Médicos divergem sobre consumo de shakes para emagrecer
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Na corrida contra a balança, muitas pessoas optam pelos shakes e chás que prometem emagrecimento rápido. Saborosos e práticos, os produtos vendidos como substitutos parciais de alimentos são encontrados facilmente em casas conhecidas como “espaços de vida saudável”, farmácias ou através de distribuidores independentes. A facilidade e o desejo de perder peso levam muitos ao consumo excessivo dos shakes, sem acompanhamento médico e uma dieta balanceada. Os resultados são sérios prejuízos à saúde e carências de vitaminas.
Segundo a nutricionista do Hospital Memorial São José, Steffany Agnnes, os shakes têm uma quantidade incompleta de nutrientes e não fornecem toda a energia que o organismo necessita para se manter equilibrado. “Na minha opinião, nada substitui uma refeição. Nenhum alimento é completo, cada um possui nutrientes diferentes e por isso é preciso ter uma alimentação diversificada. Não acredito que os shakes substituam isso, sem contar que esses produtos não incentivam a reeducação alimentar”, afirma Steffany.
A nutricionista também questiona o alto teor de proteína em alguns shakes. “A Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) fez um levantamento com algumas marcas e constatou que os produtos apresentam até 32% de proteína, quando o recomendado é de 10% a 15%. Este excesso compromete o metabolismo sobrecarregando algumas funções importantes, como a renal e a hepática”, explica.
A jornalista Cristina Almeida*, 21 anos, foi diagnosticada com hepatite medicamentosa no início deste ano. A substância exata que causou a inflamação no fígado não foi identificada, mas há suspeitas de que a doença tenha sido provocada pelo consumo de shake da marca Herbalife. Cristina, que é uma pessoa sedentária, começou a utilizar o produto em setembro do ano passado, quando conseguiu perder 9 quilos em três meses (tinha 87kg e ficou com 78kg). Em janeiro ela voltou a tomar o shake, que substituía duas das suas três principais refeições. “Como estava muito estressada com o estágio e o projeto de final do meu curso, tomava o shake no almoço e jantar”, conta.
No final do mês de fevereiro, Cristina passou a sentir fortes dores de cabeça, enjoos e coceira no corpo. “Depois de identificar que eu estava com hepatite, o médico passou exames para descobrir o seu tipo (A,B ou C). Todos deram negativo e nenhum outro tipo de vírus foi identificado. Por eliminação, a hepatite foi provocada por intoxicação e o único produto que eu tomava na época era Herbalife. Cortei o consumo e fiquei curada”, afirma a jornalista que hoje pesa 84kg.
A gastro hepatologista Sylene Rampche, do Instituto do Fígado de Pernambuco (IFP), confirma que nos casos de hepatite medicamentosa, às vezes é difícil identificar o agente causador da intoxicação. “Trabalhamos com a exclusão do possível agente tóxico. Já recebi em consultório pacientes com hepatites leves e alterações de transaminase e que consumiam shakes e chás. Como não temos conhecimento sobre a fórmula e composição, prefiro orientar a interrupção do consumo”, explica a médica.
Fonte: Ne10
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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