O governo de Serra Leoa anunciou neste sábado que a população não poderá sair de casa, em uma paralisação nacional de três dias neste mês, para tentar conter a epidemia de Ebola que ameaça a África Ocidental.
Por 72 horas, começando em 19 de setembro, pedestres e veículos não poderão transitar pelas ruas do país, exceto
para serviços essenciais. “A medida deve ser rigorosamente respeitada, sem exceção”, disse o porta-voz do governo, Abdulai Bayratay, por telefone à AFP, após anunciar o plano de quarentena. “Nós tentamos assegurar que a temida doença será contida”, justificou.
O pior surto de Ebola custou 491 vidas em Serra Leoa, um dos três países que fazem parte do epicentro da epidemia. As autoridades em Freetown usarão esses três dias para procurar os pacientes que não se apresentaram nos centros de tratamento da doença.
“Profissionais de saúde, assim como os funcionários de ONGs ligadas à saúde, irão de casa em casa conferir se
pacientes com Ebola estão sendo escondidos por parentes”, explicou. Bayratay disse que novas ambulâncias e mais de 30 veículos militares devem ser usados na ação, que pode ser repetida caso seja necessário.
Uma força-tarefa formada por 7.000 pessoas, entre profissionais de saúde, ativistas da sociedade civil e membros comunitários, está pronta para organizar a ação de paralisação, informou o comunicado da presidência em Freetown. “Sua missão será a de monitorar e rastrear contatos, assim como identificar pessoas com sintomas do Ebola, prevenindo sua transmissão”, disse o comunicado.
“A decisão foi tomada para mobilizar toda a população a partir de 18 de setembro para se preparar para o
confinamento”, completou a nota.
SEM VACINA
O plano de quarentena de Serra Leoa foi anunciado depois que a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse na sexta-feira que, desde o início da epidemia, o Ebola resultou na morte de mais de 2.000 pessoas. O vírus levou 2.097 vidas, com 3.944 pessoas infectadas na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa, afirmou a OMS. A Nigéria registrou oito mortes em 22 casos, e pelo menos 30 morreram na República do Congo.
Também na sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) anunciou que usou fundos do Banco Mundial para o transporte aéreo de 48 toneladas de remédios e suprimentos médicos, como luvas de látex, outros equipamentos de proteção individual e antibióticos para tratar os pacientes em Serra Leoa.
Não há vacina ou tratamento para o Ebola, uma febre hemorrágica causada por um vírus transmitido através do
contato com fluidos de corpos infectados. A OMS disse ter esperanças de que a vacina para a doença seja disponibilizada para os profissionais de saúde até novembro.
Muitos governos têm tentado isolar Serra Leoa com o objetivo de conter a disseminação da doença. No mês passado, Paris solicitou à Air France a suspensão temporária dos voos diretos para Freetown. A British Airways se juntou a várias companhias aéreas africanas cancelando seus serviços na capital. Já a Arábia Saudita suspendeu as autorizações de trabalho concedidas aos nacionais de países atingidos pelo Ebola.
O surto também afeta os eventos esportivos. Recentemente, a Costa do Marfim negou a entrada de jogadores de Serra Leoa para a participação na Copa Africana de Nações.
Fonte: AFP
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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