Marinho Chagas supera internações e com carisma cativa até Dilma em Natal

4zzn6hackkptpsg4jbjqiuj07“Prazer, eu sou Marinho Chagas”. O lateral-esquerdo titular da seleção brasileira na Copa de 1974 não precisava se apresentar. Ele estava cercado de jornalistas esperando pelo privilégio de uma conversa de cinco minutos com um dos maiores laterais da história do futebol brasileiro pouco antes da inauguração da Arena das Dunas na sua Natal no domingo, dia 26. Dias antes, foi a presidenta Dilma Rousseff quem fez questão de estar com ele. Quarenta anos depois da sua Copa ele continua com o carisma que o fez famoso nos anos 70.

“Quando a presidente Dilma esteve aqui, fizeram tudo para que a presidente não falasse comigo. Eu fiquei sozinho, afastado. Aí, ela entrou e falou ‘Marinho Chagas, meu amor’ e me beijou no rosto. Depois, ela botou a mão na minha estátua e pediu: ‘me dê sua mão, Marinho’ e ficou de mão dada comigo”, contou, orgulhoso.  

Com um petisco na mão servido na pomposa recepção do estádio de Copa do Mundo inaugurado por Dilma ele pediu licença para começar a conversa com o iG. Virou para Patrícia, uma amiga que o acompanha depois dos recentes problemas de saúde agravados por uma hepatite do tipo C e lhe deu o folhado de queijo coalho. “Segura pra mim que depois eu como. Conversar comendo é falta de educação”.

Foi numa dessas conversas, com algo que não lhe caiu bem, que Marinho Chagas, prestes a completar 62 anos no próximo dia 8, começou a ter problemas mais sérios com sua saúde. Menos pelo que comeu, mais pelo estrago que a bebida causou depois de anos de abuso do álcool. Ele não gosta de falar disso. Culpou a carne de porco oferecida num quiosque à beira da praia pelas recentes internações.

“Realmente naquele churrasquinho de beira de praia eu comi carne de porco e não posso comer carne de porco. Não só eu, mas muita gente não se dá bem com carne de porco. Apesar de ser uma carne boa. Eu não me dou bem. E toda vez que como eu passo mal”. Isso aconteceu no início de junho do ano passado. Marinho ficou quatro dias internado numa UTI em Natal até receber alta. Voltaria a ser internado em novembro do ano passado.

No dia seguinte à primeira alta da internação de junho foi ao Recife para receber uma homenagem do Náutico na despedida do Estádio dos Aflitos. Ele brilhou por lá entre 1970 e 1972 antes de se transferir para o Botafogo, clube que defendia quando convocado para a única Copa da sua carreira.

Na época, seu chute forte e velocidade no ataque chamavam tanta atenção quanto os cabelos loiros e longos cultivados com apreço até hoje. Foi depois de um jogo do Náutico contra o Sport, preliminar de um Botafogo e Santa Cruz que ele se aproximou do clube carioca onde fez seu nome. “Eu fiz dois gols de falta, chovendo. (João) Saldanha viu e ligou para Zagallo. ‘Zagallo, leva esse garoto para o Botafogo, ele tem uma bomba nos pés, esse é o cara”.

Sebastião Leônidas, ex-zagueiro, era o treinador do Botafogo na época. E na estreia do lateral então com 20 anos, contra o Santos, ainda com Pelé, o “Rei de Futebol” sofreu com as travessuras do “Diabo Loiro”. “Pelé quando colocava a bola na frente ninguém pegava. Ele botou a bola na frente, e quando olhou eu já tinha passado ele pra trás e dei um lençol nele. Olhou assim. “De onde apareceu esse filho da mãe que eu não vi?” Teve uma hora que ele veio me pegar no meio do campo. Eu tô vendo ele vindo atrás de mim, chegou bem pertinho e dei na bola para pegar nele e ser lateral, mas passou debaixo das pernas. Daí ele virou ‘Você é abusado, hein?’. Você é abusado”.

