa e tentando obter um prazo bom de devolução, a depender do tamanho do livro.
Emprestar é difícil porque quando você está lendo, é como se o livro fosse uma parte de você. Ele fica marcado. Torna-se especial.”
Manuel Silvestre, estudante de história
“Sou muito viciada em livros, compro ao menos três por mês. Quando não compro em um mês, compenso no outro. No geral, acho que livro tem que circular. A gente tem que emprestar para compartilhar informação. Isso não significa, também, que você não vai seguir as velhas regrinhas de preservação. Toda vez que empresto digo as pessoas para tomarem conta do meu livro como se fosse o próprio filho dela.
Quem pega emprestado e devolve com algum probleminha, vai se encaixando em uma lista mental que faço, das pessoas que não vão mais pegar emprestado. Também atualizo planilha do Excel para saber com quem estão minhas coisas. É preciso fazer isso, pois já perdi livro assim e acabei comprando de novo.
Os livros que não empresto de jeito nenhum ficam escondido em um guarda-roupa antigo. São edições de luxo, livros garimpados em sebo. Não são necessariamente caros, mas também não são fáceis de repor. Tenho, por exemplo, edições muito antigas de contos de Machado de Assis e Álvaro de Azevedo, com páginas frágeis, fáceis de cair.”
Flaviana Melo, estudante de engenharia
Fonte: Diário de PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

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