EPE: risco de déficit de energia no Sudeste é hoje 2,5%

00A forte chuva que vem atingindo o Sul do país e a melhora da situação dos reservatórios praticamente afastaram os riscos de déficit de energia no Sudeste e no país, que caíram este mês para 2,5%. A capacidade dos reservatórios da região fechou, no último dia 16, em 85,73%. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquin, lembrou, em entrevista à Agência Brasil, que em junho de 2001, ano do racionamento, o risco era 29,6%.

“O Sul vem recebendo intensa chuva desde o início de junho, o que dá alívio para os reservatórios, depois de um período atípico e seco durante o verão. Então, a gente tem como aproveitar a chuva no Sul para transferir a energia lá gerada para o Sudeste”, disse Tolmasquin. Ele comentou o Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), relativo ao período de 14 a 20 de junho, que elevou significativamente as estimativas de chuva para o Sul, melhorando a situação dos reservatórios neste mês.

Para o presidente da EPE, não há dúvida de que as condições hidrológicas no Sul melhoraram muito a situação do país do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica. “Foi importante a melhora. Hoje, estamos em situação de tranquilidade. Se antes já considerávamos que não haveria problema de abastecimento, hoje a gente já tem certeza de que não faltará energia. O nível de déficit é bastante baixo”, disse.

Tolmasquin lembrou que o país conviveu no início do ano, principalmente em fevereiro, com o pior período de sua história em termos de hidrologia, muito pior até do que em 2001, o ano do racionamento. “Em fevereiro de 2001, a energia natural fluente, ou seja, a vazão de água que entrou nos reservatórios, foi 73% da média de longo prazo. Em fevereiro último, essa vazão foi apenas 39% da média – quase a metade da água que entrou em 2001”, ressaltou.

Segundo ele, no entanto, apesar de ter entrado metade da vazão no início deste ano, no fim de fevereiro os reservatórios estavam praticamente iguais: 35,1% em 2001 contra 35,4% em 2014. “A diferença é decorrente de estarmos hoje, estruturalmente, melhores do  que em 2001”. O presidente da EPE explicou que foi justamente essa “melhor solidez” do Sistema Integrado Nacional que permitiu ao país atravessar o momento de escassez e a crise decorrente da seca atípica. Tolmasquin lembrou ainda que entre 1996 e 2000, a capacidade instalada cresceu 24,6%, contra um aumento de consumo de 26,5%.

“Naquele período, o consumo cresceu mais do que a capacidade instalada. Entre 2001 e 2013, a capacidade instalada cresceu 72,4%, enquanto o consumo cresceu apenas 50,8%.

Citando números recentes, o presidente da empresa responsável pelo planejamento energético ressaltou a diversificação da matriz energética brasileira como fundamental para superar os problemas da falta de chuva e da queda expressiva dos reservatórios.

“Em 2001, as hidrelétricas representavam 82% da capacidade de geração de energia existente, enquanto agora, no início de 2014, passaram a representar 65%. Além disso, aumentou o número de térmicas e a capacidade de fornecimento de energia por elas, que passou de 16% para 29% da matriz. Sem falar nas eólicas [proveniente dos ventos], cujo parque responde hoje por 2% da capacidade de geração”.

Na avaliação do presidente da EPE, também foi fundamental para a superação das dificuldades o aumento do número de linhas de transmissão. Entre 1996 e 2002, foram instaladas, em média, no país, 1.562 quilômetros (km) de linhas por ano. Entre 2003 e 2013, esse volume mais que dobrou, passando, em média, para 3.710 km de linhas anualmente. “E isso aumentou enormemente o intercâmbio entre as regiões”.

Para Tolmasquin, em 2001 havia água sobrando, mas não havia transferência dessa energia para o Sudeste, “porque a capacidade de intercâmbio do Sul para a região era apenas 2.600 megawatts (MW) e hoje é  5.800 MW.

O presidente da EPE admitiu que, com os preços em queda no mercado spot (instantâneo, imediato), o governo já poderia começar a desligar algumas térmicas, mas, por uma questão de segurança, está optando por mantê-las ligadas para recompor os reservatórios e não ter surpresa. “Agora, é claro que, persistindo os dados, em algum momento isso será avaliado, “e aí começaremos a desligar as térmicas. A gente ainda está avaliando”.

Tolmasquin admitiu que as térmicas a gás e os reservatórios das regiões Norte e Sul ajudaram a sustentar a demanda por energia nos piores momentos. “O Norte e o Sul é que ajudaram a segurar. E essa é a beleza do nosso sistema interligado – que é único no mundo. Em um país continental, com hidrologia e clima diferenciado, existe um sistema cooperativo em que uma região em melhor situação pode socorrer outra”.

*Matéria alterada para correção de informação no primeiro parágrafo. O índice de 2,5% refere-se ao risco de déficit. A capacidade dos reservatórios fechou em 85,73% no último dia 16.

Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA PARTICIPA DO DESFILE DA INDEPENDÊNCIA NO PALANQUE DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA E É ABRAÇADO POR LULA E POR GERALDO ALCKMIN.

Gonzaga Patriota, acompanhado da esposa, Rocksana Príncipe e da netinha Selena, estiveram, na manhã desta quinta-feira, 07 (Sete de Setembro), no Palanque da Presidência da República, onde foram abraçados por Lula, sua esposa Janja e por todos os Ministros de Estado, que estavam presentes, nos Desfiles da Independência da República. Gonzaga Patriota que já participou de muitos outros desfiles, na Esplanada dos Ministérios, disse ter sido o deste ano, o maior e o mais organizado de todos. “Há quatro décadas, como Patriota até no nome, participo anualmente dos desfiles de Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este ano, o governo preparou espaços com cadeiras e coberturas, para 30.000 pessoas, só que o número de Patriotas Brasileiros Independentes, dobrou na Esplanada. Eu, Lula e os presentes, ficamos muito felizes com isto”, disse Gonzaga Patriota.

Clipping
Gonzaga Patriota participa de evento em prol do desenvolvimento do Nordeste

Hoje, participei de uma reunião no Palácio do Planalto, no evento “Desenvolvimento Econômico – Perspectivas e Desafios da Região Nordeste”, promovido em parceria com o Consórcio Nordeste. Na pauta do encontro, está o plano estratégico de desenvolvimento sustentável da região, e os desafios para a elaboração de políticas públicas, que possam solucionar problemas estruturais nesses estados. O evento contou com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o ex governador de Pernambuco, agora Presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, o ex Deputado Federal, e atualmente Superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, da Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entre outras diversas autoridades de todo Nordeste que também ajudam a fomentar o progresso da região.

Clipping
GONZAGA PATRIOTA comemora o retorno da FUNASA

Gonzaga Patriota comemorou a recriação da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA, Instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que havia sido extinta no início do terceiro governo do Presidente Lula, por meio da Medida Provisória alterada e aprovada nesta quinta-feira, pelo Congresso Nacional.  Gonzaga Patriota disse hoje em entrevistas, que durante esses 40 anos, como parlamentar, sempre contou com o apoio da FUNASA, para o desenvolvimento dos seus municípios e, somente o ano passado, essa Fundação distribuiu mais de três bilhões de reais, com suas maravilhosas ações, dentre alas, mais de 500 milhões, foram aplicados em serviços de melhoria do saneamento básico, em pequenas comunidades rurais. Patriota disse ainda que, mesmo sem mandato, contribuiu muito na Câmara dos Deputados, para a retirada da extinção da FUNASA, nessa Medida Provisória do Executivo, aprovada ontem.