O voto é facultativo para adolescentes entre 16 e 18 anos e idosos a partir dos 70. Embora muitos deles façam questão de exercer este direito, em comparação com a última eleição para presidente, realizada em 2010, o número de jovens que têm 16 e 17 anos aptos a votar diminuiu em 21,12% em Pernambuco, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE). A quantidade de pessoas na terceira idade é menor em 8,4%.

Um dos motivos apontados pela própria Justiça Eleitoral foi a revisão do eleitorado com cadastramento biométrico, em 2012 e 2014. Os eleitores que não compareceram tiveram o título cancelado. São 424,2 mil idosos a partir de 70 anos que estão com a documentação em dia para votar. Há quatro anos, o número era de 463,4 mil.  A aposentada Lindalva Ferreira, 79 anos, mora no Recife e não pensa em votar neste domingo (6). “A cada dia a política fica pior. Eu não confio mais por causa da corrupção. Os candidatos só pensam neles e não na população”, critica.

A também aposentada Severina Celina, 70, ao contrário, até hoje não deixou de votar sem uma boa justificativa. “Eu acredito que um voto faz toda diferença. Eu não voto só porque sou obrigada. No dia em que não puder, não vou mais”, diz. Mesmo com idade avançada e dificuldade para se locomover, ela afirma que vai a pé para o local de votação no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife, onde mora.

Segundo a Justiça Eleitoral, ao todo, 101,5 mil adolescentes podem votar este ano. No último pleito eram mais de 128,6 mil. A estudante Carla Viana, 18, vai votar, mas a contra gosto. “Só tirei o título aos 16 anos porque minha mãe me obrigou. Além disso, votei nos candidatos que a minha família apoiava”, confessa.

Por outro lado, há outros jovens que expressam desde cedo o desejo de votar. É o caso do estudante Wesley André que tem apenas 14 anos, mas já possui o desejo de votar. “Já tenho até o meu candidato. O voto é muito importante e pode mudar sim a sociedade”, explicou o Wesley, que terá que esperar mais dois anos para exercer o direito. O também estudante Gabriel Oliveira, 16, diz que não tirou o título por falta de tempo, mas tem vontade de votar na próxima eleição. “Temos que ter consciência da importância do nosso voto. Uma escolha correta vai nos representar bem no futuro”, comenta Gabriel, que está no terceiro ano do ensino médio.

O jovem Danilo Alves, 21, emitiu o título de eleitor aos 16 por vontade própria e incentivo de familiares. “O voto é muito importante para o futuro do nosso País. Eu procuro escolher muito bem os meus candidatos. Sempre olho as propostas, o passado político e o partido em que ele está filiado”. Danilo nasceu em Tupanatinga, Agreste de Pernambuco, e mora no Recife há dois anos. Ele comenta as diferenças entre a política do interior e a dos centros urbanos. “Ao contrário do interior, Recife tem fiscalização. Na minha cidade, muitas pessoas costumam trocar o voto por um botijão de gás, dinheiro ou favores”, repudia o estudante.

Fonte: NE10

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)