Com todo esse abuso, foi fácil chegar longe e disputar uma Copa com 22 anos. Zagallo era o treinador da seleção brasileira na época. E ele levou Chagas para Copa de 1974 já consagrado no Botafogo. Na Alemanha, Marinho Chagas foi eleito o melhor lateral-esquerdo do torneio. Talvez só um colega de time não tenha concordado com a escolha. O goleiro Emerson Leão.

Os dois chegaram à Copa como os mais cobiçados pelas torcedoras. Disputavam mulheres e contratos de publicidades. A tensão ficou pior na derrota para a Polônia na disputa do terceiro lugar. “Eu dei um beijo nele. Chamei ele de bonequinha. Não foi de frangueiro. Era frangueiro, mas foi uma outra frase. ‘Leão, você é como aqueles carros de sorvete na beira da praia, bota areia e não sai do lugar. E quando sai, sai errado”. Leão culpou o lateral pelo gol polonês na disputa do 3º lugar. “Mal-educado e indisciplinado”, costuma dizer o goleiro quando fala de Marinho Chagas.

Um cara chamado Cruyff
Ainda que a derrota para a Polônia tenha causado revolta de Leão nos vestiários (ele diz que Marinho Chagas não recompôs a defesa e deixou a lateral livre para Lato avançar e marcar o gol da vitória polaca), o Brasil perdeu aquela Copa na partida anterior para a Holanda. Quase 40 anos depois, o lateral brasileiro lembra bem de um tal de Cruyff e do erro de Leão no primeiro gol holandês na derrota por 2 a 0 na fase semifinal.

“Leão foi bravo no vestiário, contra a Polônia, quando perdemos o terceiro lugar e ficamos em quarto colocado, mas antes tivemos o carrossel, a Laranja Mecânica. E existiu um cara com o nome de Cruyff. Esse que foi o responsável por tudo”, comentou. As lembranças pululam e Chagas se atropela nas palavras para contar mais daquele jogo.

“A gente perdeu pra Holanda porque não estava preparado para enfrentá-los. O brasileiro é muito acomodado, ele ataca e para voltar, volta devagarinho, e naquela época a Holanda saía de vez. Hoje se chama a linha burra. Então hoje…Outra coisa. O impedimento não tinha e televisão que pegava. E uma das coisas principais que vocês jornalistas talvez não lembrem é que que existia um homem, dentro da CBD, João Havelange, que chegou na Alemanha e ganhou a presidência da Fifa, um brasileiro. Então isso aí já afetou muito a seleção brasileira. Os juízes mesmo”, disse Chagas, assim mesmo, ligando um tema ao outro até julgar a arbitragem da Copa como uma das responsáveis pela derrota brasileira.

Ainda que ainda tente encontrar culpados, Leão ganha a atenção dele quando se lembra do gol que abriu a vitória holandesa. “O gol de Neeskens foi o gol que ele deu um bico na bola. Antecipou Luis Pereira e deu um bico, a bola pegou um efeito e Leão estava fora do gol. Você vê que contra a Argentina (na partida anterior) ele tomou um gol de falta em cima dele, mas não ganhamos 2 a 1. E contra a Holanda estava fora do gol. Ele quis ir e foi tarde”.

Arena das Dunas e a Copa
Quarenta depois, ainda decepcionado por ter ficado da lista de Claudio Coutinho para a Copa de 1978, Marinho Chagas está feliz de poder ver quatro jogos de Copa serem disputados na sua cidade. O estádio moderno construído no lugar antigo Machadão o enche de orgulho. “Foi inesperado (ter a Copa em Natal). Recife, Fortaleza, eu acreditava, mas Natal, não. E, depois que foi a cidade escolhida como sede, fiquei feliz. A juventude, os juniores precisavam, vão começar a jogar bola em um estádio bom. Não vão se assustar quando for jogar no Rio e São Paulo. Nunca pensei nisso quando jogava no Riachuelo (time amador de Natal)”.

“Sessentão”, ele aceita as limitações impostas por sua doença, mas não nega um sorriso a quem quer falar com ele sobre qualquer assunto. Sua cabeleira é conhecida de longe por quem caminha na orla da capital potiguar. E mesmo dispensando apresentação, ele gosta de dizer seu nome. “Prazer, eu sou Marinho Chagas”.

Fonte: iG

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

 

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