Mais bikes e menos carros nas ruas
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
A Capital pernambucana possui uma malha de 32 quilômetros de extensão para quem anda de bicicleta. Mas deverá dobrar esse número nos próximos dois anos, chegando a 76 quilômetros, segundo a Prefeitura do Recife. Um investimento de R$ 600 mil. Quilômetros que podem aumentar, já que o potencial de vias para receber o modal chega a 400 quilômetros. Entre os trechos previstos para até 2016 estão 2,8 quilômetros na Iputinga e 2,4 quilômetros no Engenho do Meio. Especialistas em mobilidade, gestores públicos e quem usa a bike acredita nesse meio de transporte como saída para o volume de carros nas ruas e os engarrafamentos que chegam a 150 quilômetros nos horários de pico. Às empresas, cabe garantir um espaço para acomodação da bicicleta e um vestiário para o funcionário.
“É um meio de transporte importante para reduzir o tráfego de veículo nas vias, além de não poluir a cidade”, destaca o professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE e especialista em mobilidade urbana, Maurício Pina. Para isso, destaca, é preciso que a cidade esteja preparada para garantir a circulação dos ciclistas. Que as rotas sejam interligadas, reduzindo os riscos de acidentes.
A presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira, explica que o projeto de ampliação das rotas do Recife está justamente voltado para a ligação entre os bairros e os corredores de transporte, a exemplo da avenida Caxangá. “Nossa meta é garantir a integração dos modais. Haverá trechos em que não será possível seguir de bicicleta e o usuário poderá deixá-la e seguir de ônibus, por exemplo”, ressalta, acrescentando que a ampliação vai atender, principalmente, a quem usa a bike diariamente.
Expansão
A Prefeitura não tem o quantitativo de usuários desse modal. A última pesquisa é de 2013. Foi realizada pelo Governo do Estado para a formatação do Plano Cicloviário de Pernambuco e tem dados gerais da Região Metropolitana do Recife (RMR). Cerca de 58% dos 2,8 mil entrevistados estavam indo ou voltando do trabalho. “A pesquisa foi importante para mapear as rotas e identificar os públicos que utilizam bicicletas nos 14 municípios da RMR”, destaca a coordenadora do Escritório de Bicicleta da Secretaria das Cidades, Rosaly Almeida.
A pesquisa também identificou os horários de pico de circulação dos ciclistas, das 7h às 8h e das 17h às 18h. Já o tempo gasto no percurso é de 11 a 30 minutos. Pelo plano, a meta do Governo é implantar 590 quilômetros de malha viária para bicicletas até 2022, um custo de R$ 354 milhões. Desse total, 249 serão responsabilidade do Estado. Os 341 restantes serão construídos pelos 14 municípios da RMR. “O importante é que haja corredores para quem usa esse meio de transporte”, acrescenta.
Quem usa
A gerente de projetos Renata Gabriella, de 27 anos, utiliza a bicicleta como meio de transporte. Há mais de três anos deixou de lado o ônibus e o carro. Vai e volta de bike para o trabalho. O trajeto diário soma 16 quilômetros, sendo que conta com a ciclofaixa permanente em apenas 100 metros do percurso. Ela sai do bairro de Afogados para o bairro do Recife. Passa por vias de grande movimento como a rua 21 de Abril, Nicolau Pereira e a avenida Sul.
No caminho, enfrenta dificuldades, como carros estacionados na faixa mais próxima do meio-fio, motos em alta velocidade e carros que não respeitam a distância. Ou seja, que ficam a menos de um metro e meio da bike. Ainda assim, atesta que a troca de modal lhe trouxe benefícios. “De ônibus até o trabalho são cerca de 1h20. Já de carro são aproximadamente 40 minutos, mas tem o tempo de achar uma vaga no Bairro do Recife, o que é muito difícil. De bicicleta são 30 minutos”, enumera.
A gerente conta que sua disposição física melhorou. “É uma atividade física diária. Só lamento não ter como guardar minha bicicleta. Não tenho onde tomar banho, mas já consigo não suar no trajeto. Aprendi a controlar o ritmo das pedaladas”, diz Renata Gabriella, que tem duas bikes, uma delas dobrável. A outra, ela prende com corrente e cadeado a um poste próximo à empresa.
Adaptação
É pensando nesse público que algumas empresas estão se adaptando e fazendo mudanças físicas. Na Accenture, companhia multinacional da área de tecnologia da informação (TI), no bairro do Recife, os vestiários estão à disposição para o trabalhador que chega de bicicleta, tomar banho, trocar de roupa e iniciar o expediente. “Identificamos essa tendência desde o começo da instalação do escritório, em 2010. No ano seguinte, demos início à estrutura, e percebemos que a cada dia mais funcionários passam a utilizar o modal”, explicou o gerente sênior da Accenture, Marcelo Armentano. Na empresa, 10% dos 400 funcionários já aderiram às bikes.
Dados
O estudo mais completo de origem e destino envolvendo todos os modais utilizados na RMR foi realizado em1997, pela antiga EMTU, o atual Grande Recife Consórcio de Transporte. Na época, a pesquisa domiciliar identificou que eram feitos diariamente mais de 5,2 milhões de deslocamentos, sendo o número de viagens feitas com bicicletas apenas 1,2% desse total (63,5 mil viagens/dia com bikes).
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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