Desde dezembro de 2013, o Jardim Botânico do Recife vem atraindo público como há muito não se via. O principal motivo foi a reforma de seis meses, empreendida pela Prefeitura do Recife, que culminou na reinauguração do espaço verde localizado no km 7 da BR-232, no bairro do Curado, na Zona Oeste da capital. No primeiro fim de semana de agosto, o número de visitantes subiu ainda mais. Foram 3.117 pessoas. Não à toa. O mês corrente comemora os 35 anos de fundação da área destinada à conservação da biodiversidade da Mata Atlântica. Hoje, são 90 espécies arbóreas cadastradas. Um museu de plantas vivas, aberto ao público e sem cobrança de ingresso. O Pernambuco.com foi dar os parabéns pelo aniversário e aproveitou para conhecer as novas instalações.

Ao todo, são sete áreas temáticas, mas o visitante fica livre para fazer seu próprio percurso. Na entrada, o Jardim de Plantas Medicinais é a primeira sugestão de parada. Composto por mais de 40 espécies utilizadas em práticas de cura, prevenção e tratamento de doenças, o espaço é uma homenagem do conhecimento científico à sabedoria popular. Perto dali, o Bromeliário abriga cerca de 100 espécies de bromélias. Nas placas, com texto traduzido para os idiomas inglês e espanhol, há outras informações sobre o acervo. A importância da bromélia, por exemplo, é imensa: é alimento para a fauna, favorece a formação de um micro-habitat e aumenta a disponibilidade de água por retê-la em sua folhagem. Logo em frente, fica o Jardim das Palmeiras, com espécies nativas, de um lado, e espécies exóticas, do outro.Antes de seguir em direção à Praça Central, há, ainda, o Cactário, onde repousam as plantas típicas da Caatinga nordestina. Expostas ao sol, essas plantas se destacam, como sabemos, pela adaptação a ambientes extremamente quentes e áridos. Para protegê-las de eventuais chuvas, um toldo foi armado. Na área expositiva, encontramos espécies em risco de extinção, como a Coroa de Frade, característica de Pernambuco e Minas Gerais. A caminho da Praça Central, já sob a densa vegetação da Mata Atlântica, a temperatura fica mais amena. A próxima parada é no Orquidário, talvez o local mais disputado pelo público. A foto abaixo entrega o porquê.

Seguindo, chegamos ao Jardim Sensorial. “É onde o visitante pode tocar livremente nas plantas. A ideia é que ele se aproxime ainda mais da natureza”, explica Laura Santos, 21 anos, monitora e estudante de ciências biológicas. Além do tato, o olfato e o paladar podem ser testados, sem problemas. Neste jardim, tem um pouco de tudo. Bromélias, begônias, samambaias, paus de jangada, entre outras espécies. Mais adiante, já na Praça Central, onde estão localizadas as salas administrativas, é a vez do Jardim Tropical. Antes chamado de Jardim Ecumênico, por reunir plantas representativas de diversas religiões, Zenaide Magalhães, gerente geral, explica o porquê da mudança. “Algumas espécies não se adaptavam ao nosso clima, por isso resolvemos focar naquelas tropicais”.

Nos finais de semana, o visitante tem a chance de experienciar um pouco dos 10,7 hectares da Reserva da Mata Atlântica, onde o Jardim Botânico tem endereço. A trilha de 1,5 km, guiada por um monitor, dura cerca de 60 minutos, a depender do interesse do caminhante. Para participar, é preciso estar de calça comprida e sapato fechado. Menores de dez anos, no entanto, não podem participar. No turno da manhã, acontecem duas trilhas; à tarde, apenas uma. O limite é 25 pessoas. Ao chegar no portão principal, basta inserir o nome na lista e aguardar o chamado. Nos dias úteis, como a demanda é consideravelmente menor, é preciso agendar a trilha pelo telefone: (81) 3355-0000. O Jardim Botânico funciona de terça-feira a domingo, sempre das 9h às 15h30.

Aos domingos, além do tradicional piquenique, há outro chamariz de público. O ciclo de palestras que acontece no auditório da Praça Central abre um diálogo entre biólogos, veterinários, agrônomos e profissionais de áreas afins com a população. Neste domingo (10), a palestrante será a pesquisadora Ana Rita Sá Carneiro, coordenadora do Laboratório da Paisagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A fala sobre vida e obra do paisagista Roberto Burle Marx faz parte da semana em homenagem a um dos mais importantes arquitetos do Brasil. A palestra começa às 11h. Quem vai de carro, o acesso é pela BR-232, na altura da área militar. De táxi, a corrida, partindo das imediações da Praça do Derby, sai por R$25,91 na bandeira 1. De transporte público todos os ônibus que seguem em direção ao Terminal Integrado de Passageiros (TIP) passam em frente ao local, embora seja necessário atravessar pela passarela até o outro lado da pista.

Fonte: DP

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)